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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Clubes
O clube dos radioamadores (2)

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Sobre a atividade dos radioamadores, publicou em sua edição de 31 de agosto de 2006 o jornal santista A Tribuna, nas suas edições impressa e eletrônica:
 


Luiz Alves está na categoria A desde 1982
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

COMUNICAÇÃO
Quinta-feira, 31 de Agosto de 2006, 08:20
Evolução tecnológica não desanima radioamadores

Da Reportagem

Em tempos de evolução tecnológica desenfreada, onde a cada dia surgem novos equipamentos sofisticados de comunicação, fica difícil imaginar que ainda existam pessoas que utilizem aparelhos de radioamadores, para se comunicar com outros estados. Isso ainda é uma realidade para um grupo que atua na Baixada Santista, com equipamentos e antenas devidamente autorizados e fiscalizados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O Grêmio de Amigos da Baixada Santista do Radioamador e Faixa do Cidadão foi fundado em 1985. Presidida por Luiz Alves Arruda, o Lula, a entidade é, na verdade, uma desculpa para reunir periodicamente os aficcionados pela modalidade de comunicação, que, apesar de ser mais cara do que os meios mais convencionais, ainda é bastante útil em áreas afetadas por catástrofes ou que só se alcança por navegação marítima. Na Baixada, estima-se que haja cerca de 500 pessoas com aparelhos. No País, esse número pode estar em torno de 10 mil pessoas.

Lula atua desde 1982 na chamada categoria A, que permite usar um número maior de freqüências. Desde então, foram mais de 13 mil contatos via rádio. "Já falei com gente dos Estados Unidos e até de países europeus. Mas o número maior é de brasileiros dos mais variados estados".

Para conseguir a licença da categoria C, é preciso passar por um curso ministrado pela Anatel na Capital. Somente depois de um determinado período nessa categoria é que o radioamador pode passar para as demais classes B e C. O interessado aprende até a linguagem telegráfica (o antigo código Morse) universal.

"Vale ressaltar que a Anatel monitora o uso do equipamento periodicamente. Se um aparelho da classe A for regulado de forma errada, pode interferir em transmissões de televisão ou mesmo em pequenos equipamentos eletrônicos, como um marcapasso instalado em um paciente cardíaco, por exemplo. É uma responsabilidade muito grande", alertou Lula.

O custo do equipamento, segundo ele, pode variar em torno de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil para as freqüências da categoria A e até R$ 1,5 mil para as demais (B e C).

Pela Internet - Como não poderia deixar de ser, o radioamador também está invadindo a Internet. Já há o chamado eco-link, que permite que os radioamadores possam se comunicar também utilizando o sistema virtual. "Não é a mesma coisa que um chat, porque é preciso estabelecer um tipo de freqüência e ter equipamentos compatíveis para este tipo de transmissão", disse Lula.

Sobre o serviço prestado à comunidade, ele ressalta as participações em campanhas sociais de arrecadação de agasalhos. "Em eventos com participações de um grande volume de pessoas, nós também costumamos nos colocar à disposição para ajudar na comunicação em grandes distâncias, por exemplo", assinalou.

O desafio maior está no estabelecimento da comunicação com alguém localizado em um ponto distante. "Não há um prazer maior em conseguir falar com uma pessoa de outro estado ou País. Cria-se um laço forte de amizade, porque quem está se comunicando por esse sistema realmente gosta do que faz".

Quem quiser conhecer melhor a história do Grêmio de Amigos do Radioamador da Baixada Santista pode acessar o site oficial da entidade na Internet, no endereço www.gas.org.br.


Thomas Carlsson, na atividade desde a década de 60, ajudou tripulação de navio chinês
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

Quinta-feira, 31 de Agosto de 2006, 08:21
Sueco acredita na preservação da atividade

O engenheiro sueco Thomas Carlsson, que atualmente reside em Santos, é radioamador desde a década de 60. E revela que passou por uma experiência marcante ao auxiliar uma embarcação da China que estava em perigo durante uma tempestade no Oceano Pacífico.

O fato aconteceu no ano de 1976, quando Carlsson recebeu uma chamada de integrantes da tripulação do navio Taiki, procedente de Hong Kong. Nessa época, ele morava na Malásia. "Eles estavam tentando um contato via rádio falando em idioma sueco. Como era a língua de minha terra natal, foi fácil compreender o que estava acontecendo".

Carlsson repassou a mensagem para as autoridades marítimas mais próximas da área e a tripulação foi resgatada com vida. "Foi algo que dificilmente esquecerei. Percebi o quanto esta atividade pode ser útil para as pessoas". Ele lembrou que algumas áreas atingidas pelo maremoto na Indonésia praticamente só se comunicavam através do rádio. "Por isso é que eu acho que vai ser difícil acabar com este tipo de comunicação".

Carlsson também coordenou a 5ª Competição Mundial de Radioamadores realizada em julho deste ano, em Florianópolis, com o aval do Ministério da Cultura. O evento reuniu mais de 100 participantes.

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