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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - A MAIS ESPORTIVA
O que era e o que é o nosso remo (em 1944)

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Estes artigos foram publicados na edição especial comemorativa do cinqüentenário do jornal santista A Tribuna (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), em 26 de março de 1944 (grafia atualizada nesta transcrição):
 
O que era e o que é o nosso remo

É do conhecimento de todos o estado atual, verdadeiramente desolador, em que se encontra o esporte do remo, entre nós. Sem comentários, pois, vem a pêlo rememorarmos certos fatos que, melhor que quaisquer considerações, refletem com bastante eloqüência o contraste incrível que se operou no vigoroso esporte, em nossa cidade. Senão, vejamos: esta folha, em sua edição de 3 de novembro do ano de 1901 - há, portanto, 43 anos passados - publicava o seguinte:

"As comissões do Conselho Superior de Regatas e dos Clubes Botafogo, Gragoatá e Flamengo, que na véspera chegaram a esta cidade, em visita ao Clube de Regatas Santista, eram recebidos no Alto da Serra por uma comissão composta dos srs. Sebastião Praça, Domingos A. de Souza, Joaquim da Cruz Montes, Mário Morais e Artur Camargo. Depois das apresentações, os membros da comissão reuniam-se aos seus colegas, no carro especial que os conduzia, reinando daquele ponto até esta cidade animada palestra sobre o esporte náutico.

"Aos distintos esportistas era oferecido um lauto almoço no restaurante Sportman. Terminado o almoço, embarcaram, à 1 hora da tarde, no Rio Ave (embarcação pertencente ao Santista), em direção à Bocaina, onde eram visitadas as dependências do Barracão, causando agradável impressão aos visitantes o aspecto de ordem e asseio que em tudo se notava. No jardim era servido um copo de cerveja, sendo por essa ocasião trocados brindes efusivos e entusiásticos.

"A exigüidade do tempo não permitia que os ilustres visitantes recebessem todas as manifestações que lhes eram devidas. O regresso fazia-se pelas 3 horas da tarde e a comissão que fora ao Alto da Serra acompanhava no regresso os simpáticos rapazes cariocas, dos quais se despedia antes de começar a subida do 1º plano.

"Por essa ocasião era erguida, pelo sr. Joaquim da Cruz Montes, uma vibrante saudação ao capitão-tenente Eduardo Midosi (presidente honorário do Santista), saudação que era recebida entre os mais justificados e significativos aplausos. No livro de visitantes do grêmio santista, ficavam gravadas as seguintes palavras: 'Agradavelmente impressionados com a recepção fidalga que recebemos do glorioso Clube de Regatas Santista, aqui deixamos como demonstração da nossa confraternização os nossos votos de prosperidade, a esse centro de canoagem, honra do rowing brasileiro'.".


Fotografia interessante apanhada em frente à antiga sede do C. R. Santista, em 1902,
quando da visita das comissões dos clubes de regatas do Rio de Janeiro.
Os que se acham sentados são remadores da embarcação Rio Ave 
Foto e legenda publicadas na mesma edição dessa matéria

Ainda esta folha, no dia 1º de junho de 1902, publicava a seguinte notícia:

"O Clube de Regatas Santista festejava, em seu barracão, na Bocaina, o quinto aniversário de sua reorganização. A sessão solene era aberta pelo nosso colega Alberto Veiga, na ausência do sr. dr. Ernesto Pujol, que, por doença, não comparecera. Encerrada a sessão solene, era pouco depois lida a respectiva ata, que era assinada por 45 senhoras e 143 cavalheiros. Pouco depois eram servidos doces, sanduíches e champanha, sendo nessa ocasião erguidos diversos brindes, entre os quais o do sr. Mário Morais, 1º secretário do Clube, à imprensa, e que era correspondido pelos srs. dr. Álvaro da Mota e Silva, pelo Diário; Alberto Veiga, por esta folha, e J. Morse, pelo Correio Paulistano.

"Enquanto entre os convidados, a diretoria do clube e a imprensa se trocavam essas gentilezas, os sócios, redobrando de entusiasmo, pensavam em tornar mais atraente a festa, e como estivessem presentes mais de 80 senhoras e senhoritas, resolveram eles improvisar as danças, que foram cadenciadas pela Colonial Portuguesa.

"A festa culminava na serenata marítima, que tanto povo fizera acudir ao cais da Docas de Santos, e que, entusiasmado, aplaudia os rapazes do Clube de Regatas Santista. O efeito causado pelo passeio veneziano era surpreendente, deslumbrante. E não era somente o povo santista que admirava a beleza da iluminação dos pequenos barcos, também as tripulações dos vapores surtos no porto soltavam entusiásticos brados e saudavam com palmas a vitória incontestável da simpática agremiação náutica. O Clube de Regatas Santista recebia telegramas de felicitações das sociedades congêneres do Rio de Janeiro, destacando-se os do Grupo Náutico e do C. R. Gragoatá. A festa impressionava muito lisongeiramente".

Como se vê...

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