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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CARNAVAL
Tempo de Carnaval (8)

Dos bailes no Largo da Coroação aos patuscos da Dorotéia. E depois?...
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Em fevereiro de 1990, o jornal Diário Oficial - D.O.Urgente publicou um encarte especial com a história do Carnaval santista, que incluiu estas matérias:
 

Criado em 1945, o bloco Dengosas do Marapé perdurou até 1968, sendo um dos grandes vencedores dos concursos carnavalescos organizados na patuscada Dona Dorotéia
Suas fantasias eram baseadas nas roupas típicas de países como Japão, Itália, Cuba e Índia
Foto reproduzida no Diário Oficial de Santos em 4/2/2004

Velhas batalhas travadas a golpes de confetes

Conta Eneida, no seu A História do Carnaval Carioca, que a primeira grande Batalha de Confete organizada na antiga Capital Federal ocorreu em janeiro de 1907, por iniciativa do jornal A Gazeta de Notícias. A festa teve lugar na avenida Beira-Mar, na enseada do Botafogo, com a participação de grupos carnavalescos, automóveis e foliões avulsos, com prêmios para as fantasias mais luxuosas e espirituosas (adultos) e para o conjunto mais bem fantasiado (crianças).

No ano seguinte, 1908, houve batalhas de confete em todo o Brasil, antes mesmo do tríduo momístico, numa saudação à chegada do carnaval. A denominação da festividade se deveu ao emprego do confete em profusão; no final, o chão ficava atapetado.


Grupo de pierrôs no carnaval santista, cerca de 1930
Foto: Encarte D.O. Urgente, Santos/SP, fevereiro de 1990

Segundo, ainda, a jornalista Eneida, o confete chegou ao Rio de Janeiro nos idos de 1892, oriundo da Europa. De acordo com o jornalista Bandeira Júnior, em seu livro História do Carnaval Santista, há duas versões para a invenção do confete: a primeira é de que teria sido descoberto por um operário de uma impressora parisiense, quando um dia perfurava papéis e chamou-lhe a atenção a mistura dos disquinhos coloridos; outra versão é de que o confete teria sido inventado pelo engenheiro italiano Ettore Fenderl, em 1878, introduzindo-o pela primeira vez numa festa em Trieste.

A novidade do confete foi logo adotada pelo povo, transformando-se numa brincadeira divertida. Havia confete em rodelinhas de papel, recortados em estrelinhas, perfumados, além do finíssimo e caro confete de ouro, que embelezava as cabeças das mulheres e era atirado por elas nos foliões premiados.


Chavecada estudantil santista em 1934
Foto: Encarte D.O. Urgente, Santos/SP, fevereiro de 1990

Bandeira Júnior diz, em seu livro, que o confete foi introduzido no carnaval santista em 1894 e, a partir de então, foliões avulsos, grupos e cordões, blocos e ranchos carnavalescos já passaram a disputar suas Batalhas de Confete, nos bairros, com o incentivo de comerciantes da cidade e da orla, clubes e de jornais e emissoras de rádio da cidade nas primeiras décadas do século, quando os vencedores eram premiados com coroas, medalhas, taças, troféus e até com uma pequena soma em dinheiro.


Bloco Flor do Ambiente, com seus violões, no carnaval santista de 1931
Foto: Encarte D.O. Urgente, Santos/SP, fevereiro de 1990

Assim como no Rio de Janeiro, as Batalhas de Confete firmaram-se definitivamente como uma das tradições do carnaval. Dentre as mais famosas, podemos mencionar as da Rua General Câmara, do Gonzaga, do "Brooklin Santista" (Rua Campos Mello), do Marapé, Campo Grande ("Turma do Funil"), do Santo Antônio (Linha 19), Macuco (inclusive na Bacia), do Mercado, Vila Mathias e tantas outras.


Bloco Damas de 1830 que participou do primeiro baile do Santos Football Club, em 1926
Foto: Encarte D.O. Urgente, Santos/SP, fevereiro de 1990

Apesar da oficialização do carnaval santista, as Batalhas de Confete continuaram sendo realizadas nos bairros, com sucesso. Quando foram incluídas no calendário oficial, transformaram-se em meros desfiles ou mesmo em ensaios de rua, sem aquela empolgação de outrora.

O certo é que nas antigas batalhas de confete havia disputa e prêmios, motivo pelo qual as agremiações carnavalescas participantes (cordões, blocos, choros, ranchos e escolas de samba) se aprimoravam na apresentação, inclusive ostentando fantasias. Com a oficialização, passaram a ser promovidas como um desfile pré-carnavalesco nos bairros da cidade, decaindo de ano para ano. Hoje em dia é difícil de se ver um folião fantasiado por ocasião dos desfiles que antecedem o tríduo momístico. Até as baterias, que se apresentavam com seus integrantes fantasiados ou uniformizados, passaram a desfilar com o seu pessoal até sem camisa.

O tradicional bloco Chineses do Mercado foi criado em 1950
Foto reproduzida no Diário Oficial de Santos em 14/2/2003

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