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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - 1932
Imprensa e a Revolução de 1932 (1)

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Principal meio de informação, ao lado das emissoras de rádio, a imprensa paulista teve papel ativo e importante na mobilização popular. As publicações da época foram objeto de exposição realizada na capital paulista por ocasião do cinqüentenário daquele movimento constitucional, que ficou assim registrada pelo jornal A Tribuna, em 9 de julho de 1982:


Edição de 22 de julho de 1932 do jornal A Tribuna, com amplo noticiário do movimento
Foto publicada com a matéria

Exposição mostra a Imprensa na Revolução de 1932

SÃO PAULO (Sucursal) - A Associação Paulista de Imprensa abriu, ontem, na sua sede, na Capital, a Exposição da Imprensa Constitucionalista, com coleções e exemplares avulsos dos principais jornais que circulavam no Estado, na época da Revolução de 32, entre eles A Tribuna. O evento faz parte da comemoração do 50º aniversário do movimento.

A mostra tem como objetivos, segundo o jornalista Paulo Zingg, presidente da API, permitir a análise do enfoque profissional dado pela imprensa à revolução e sua evolução, nos últimos 50 anos: destacar a participação da imprensa escrita como elemento de mobilização da opinião pública e decisivo na deflagração do movimento de 32; e demonstrar a importância dos jornais como veículos que retrataram a realidade política e social da época.

Lembra Paulo Zingg que, em 1932, as emissoras de rádio "davam ainda seus primeiros passos, cabendo à imprensa escrita a tarefa de mobilizar e informar a opinião pública. A unânime contribuição dos jornais de São Paulo teve, portanto, importância extraordinária para o movimento".

A decisiva participação da imprensa para o Movimento Constitucionalista foi também enfatizada por Honório de Syllos, que, na abertura da exposição, discursou em nome dos jornalistas de 32. Colaborador de A Gazeta, então um dos mais importantes jornais da capital, Syllos integrou, durante a revolução, o destacamento do coronel Tenório de Brito, do setor Sul, que avançou até Bury. A unidade tinha como objetivo final evitar que "as tropas ditatoriais passassem por Itararé, rumo a São Paulo". As crônicas de campanha que enviou para A Gazeta foram posteriormente reunidas no livro Itararé, Itararé.

Jornais - As manchetes dos jornais de 32, em exposição na sede da Associação Paulista de Imprensa, demonstram entusiasmo incondicional pela causa constitucionalista. Na edição de 22 de julho de 1932, A Tribuna circulou com a seguinte manchete, ocupando a parte superior do jornal em toda sua extensão: "As tropas paulistas marcham de triunfo em triunfo".

Outros jornais, igualmente, incentivaram o movimento com o farto noticiário e manchetes emocionadas: Correio de São Paulo de 15 de julho: "Rádios argentinos anunciam o levante no Sul"; Estado de São Paulo, de 30 de setembro: "Armistício entre os exércitos combatentes"; Folha da Manhã, de 12 de julho: "O entusiasmo da mocidade paulista pelo movimento constitucionalizador"; Folha da Noite, de 10 de julho: "O sr. Pedro de Toledo será aclamado presidente de São Paulo às 15 horas, no Palácio da Cidade"; A Gazeta, 11 de julho: "De São Paulo partiu o brado da independência; de São Paulo parte, agora, o brado pela Constituição"; Diário de São Paulo, 11 de julho: "O sr. Pedro de Toledo foi aclamado, ontem, governador de São Paulo".

Há, ainda, exemplares do Correio Popular (de Campinas), A Cidade (de Ribeirão Preto), Diário Nacional, A Platéia e Diário Popular, além do Nove de Julho, jornal clandestino editado no Rio de Janeiro e que circulou três vezes por semana, durante o movimento.

Não apenas o noticiário tinha a revolução como tema de relevância, mas também os anúncios refletiam o espírito de rebelião e as operações de preparação para a disputa bélica. Em sua primeira página, destacado por fios horizontais bem grossos, o Correio de São Paulo trazia o seguinte anúncio, com um título em letras garrafais: "O almoxarifado da Secretaria da Justiça e da Segurança Pública precisa, com urgência, de alfaiates e costureiras para a manufatura de peças de brim". Tais peças, logicamente, eram fardas para novos contingentes que partiriam para o interior do Estado "em missão de guerra".

 

Veja mais:
Jornais de 32

A revolução, na imprensa santista [01] [02] [03] [04]

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