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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Igrejas
As antigas igrejas santistas (2g)

Na edição de 24 de janeiro de 1983, o jornal santista A Tribuna publicou a matéria especial História e turismo nos templos, sobre as igrejas santistas, com texto de Beth Capelache de Carvalho e fotos de Arnaldo Giaxa e Francisco Dias Herrera:

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O órgão da Basílica de Santo Antônio do Embaré, em nogueira e marfim
Foto publicada com a matéria

Basílica do Embaré - A Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré fica localizada na Av. Bartolomeu de Gusmão, 32. Em frente, no jardim que separa as duas pistas da avenida, ergue-se uma estátua de bronze em homenagem a Santo Antônio, do escultor Luís Morrone. O monumento foi inaugurado em 1956. Sobre a basílica, há um excelente trabalho de alunos da Faculdade de História da Sociedade Visconde de São Leopoldo.

Segundo um relatório, assinado por Eduardo D'Avila Vilela, Jarbas D'Avila Vilela, Lorinda Cardoso da Silva, Celina Dias, Cristina Sonego e Maria José Gama, o templo em estilo gótico, admirado pela riqueza das cores, as ogivas e vitrais, originou-se de uma pequena capela mandada construir pelo Visconde do Embaré, Antônio Ferreira da Silva, em homenagem a Santo Antônio, em 1875.

A construção atual teve sua pedra fundamental lançada em 1930, e as obras foram concluídas em 1946. A igreja foi elevada à categoria de convento em 1943, e a Basílica Menor em 1953.

A fachada apresenta duas torres com pináculos, um sóbrio portal de madeira entalhada, tímpano esculpido em mármore com várias figuras simbólicas. No interior, sobre o portal, insere-se uma rosácea notável pela elegância do desenho. Os arcobotantes que sustentam a nave da igreja formam uma coroa circular com dezenas de capelas.

Tanto as quatro portas laterais como a principal são entalhadas em madeira; o pára-vento é mais decorado ainda, e bem maior que todas as demais portas. O interior da basílica, um pouco escuro devido às janelas pequenas, inspira intenso recolhimento, acentuado pelos arcos em linhas altas, os vitrais coloridos e os afrescos que cobrem toda a parede e o teto, executados por Pietro Gentili, em 1946.

São ainda notáveis os confessionários e todos os altares em madeira, confeccionados em Porto Alegre.

O majestoso órgão foi inaugurado em 1949, e construído por Henrique Lins, de Indaiatuba. A caixa é feita em madeira dois tons, observando o estilo gótico; apresenta desenhos e entalhes com hastes flexíveis, folhas e flores em nogueira e marfim. Dois anjos gigantescos, esculpidos em madeira, em tom escuro, colocam-se nas laterais.

O conjunto interior, coberto pela abóboda de arestas, dá sempre a impressão de calma e serenidade, com equilíbrio de volumes e um esplêndido efeito plástico. As pinturas são restauradas pelos próprios frades.Leva para a página seguinte da série


Basílica do Embaré é ponto de referência do bairro da orla
Foto: José Herrera, Decom/Prefeitura Municipal de Santos, Diário Oficial de Santos, 14/9/2002

Sobre a igreja, citou o Diário Oficial de Santos, em matéria sobre o aniversário do bairro (Embaré completa 127 anos na segunda-feira), em 14/9/2002:

"Apesar de ter sido consagrada Basílica, há 68 anos, a igreja nasceu junto com o bairro, já que suas origens estão ligadas a uma capela erguida por Antônio Ferreira da Silva Júnior, o Visconde de Embaré, em 19 de setembro de 1875. Ele foi o primeiro morador da região e o fundador da Associação Comercial de Santos, em 1870. Na chácara onde morava, em frente à praia, ele construiu a Capela de Santo Antônio do Embaré. O espaço religioso passou por transformações e ganhou a forma atual na década de 30, quando tornou-se a única Basílica do Município".


A antiga capela do Embaré, em 1922

Ainda em relação a esse templo, o Diário Oficial de Santos publicou, na coluna Memória Santista, em 25/7/2003:

Igreja do Embaré - Localizada na Av. Bartolomeu de Gusmão, 32, em frente à praia, a Igreja de Santo Antônio do Embaré era, no ano de 1875, uma capela que media apenas 12 metros do altar até a porta, construída por Antonio Ferreira da Silva, o Visconde do Embaré, entre terrenos de sua propriedade.

Com o falecimento do visconde em 1887, o lugar foi sendo abandonado e, 25 anos depois, já estava em ruínas. No ano de 1912, o padre Gastão de Moraes tornou-se reitor da capela, tratando de promover a sua reforma e dinamizando o movimento religioso.

Em 1915, a capela transformava-se numa igreja, medindo agora 23 m de comprimento por 6 m de largura. Em 1922, os frades capuchinhos ampliaram-na novamente.

A basílica que conhecemos hoje, erguida no lugar da antiga capela, teve sua pedra fundamental lançada a 13 de julho de 1930. Em abril de 1931 já estavam revestidas as torres e, em 1934, o altar-mor foi inaugurado. Porém, as obras só foram concluídas no ano de 1946, realizando-se no dia 7 de dezembro a solenidade de sagração, pelo bispo D. Idílio José Soares. No dia 13 de junho de 1949, o majestoso órgão da Basílica era inaugurado.

Em página Web matida em desde 1998 pela Prefeitura Municipal de Santos, há informações adicionais:

Santo Antônio do Embaré

O protetor das crianças, dos jovens, dos namorados, patrono de Portugal e da cidade de Pádua (Itália) e que também dá nome a vários municípios no mundo todo. Santo Antônio, cujo dia é celebrado no dia 13 (de junho), recebeu homenagem de Santos, com a construção de uma estátua na calçada em frente à Basílica de Santo Antônio do Embaré (Avenida Bartolomeu de Gusmão, 32). Isso foi em 1956, por ordem do ex-prefeito e devoto do Casamenteiro, Antônio Ezequiel Feliciano da Silva, que gastou na época Cr$ 150 milhões com a obra.

Basílica do Embaré
Foto: José Herrera, publicada com a matéria

Outra imagem, colocada logo na entrada da Basílica, também marca a fé pelo santo. E é a mesma que ficava na capela erguida pelo Barão do Embaré, em meados de 1874, ali mesmo na praia. Aliás, este antigo santuário, inaugurado em 19 de setembro de 1875, chegou a receber a nobre visita de D. Pedro II, em uma de suas passagens pela Cidade.

Voltando à imagem da igreja do Embaré, um fato misterioso marca sua história. Ela foi roubada em 23 de junho de 1967. Os devotos se apegaram, então, em Santo Antônio, para que a figura reaparecesse. Sete dias depois do sumiço, ela foi encontrada intacta, embrulhada em jornal, junto à faixa de areia, na Ponta da Praia. Para alguns, o episódio foi visto como milagre do santo.