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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CARNAVAL
Tempo de Carnaval (26)

Uma festa caracteristicamente santista
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Em 1990, já se prenunciava o fim dos banhos de Dona Dorotéia, e de quase todas as atividades carnavalescas mais populares, em meio à onda de violência urbana que tornava insegura e até altamente perigosa qualquer promoção do gênero. O registro é do jornal santista A Tribuna (páginas 1 e 3) e foi feito em 19 de fevereiro de 1990, a segunda-feira posterior à Dorotéia daquele ano:
 


Brincadeiras feitas com irreverência e humor não foram a tônica neste ano

Foto por Carlos Nogueira, e legenda, publicadas com a matéria

Agressividade tira o brilho do desfile do Dona Dorotéia

Não faltaram críticas ao desfile do Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda?, ontem, na Ponta da Praia, onde o espírito crítico, político e social, característica dos últimos anos, foi deixado de lado pela maioria dos foliões, que preferiram trocar o divertimento sadio por agressões, gestos e palavras obscenas às pessoas que assistiam à apresentação dos blocos. Caracterizados de mulheres, os foliões, quase sempre embriagados, insistiam em provocar as pessoas, e várias vezes policiais militares precisaram intervir para evitar possíveis agressões.

O desfile também foi marcado pelo atraso entre uma agremiação e outra, irritando o público, que acabou desistindo de esperar pelo seu final. O resultado será anunciado, amanhã, às 20 horas, na sede do Saldanha da Gama, com premiação para os melhores blocos de patuscos e não patuscos.


Apesar das críticas ao comportamento de alguns foliões, a tradição do Dona Dorotéia foi mantida, levando para a Ponta da Praia milhares de pessoas

Fotos por Carlos Nogueira, e legenda, publicadas com a matéria

Desrespeito substitui alegria no Dona Dorotéia

O espírito crítico, político e social e até mesmo as brincadeiras sadias que nos últimos 67 anos foram marca registrada do tradicional Banho da Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda?, na certa ficarão na lembrança dos antigos foliões e até mesmo de quem assistia aos desfiles.

O que se viu ontem durante a apresentação dos blocos patuscos e não patuscos se constituiu, na verdade, em uma agressão à moral de quem se dirigiu à Ponta da Praia e até mesmo àqueles que se divertiam de forma pacífica.

O baixo nível, como foi definido pela maioria das pessoas que assistia ao evento, se caracterizou entre grande parte dos foliões. O improviso, fato comum nos anos anteriores, foi deixado de lado pelos integrantes de alguns blocos, que, caracterizados de mulheres, agiam de forma grotesca, inclusive agredindo pessoas com gestos e palavras obscenas.

Quem esperava se divertir de uma forma alegre acabou se aborrecendo, uma vez que muitos foliões se apresentaram na avenida embriagados, provocando as pessoas que estavam com a família. Por várias vezes, policiais militares precisaram intervir para acalmar a situação.

Se não bastassem todos os problemas surgidos, quem foi até a Ponta da Praia teve que suportar a morosidade com que transcorria o desfile. Desde o início do desfile - às 15 horas - até as 18 horas, apenas três blocos tinham passado pela Avenida Saldanha da Gama, além da Banda da Sectur, da Dona Dorotéia e o noivo, que tomaram o tradicional banho, pulando da Ponte dos Práticos. Estavam presentes, também, o Rei Momo e a Rainha do Carnaval.

Diante da demora, muita gente começou a deixar o local após as 19 horas, criticando a falta de respeito quanto ao horário estabelecido pelos organizadores do evento.

O resultado do desfile, segundo os promotores, deverá ser divulgado amanhã, às 20 horas, na sede do Saldanha da Gama, quando serão conhecidos os vencedores dos blocos patuscos e não patuscos. Receberão premiação, também, o melhor patusco (ganhará um troféu) e a melhor fantasia.

Preços abusivos - O forte calor durante toda a tarde de ontem acabou ajudando os vendedores ambulantes. Sem nenhuma fiscalização, cada um cobrava o preço que desejava, irritando as pessoas que procuravam matar a sede ou a fome. Uma garrafa de água custava NCz$ 50,00, enquanto uma lata de cerveja variava entre NCz$ 50,00 e NCz$ 60,00. Já um copo de mate gelado não era encontrado por menos de NCz$ 30,00.

Os preços abusivos também eram praticados na comercialização de produtos alimentícios. Uma espiga de milho era encontrada por NCz$ 30,00; cachorro-quente, NCz$ 60,00. O sorvete também era vendido acima da tabela. [...]


Extensa faixa de areia, no Gonzaga, foi transformada em estacionamento

Foto: Roberto Konda, e legenda, publicadas com a matéria

 

Com as praias lotadas, veículos invadem faixa de areia no Gonzaga

Com as praias totalmente ocupadas por milhares de pessoas, a Cidade viveu ontem uma pequena amostra da agitação que deverá se repetir durante o Carnaval no próximo final de semana. Somente nos pedágios do sistema Anchieta-Imigrantes, em direção à Baixada e Litoral, desceram 107.282 veículos.

Mas como nem sempre é possível acomodar todos confortavelmente, o que se observou foi uma sucessão de abusos, a começar pela invasão de extensa faixa de areia na Praia do Gonzaga, para estacionamento de veículos. Tudo isso tolerado pelas autoridades de trânsito e pela Guarda Municipal. Os motoristas dos veículos que invadiram a praia não foram importunados, mas o mesmo não se pode dizer dos banhistas, submetidos a manobras para desviar dos carros.

No José Menino, os turistas de um dia que chegaram em 50 ônibus trataram de ocupar rapidamente todos os espaços da plataforma sobre o emissário submarino, enquanto outros preferiam o conforto dos jardins para se restabelecerem da noite mal dormida.

Os moradores do bairro, que integram o Movimento SOS José Menino, chegaram a ensaiar uma manifestação contra os turistas de um dia e a Secretaria de Turismo de Santos, mas desistiram da idéia. Estava programada uma passeata, e os eventuais manifestantes advertiram o pessoal da Prefeitura que trabalha no controle e fiscalização dos ônibus sobre a invasão de turistas, porém, voltaram atrás e o protesto não se concretizou.

Travessia - Os que optaram pelas praias de Guarujá não tiveram que enfrentar muita fila, de vez que o Departamento Hidroviário colocou em operação cinco balsas na travessia Santos/Guarujá. Desta forma, pela manhã, até às 10h30, o tempo médio de espera era de 30 minutos.

Entre as embarcações em funcionamento estava a balsa FB-19. Esta embarcação recentemente passou pelo processo de jumborização, que consiste na ampliação de suas instalações, de modo a poder transportar mais veículos. Dos 45 que carregava, passou para 57 veículos.


Lotadas, as praias foram ontem uma pequena amostra do movimento que deverá ocorrer no próximo final de semana prolongado pelo Carnaval

Foto: Roberto Konda, e legenda, publicadas com a matéria

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