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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MEDICINA
Santa Casa de Misericórdia (23)

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Matéria publicada no Jornal Santa Casa - edição especial - 60 anos de inauguração do atual prédio - 4º da história da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, editado por José Eduardo Barbosa, com textos dele e colaboradores, fotos dele e de José Dias Herrera, distribuído em 2 de julho de 2005 por aquela instituição (exemplar no acervo do professor e pesquisador Francisco V. Carballa):
  

"...Foram cravadas 2.626 estacas..."

Foto publicada com a matéria

 

Início das obras

 

A catástrofe ocorrera a 10 de março de 1928. A 10 de abril do mesmo ano, exatamente um mês após, foi realizado o lançamento da pedra fundamental do novo hospital. Depois de estudados os projetos já organizados, de assentados todos os planos para a execução da obra, procedidas as devidas concorrências, realizadas as sondagens do terreno, foram iniciados, em março de 1931, os serviços de fundações e cimento armado...

...Do que se encarregou a firma Monteiro, Heinsfurter & Rabinovitch. Foram cravadas 2.626 estacas, numa profundidade de cinco metros, perfazendo um total de 13.686,70 metros lineares.

Importantíssimas colaborações recebeu a Santa casa durante todos os serviços, destacando-se as da Cia. Docas e Cia. City, que fizeram gratuitamente todos os transportes de materiais para o local da obra. A São Paulo Railway concedeu um abatimento nos seus fretes de 50 por cento.

A Mesa Administrativa, em exercício, era composta pelos senhores: Alberto Baccarat, provedor; Flamínio Levy, vice-provedor; Max Hotz, 1º secretário; Eduardo Monteiro dos Reis, tesoureiro; major Arthur Alves Firmino, mordomo-geral. Eram consultores os senhores dr. J. Carvalhal Filho, dr. Bernardo F. Browne, comendador Augusto Marinangelli, Aristides Cabrera Correa da Cunha e major José Evangelista de Almeida.

Suspensão das obras - Os acontecimentos de 1930 e a mudança na política criaram as primeiras dificuldades. A retirada da distribuição dos impostos de caridade e marítimo, que eram a principal fonte de recursos da Irmandade, pôs em imediato perigo a continuação das obras. Ainda se tentaram vários recursos.

No início de 1932, o dr. Bernard Browne, um dos maiores entusiastas da edificação, foi terminantemente contrário à interrupção imediata das obras. De pronto, comprometeu-se a conseguir 300 contos para a continuação dos serviços contratados.

Em seu relatório, apresentado à assembléia geral de 29 de janeiro de 1932, o sr. Flamínio Levy, no exercício da Provedoria, diz o seguinte:

"Não haveria necessidade de paralisarmos a obra se o governo não suspendesse a entrega do Imposto de Caridade e Marítimo, se a prefeitura pagasse em dia o auxílio da lei 828, pois nos deve os exercícios de 1930, 1931 e 1932, no total de 600 contos; se o governo do Estado nos pagasse a subvenção de 1931, de 125 contos; se o governo federal, em 1931, não nos obrigasse ao pagamento de 425:100$400 de direitos de importação".

À série desses imprevistos juntou-se a depressão do câmbio. O material importado a 5, 7/8 chegou aqui a 4 e a 3 dólares. O ágio ouro para o pagamento desses direitos subiu de 4$567 a 8$800.

Obras do hospital no Jabaquara

Foto publicada com a matéria

Reinício dos trabalhos - Em 1934, estando na provedoria o coronel Evaristo Machado Neto e na tesouraria o comendador Manoel Fins Freixo, tentou-se reunir fundos para o reinício das obras. Foi lançada a campanha dos dois mil irmãos. Essa tentativa, entretanto, não surtiu os efeitos desejados.

Em 1936, o então provedor José G. da Mota Junior continuou a preocupar-se com a grande empresa, solicitando ao dr. Ismael Souza que estudasse a sua verdadeira situação e o importe financeiro que a mesma exigia para sua continuação.

Foi conseguido da Câmara Municipal a votação de um crédito de 2 mil contos e a revigoração de 800 contos da lei 828, ainda não pagos.

No relatório de 1938, dizia o sr. José G. da Mota Júnior: "Folgamos em registrar que já se acham apresentadas as cousas para a retomada do serviço, dependendo o seu início da entrega da primeira parcela do auxílio votado pela digna Prefeitura de Santos".

Obras do hospital no Jabaquara

Foto publicada com a matéria

Superação - Coube, finalmente, à provedoria do sr. Henrique Soler, em 1939, vencer todas as dificuldades que se opunham à tarefa ingente. Houve quem se opusesse. Temia-se que os recursos viessem a faltar novamente e se fosse obrigado a nova paralisação, depois de investidos vultosos capitais. A energia do provedor, a solidariedade dos seus companheiros da Mesa Administrativa e o apoio da maioria dos Conselhos Deliberativo e Geral venceram, porém, todos os receios, todos os temores.

E, a 2 de julho de 1939, eram os trabalhos recomeçados, depois de realizadas as respectivas concorrências. Coube às firmas Francisco Azevedo e Palma Travassos, dr. Sílvio Passareli, Fundição Brasil, F. Blanco Prior e Servix Eletric Limitada, a execução dos serviços de revestimentos de fachada, telhados, funileiros, instalações elétricas, telefones, sinalização, materiais de saneamento etc.

Em 1940, o dr. Flor Horácio Cirilo, eleito provedor, continuou os trabalhos no mesmo ritmo intensivo com que foram reiniciados. Durante o seu exercício, introduziram-se modificações ao plano geral, para obter maior capacidade das instalações destinadas aos pensionistas com o objetivo de realizar renda que suportasse as elevadíssimas despesas com a manutenção dos múltiplos serviços hospitalares.

Graças à boa vontade do dr. Cyro de Athayde Carneiro, nessa época prefeito municipal, a Irmandade recebeu todos os auxílios votados.

Oficiais da Marinha em visita às obras do hospital no Jabaquara

Foto publicada com a matéria

Renúncia - Tendo o dr. Flor Horácio Cirilo renunciado ao cargo de provedor, foi eleito o senhor José Vieira Barreto (que já era vice), o qual continuou o desenvolvimento dos trabalhos.

No decorrer do ano de 1942, entretanto, os recursos começaram a diminuir novamente. Com a guerra, os preços dos materiais de construção sofreram uma alta rápida e imprevisível. Auxílios esperados e tidos como certos, falharam; ou só muito tarde foram concedidos. A falta de numerário obrigou à diminuição de ritmo dos trabalhos, prosseguindo apenas na parte de remates e conclusão de serviços cuja interrupção repentina era impossível.

Iniciou-se então grande atividade, visando a aquisição dos elementos financeiros indispensáveis. Representações foram feitas junto aos poderes públicos federal, estadual e municipal.

Sob o patrocínio das senhoras Helena Conceição Alves de Lima e Guiomar Whitaker Carneiro, foi desenvolvida uma campanha para obtenção de donativos.

O prefeito dr. Antonio Gomide Ribeiro dos Santos concedeu um auxílio de 3 milhões de cruzeiros e o dr. Fernando Costa, interventor federal, reservou à irmandade um crédito de 2 milhões. Desse modo, os trabalhos foram novamente reiniciados, sendo constituída uma comissão de obras formada pelos engenheiros Ismael de Souza, Aristides Bastos Machado, Paulo Filgueiras, João Cardoso de Mendonça e Otávio Ribeiro de Araújo, sendo contratado ainda o dr Odair Pedroso, especializado na técnica de organização hospitalar.

Adotou-se o sistema de administração, confiado às firmas Francisco Azevedo e Palma Travassos, mediante comissão, ficando os serviços de pintura, instalações elétricas, relógios, sinais, telefones, campainhas, gás e esgoto, elevadores, lavanderia, muros, cozinha etc., para serem contratados diretamente pela Irmandade.

Médicos em visita às obras do hospital no Jabaquara

Foto publicada com a matéria

Impulso final - Em 1943, foi eleito para a Provedoria o sr. Benedito Gonçalves, que deu novo impulso às obras. Para se fazer uma idéia dos trabalhos realizados nesse exercício, basta ler o relatório desse ano:

"Pelos dispêndios realizados, no montante de Cr$ 4.485.736,40, pode-se aquilatar das proporções do trabalho efetuado em prosseguimento das obras do novo hospital".

Reeleito para o exercício de 1944 e 1945, coube a esse servidor da Casa de Braz Cubas a glória de levar as obras ao final.

A diretoria da Associação Comercial de Santos, em visita às obras do hospital no Jabaquara

Foto publicada com a matéria

 

"Em 1943, foi eleito para a Provedoria o sr. Benedito Gonçalves...

..coube a esse servidor da Casa de Braz Cubas

 a glória de levar as obras ao final."

 

Sr. Flamino Levy

 

Dr. Bernard Browne

 

Coronel Evaristo Machado Neto

 

Sr. Henrique Soler

 

Dr. Cyro de Athayde Carneiro

 

Sr. José Vieira Barreto

 

Sra. Helena Conceição Alves de Lima

Sr. Benedito Gonçalves

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