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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (T)
Plano Diretor se rende a usos e costumes (6)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas. Nesse turbilhão, os planejadores urbanos descobrem que na prática, a teoria é outra, é necessário adaptar os planos à realidade de uma cidade/metrópole que tem vida e vontade própria. Como é refletido nesta matéria, publicada no jornal santista A Tribuna em 14 de fevereiro de 2005:
 


Os moradores do conjunto habitacional da Zona Noroeste reclamam do descaso 
e da falta de asfalto, escola e transporte coletivo
Foto: Édison Baraçal, publicada com a matéria

ESTRUTURA
Moradores do Ilhéu Alto reivindicam melhorias

Da Reportagem

Abandono e frustração. Estes são os sentimentos que há meses rondam os moradores do Conjunto Habitacional do Morro Ilhéu Alto, na Zona Noroeste. O bairro - criado há seis anos e meio, após a entrega dos apartamentos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em 5 de agosto de 1998 - está com sérios problemas, segundo seus moradores, provocados por uma infra-estrutura deficiente e por falta de atenção das autoridades.

"A situação só tem piorado a cada dia. E tudo se agravou a partir de 2003", comenta o presidente da Associação de Melhoramentos do Ilhéu Alto, Gildo Andrade.

As dificuldades enfrentadas pelas 504 famílias que habitam Ilhéu Alto refletem uma realidade já comum no País, com relação a bairros recém-povoados. A demora na estruturação de todos os serviços públicos necessários, para atender aos programas habitacionais, tem mantido os núcleos carentes.

"A gente fica muito frustrado, porque até surge a oportunidade de realizar o sonho da casa própria, em um bairro de verdade, mas não está dando mais para suportar o descaso pelas nossas queixas e a conseqüente demora das soluções", desabafa Andrade.

Entre os problemas, moradores reclamam da falta de pelo menos mais uma linha de ônibus para subir o morro. Cerca de três mil pessoas, entre adultos, adolescentes e crianças, vivem no Ilhéu Alto e, de acordo com os residentes, pelo menos 60% dependem de transporte coletivo para ir trabalhar ou estudar.

"Aqui só existe a linha 102, que na verdade serve melhor ao pessoal do Athié (Conjunto Habitacional Athié Jorge Coury, no Saboó)", afirma o morador Eduardo Bispo do Nascimento, de 43 anos. Ainda de acordo com ele, as outras opções mais próximas são as linhas 191 e 194, que param na Avenida Jovino de Mello, distante pelo menos 200 metros do morro.

504 famílias

moram nos apartamentos do Conjunto Habitacional do Ilhéu Alto

 

Pavimentação - Outro problema ainda sem solução é a falta de pavimentação das ruas. Ilhéu Alto possui duas vias principais (ruas 1 e 2) e nove acessos para os blocos de apartamentos. "Só as ruas 1 e 2 estão asfaltadas, mas repletas de crateras e buracos. Nas outras, só colocaram pedregulhos e areia, que deixam os apartamentos imundos no calor e o chão cheio de lama, na época de chuvas", emenda o presidente da associação do bairro.

"Minha mulher não está podendo ir trabalhar porque torceu um dos joelhos em um buraco desses outro dia", disse outro morador, Fabiano Gomes, de 49 anos. A comunidade também reclama da promessa não cumprida, por parte da Prefeitura, de construir e entregar em 2002 uma escola de Ensino Fundamental em um terreno do bairro.

"O lugar hoje está sendo usado como depósito de materiais de construção", afirma ainda Andrade. Em matéria de ensino, Ilhéu Alto tem uma creche, que abriga cerca de 80 crianças. "A creche tem menores de outros bairros próximos e conta com a parceria do Grupo Rodrimar".

As 504 famílias de Ilhéu Alto são oriundas da Vila dos Criadores, do Jardim Castelo e do sorteio da CDHU. "Cansei de procurar gente da Prefeitura para resolver nossos problemas, incluindo a Ouvidoria Pública, e cheguei a entrar com seis representações junto ao Ministério Público. Nada adiantou até agora", lamenta Andrade.

Ele revela que também entrou em contato com o coordenador regional da Zona Noroeste, Geonísio Pereira Aguiar, o Boquinha, pedindo ajuda. "O Boquinha me disse que a prioridade era a Avenida Jovino de Mello e ficou por isso mesmo".

Ofício - O coordenador regional da Zona Noroeste, o Boquinha, disse que ficou ciente de todas as reclamações e solicitações prestadas pelo presidente da Associação de Melhoramentos do bairro, Gildo Andrade. "Já enviei inclusive ofício para a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp) e para a Prodesan, visando a solução dos problemas de pavimentação do bairro".

Boquinha disse que esta questão em particular só não foi resolvida ainda por causa do excesso de chuva do período. "Não dá nem para remendar os buracos quando chove demais". Com relação à sua declaração sobre a Avenida Jovino de Mello, Boquinha garante que não a priorizou. "Ela (a avenida), assim como outras ruas de outros bairros, também estão com problemas de pavimentação. Foi isso que afirmei", garante o coordenador.

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