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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (W)
Recuperação do Centro... e nos bairros (7)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas. Nos bairros centrais de Santos, prosseguiu em 2005 o incentivo à recuperação de antigas edificações, como foi relatado nesta matéria, publicada no jornal santista A Tribuna em 7 de abril de 2005:
 


PRESERVANDO A HISTÓRIA - Inaugurado em 1928, o Condomínio Palacete Olímpia, na Avenida Presidente Wilson, nº 91, terá sua história preservada. O edifício acaba de ganhar o nível de proteção 2 do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa). Além de 30 apartamentos, o imóvel abriga oito estabelecimentos comerciais
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

PATRIMÔNIO
Sob proteção da lei

Condepasa coloca no nível 2 o Palacete Olímpia, localizado na Pompéia. Outros três imóveis, todos situados na orla, ficam na mesma situação

Da Reportagem

Mais um edifício da região da orla passou a ser considerado no nível de proteção 2 do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural De Santos (Condepasa). Trata-se do Condomínio Palacete Olímpia, situado na Avenida Presidente Wilson, nº 91, na Pompéia.

A partir de agora, os responsáveis pelo edifício terão que preservar as características das fachadas principal e laterais, além de outros detalhes arquitetônicos, como ornamentos e revestimentos presentes na cobertura.

Além desse, também receberam o mesmo tipo de classificação os condomínios Verde Mar (Boqueirão), Enseada (Ponta da Praia) e o Palacete São Paulo (Gonzaga), todos situados na região da orla.

Inaugurado em 1928, o Palacete Olímpia foi a primeira edificação plurirresidencial da orla. Conta com 30 apartamentos, distribuídos pelos cinco andares do prédio. Também mantém oito estabelecimentos comerciais no piso térreo, incluindo o tradicional Restaurante Olímpia, uma espécie de referência para quem freqüenta a orla.

Ao longo dos anos, o prédio sofreu algumas intervenções, como a troca do piso dos corredores internos. Mas as fachadas ainda mantêm as características arquitetônicas, baseadas no estilo eclético do início do século 20. E também conserva os dois elevadores originais, com capacidade para seis pessoas cada.


Características das fachadas principal e laterais do palacete não podem mais ser modificadas
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

De acordo com o presidente do Condepasa, Bechara Abdala Pestana Neves, o nível 2 garante a preservação da fachada externa. "Os apartamentos não entram nesse contexto. Os proprietários dos imóveis podem efetuar reformas ou adaptações no espaço interno, desde que elas não resultem em mudanças nas fachadas".

Moradora do Palacete Olímpia desde 1983, Elza Salotti sempre defendeu a preservação das características arquitetônicas do prédio. E apoiou a decisão do Condepasa. "Sinto orgulho de morar em um edifício tão tradicional da Cidade. E penso que os demais proprietários também pensam da mesma forma".

O síndico do Palacete Olímpia, Roberto Fernando Frojuello Júnior, disse que apóia a iniciativa. "Trata-se realmente de um patrimônio histórico para a Cidade. Representa o início da construção dos edifícios da orla".

 

São 30 unidades divididas pelos 5 andares

 

Ontem, ele ainda não sabia maiores detalhes sobre a medida. Mas garantiu que irá se inteirar a respeito do assunto: "Queremos saber se esse nível de proteção nos dá direito a algum incentivo para preservar a fachada, por exemplo".

Pestana Neves alertou que a legislação atual prevê incentivos para quem preserva os imóveis considerados históricos ou com níveis de proteção em qualquer parte da Cidade. "Desde que o projeto esteja de acordo com as regras determinadas pela legislação municipal em vigor".

Os proprietários ou condôminos de imóveis tombados fora da região do Centro podem obter orientações junto ao Condepasa, que funciona na Avenida Pinheiro Machado, 48, 3º andar, de segunda a sexta-feira, em horário comercial. O telefone é 3226-8006.

Já os proprietários de imóveis situados na região do Centro, Paquetá, Vila Nova e Vila Mathias, que se encontram nas chamadas áreas de proteção cultural, devem se dirigir até a sede do escritório do Programa Alegra Centro, que fica na Rua Frei Gaspar, nº 24. O telefone é 3219-4449.


Elza Salotti, moradora do edifício deste 1983, sempre defendeu
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

Dono de restaurante relembra velhas histórias

O comerciante José Leal, proprietário do Restaurante Olímpia, guarda na memória diversas histórias pitorescas e marcantes do condomínio.

Ao longo de mais de 40 anos de funcionamento, o estabelecimento recepcionou diversas personalidades do mundo artístico e do esporte, como os atletas do Santos Futebol Clube na década de 60, que alcançaram o bicampeonato mundial interclubes.

José Leal lembrou que o jogador Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, foi hóspede de uma das pensões localizadas na Rua Olavo Bilac. "Ele sempre podia ser visto por aqui, nas lojas do condomínio. E até hoje costuma nos visitar quando sobra um pouco de tempo em sua agenda. Ele era muito amigo de outro comerciante daqui, o João Akaoui, que já faleceu".

PRESENÇA

"Ele (Pelé) sempre podia ser visto por aqui, nas lojas do condomínio. E até hoje costuma nos visitar"

José Leal
Comerciante

Ainda sobre Pelé, Leal revela que manteve um encontro casual recente no Centro, em um edifício onde o Atleta do Século possui um escritório de negócios. "Quando falei no nome do João Akaoui, as lágrimas rolaram na sua face. Ele se lembrou daqueles tempos que não voltam mais".

Ainda é possível encontrar os ex-atletas freqüentando o restaurante, como José Eli de Miranda, o Zito. "Aquele time tinha estrelas que também eram pessoas muito simples e humildes. Tenho muitas boas lembranças daquela linha de frente: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe".

Outra personalidade que freqüentava o Restaurante Olímpia era o cantor Luiz Américo, que fez bastante sucesso na década de 70. "Hoje em dia, ele mantém um estabelecimento no Guarujá. Mas ainda é um amigo que sempre nos cumprimenta quando nos vê".


Inaugurado em 1928, prédio foi a primeira edificação pluriresidencial situada na orla da praia
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

No dia 9 de abril de 2005, o Diário Oficial de Santos também publicou matéria a respeito do prédio:

PATRIMÔNIO
Palacete Olímpia recebe nível de proteção NP2

Este é o primeiro edifício plurirresidencial da orla

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) incluiu o Condomínio Palacete Olímpia, situado na Avenida Presidente Wilson, 91, no Nível de Proteção 2 (NP2). A inclusão do Olímpia no NP2 foi deliberada pelo Conselho, na sua reunião ordinária realizada no dia 31 de março. A medida faz com que a fachada, o telhado e a volumetria do edifício sejam oficialmente preservados, deixando as áreas internas livres para que os moradores executem reformas ou reparos.

Segundo informações dos técnicos do Condepasa, esta é a mesma classificação que foi aplicada a outros edifícios significativos da orla, como o Verde Mar (Boqueirão) - o primeiro da orla a ser preservado -, o Enseada (Ponta da Praia) e o Palacete São Paulo, na esquina do Canal 3 com a Avenida Vicente de Carvalho. A construção do Olímpia data de 1928. Ele é o primeiro edifício plurirresidencial da orla, portanto um marco na urbanização daquela parte da Cidade.

O Condepasa é um órgão composto por entidades que representam a comunidade santista, em um sistema paritário onde estão representados, em igual número, diversos órgãos da Prefeitura e instituições da sociedade civil ligadas às questões da cultura e do desenvolvimento urbano no Município.


A construção do imóvel data de 1928 e ele está situado na Avenida Presidente Wilson, 91
Foto: Marcelo Martins, publicada com a matéria

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