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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (U)
Sem memória (14)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas. Mas foi no início do século XXI que aumentou o interesse em preservar antigas edificações de valor histórico e/ou arquitetônico, como foi registrado nesta matéria, publicada no jornal santista A Tribuna, em 2 de setembro de 2004:
 


Inaugurado em 23 de setembro de 1923, o hotel fica no Gonzaga
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

PRESERVAÇÃO
Atlântico Hotel poderá ser tombado

Da Reportagem

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) decide hoje, às 9 horas, se abre estudos para tombar o prédio do Atlântico Hotel, no Gonzaga. O pedido partiu do secretário municipal de Turismo, Eduardo Conde Bandeira.

Inaugurado em 23 de setembro de 1923, o hotel está localizado em um dos pontos mais nobres da Cidade: no número 1 da Avenida Presidente Wilson, esquina com a Ana Costa. Até hoje, o prédio conserva a arquitetura de estilo eclético.

"É um dos hotéis remanescentes da década de 20, visto que, no início do século 19, a região do Gonzaga possuía estabelecimentos hoteleiros que, com o passar dos anos, foram extintos", justifica o secretário. "Além disso, é o único hotel que já funcionou como cassino". (N.E.: na verdade, o Hotel Parque Balneário, defronte ao Atlântico, e o Palace Hotel, no José Menino, também funcionaram como cassinos, havendo igualmente hotéis-cassino em Guarujá, então distrito santista).

Se os conselheiros do Condepasa decidirem iniciar o processo para tombamento, o Atlântico vai se tornar o 16º imóvel a ser analisado pelo órgão este ano. A maioria está concentrada ao longo da Avenida Conselheiro Nébias.

"Até dezembro, queremos colocar em votação no conselho o tombamento de pelo menos quatro desses imóveis", adianta o presidente do Condepasa, Bechara Abdalla Pestana Neves.

Embaré - O último imóvel a ser incluído na lista de estudos do Condepasa foi um casarão, no número 57 da Rua Vergueiro Steidel, esquina com a Castro Alves, no Embaré.

Projetada em 1949 pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas, e executada pelo engenheiro Aníbal Clemente Martins, a casa representou uma inovação arquitetônica, por ser composta por dois blocos distintos, interligados por rampas e um jardim coberto por pérgulas (vigas vazadas).

"É um projeto que foi reconhecido e difundido através de diversas publicações especializadas em arquitetura moderna", explica o presidente do Condepasa. Segundo Pestana Neves, a abertura do processo de estudos, por si só, já protege o imóvel de eventuais intervenções que alterem as características originais. "A partir de agora, qualquer intervenção tem que ser comunicada ao conselho, que orientará os proprietários sobre a forma adequada de fazer as alterações".

Os donos da casa não foram localizados para comentar a possibilidade de tombamento. Segundo uma funcionária, eles estão viajando e só retornam na próxima semana.

De acordo com o Condepasa, não há previsão de quando os estudos serão concluídos.


A casa da Rua Vergueiro Steidel, nº 57, foi projetada em 1949 pelo arquiteto Vilanova Artigas
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

Matéria publicada no jornal santista A Tribuna, em 25 de abril de 2005:

PRESERVAÇÃO
Condepasa analisa tombamento de casarão

Da Reportagem

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) vai definir, ainda neste semestre, o processo de tombamento do imóvel da Avenida Conselheiro Nébias, 488, que atualmente pertence à Marinha do Brasil e serviu como sede da Capitania dos Portos do Estado.

Além deste, estão em andamento no órgão outros 11 processos de tombamento de imóveis situados ao longo da Avenida Conselheiro Nébias, como o prédio do Colégio Stella Maris e alguns casarões da época áurea do café.

Apontado como um dos exemplares de construção mais bonitos da Cidade, o prédio foi erguido em 1925 e pertenceu a Alberto Baccarat, um descendente de franceses, da família fabricante dos cristais Baccarat. O imóvel foi adquirido pela Marinha, em 1956, do então proprietário Octávio Nascimento.

A casa foi construída com material importado de origem francesa e italiana. Os mosaicos que revestem o chão do saguão de entrada são venezianos, enquanto que as escadas interiores são de mármore carrara e os lustres de cristal.

Segundo o presidente do Condepasa, Bechara Abdalla Pestana Neves, o órgão ainda vai definir o nível de proteção a ser dado ao imóvel. "Este processo será o próximo a ser concluído, de acordo com a programação pré-estabelecida".

O nível 1 exige que a construção mantenha as suas características originais. Já o nível 2 permite intervenções no interior da edificação, obrigando a preservação das fachadas.

Conforme Pestana Neves, o imóvel é um dos exemplares do chamado estilo eclético, que também predomina em outras edificações da Cidade, como o Palacete São Paulo, no Gonzaga, e o Edifício Olímpia, na Pompéia, ambos já tombados pelo Condepasa.


Imóvel, erguido em 1925, foi construído com material importado e pertence à Marinha
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

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