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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Casarão japonês foi "presa de guerra" (2)

Imóvel pertencente à colônia japonesa santista continuou por seis décadas em poder do governo brasileiro
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Em meio à Segunda Guerra Mundial, com a entrada do Japão no conflito em apoio à Alemanha nazista, e a decisão brasileira de participar ao lado das Tropas Aliadas, ficou insustentável a situação das colônias alemã e japonesa em Santos.

Em meio aos fortes temores de ataques à cidade por submarinos e aviões inimigos, e com o receio de que os emigrados desses países prestassem algum tipo de apoio aos inimigos, o governo decidiu retirar todos os alemães e italianos das regiões próximas ao mar.

Eles tiveram apenas algumas horas para reunir os bens transportáveis e vender o resto a qualquer preço, antes de embarcar nos trens para o interior do País. E pelo menos um imóvel da colônia japonesa acabou não sendo devolvido, mesmo passados mais de 60 anos do confisco. O fato foi também registrado pelo jornal santista Espaço Aberto, na edição de fevereiro de 2006:


Escola Japonesa confiscada elo governo durante a 2ª Guerra Mundial
Foto: D'Jesus, publicada com a matéria

Escola japonesa

Enquanto entidades e políticos se organizam para as comemorações dos 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil, a colônia nipônica de Santos continua aguardando e cobrando do Governo a devolução de uma de suas mais importantes referências na cidade: a Escola Japonesa.

Por iniciativa do vereador santista Reinaldo Martins foi criada na Câmara de Santos a Comissão Especial de Vereadores (CEV) para tratar das comemorações do centenário da chegada dos japoneses ao Brasil (18 de junho de 1908) pelo Porto de Santos e incluir a cidade no calendário nacional dos festejos.

O objetivo principal da CEV, segundo o vereador e professor de História, Reinaldo Martins, é o de resgatar a memória dos primeiros imigrantes e assumir o compromisso de devolver à colônia japonesa seu verdadeiro valor na história de Santos, e isso, obrigatoriamente, passa pela devolução da Escola Japonesa.

Humilhados pelo governo brasileiro durante a 2ª Guerra Mundial, os japoneses foram perseguidos e sofreram muito com a declaração de guerra do Brasil contra o Japão em 6 de junho de 1945 (N.E.: na verdade, foi em julho de 1943), que pegou de surpresa muitos imigrantes. A declaração de guerra, depois de mais de 30 anos de imigração, produziu efeitos arrasadores na colônia em Santos. Os japoneses foram obrigados a se retirar de uma faixa de 50 quilômetros do Litoral por questões de segurança nacional. Um dos grandes golpes sofridos por eles na ocasião foi a perda da escola localizada na Rua Paraná, 135, na Vila Mathias, onde além do colégio funcionava a Sociedade Japonesa de Santos.

Esta não é a primeira vez que políticos da região tentam reparar este triste ato contra a colônia japonesa, como lembra Reinaldo Martins. O ex-deputado federal Koyu Iha e o ex-vereador santista Adelino Rodrigues batalharam muito por isso, mas não encontraram eco junto ao governo federal.

Em razão da aproximação do centenário da imigração, Reinaldo Martins, que preside a CEV, considera o momento oportuno para que o país repare o triste ato cometido durante a guerra e devolva o imóvel aos seus legítimos proprietários. Para isso, o vereador busca apoio de políticos na esfera federal para tentar sensibilizar o governo Lula para corrigir a injustiça.

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