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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TRANSPORTES
Trólebus, a caminho de seu final (2)

Em 1983, o serviço de trólebus passava por uma fase de revitalização, com um projeto inovador de construção de veículos híbridos, desenvolvido em Santos mesmo, nas oficinas da Companhia Santista de Transportes Coletivos (CSTC), como registrou o jornal santista A Tribuna, na edição de 10 de março de 1983:


O veículo presta serviços no transporte de passageiros
Foto publicada com a matéria
(veículo procedente da Rua D. Pedro II, esquina da R.General Câmara, entrando na Praça Mauá)

CSTC põe trólebus híbrido na linha 4

Já está circulando na Linha 4 (Praça Mauá-Ponta da Praia, via Conselheiro Nébias e Epitácio Pessoa) o trólebus de prefixo 800, concebido e montado nas oficinas da Vila Matias. Custou cerca de Cr$ 10 milhões (preços de 1982) e nos últimos 30 dias passou por todos os testes práticos de tráfego, inclusive recebendo superlotação em horários de rush.

O protótipo 800, que o pessoal da CSTC apelidou de híbrido, foi desenvolvido quase às escondidas na mesma oficina que procede a reforma dos antigos trólebus italianos, dentro do Programa de Revitalização do Sistema de Trólebus, da EBTU (N.E.: Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, federal). Sem qualquer divulgação, a CSTC adquiriu por Cr$ 3 milhões um chassi da Saab-Scania e, ao mesmo tempo, encomendou à fábrica Marcopolo, de Caxias (RS) uma carroçaria especial com estrutura de aço, para longa durabilidade, pré-idealizada com base nos trólebus e ônibus do tipo Padron, que a própria Marcopolo fabrica.

Quando a carroçaria semi-acabada chegou à Vila Matias, começou então o verdadeiro projeto de montagem do protótipo, no qual foram empregados peças e componentes remanescentes do programa de reforma dos elétricos. O grande motor, ou de tração, foi reaproveitado, de antigos trólebus, depois de recondicionado. Os componentes elétricos restantes vieram da Villares, também fornecedora dos trólebus de fabricação nacional.

Internamente, o híbrido recebeu acabamento normal, sem o luxo e a sofisticação dos trólebus da série 1.000 e dos ônibus Padron, mas o piso é de compensado naval, considerado de vida longa, e os bancos são bastante confortáveis e resistentes. Externamente, a diferença entre o protótipo 800 e os trólebus da série 1.000 são as portas: foi suprimida a saída central, inadequada para o transporte coletivo de Santos, e nesse espaço reaproveitado colocadas janelas e bancos.

O projeto - O híbrido possui comando eletro-pneumático, igual ao dos antigos trólebus, que funcionam há 20 anos em Santos e praticamente dispensam manutenção. Segundo Milton Moraes, diretor-presidente da CSTC, o protótipo 800 foi submetido à área técnica da EBTU e recebeu aprovação e estímulos para desenvolvimento, e também a anuência do prefeito Paulo Gomes Barbosa, que se disse entusiasmado pela iniciativa.

"Se a CSTC dispor de recursos - disse ele - poderá fabricar um novo trólebus, igual ao 800, em 90 dias, praticamente sob o mesmo custo do protótipo. Numa linha de montagem, que está pronta para ser acionada, inclusive com componentes e ferramentaria adequada, poderão ser fabricados dez veículos de uma só vez, em 90 dias, com pequeno desdobramento da mão-de-obra e custo igual atualizado na inflação".

Mas a grande diferença a CSTC não esconde: um trólebus da série 1.000, dotado de comando eletrônico e incorporando grande tecnologia, custa cerca de Cr$ 45 milhões; o híbrido custou Cr$ 10 milhões no ano passado e hoje não custaria Cr$ 20 milhões, mesmo considerando a máxi e a correção monetária. Para a CSTC, que está tentando viabilizar o programa da linha de montagem, a durabilidade de ambos é idêntica.

Trólebus prefixo 600, com carroceria Marcopolo, na linha 4 e no mesmo local (Praça Mauá)
Foto publicada no Jornal da Orla, de 23 de janeiro de 1983

 


Em abril de 1967, na confluência da Avenida Afonso Pena (ainda com chão em areia) com o Canal 5, vê-se em primeiro plano o trólebus da linha 45 (Avenidas Conselheiro Nébias e Afonso Pena). Os outros dois estão alinhados no ponto final da linha 5, sobre o Canal 5
Foto divulgada no site Orkut pelo internauta santista Emilio Sergio Pechini,
página consultada em 2/8/2006