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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TECON (5)
As instalações inauguradas em 1981

Terminal tinha então 320 mil m² e 510 metros de cais

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No dia 1º de setembro de 1981, no caderno semanal Marinha Mercante em Todo o Mundo, publicado no jornal O Estado de São Paulo, o editor de Novo Milênio registrava a inauguração do Terminal de Conteineres da Margem Esquerda do Porto de Santos (Tecon), ocorrida no domingo anterior, 30/8/1981:


Portainer inicia a movimentação do conteiner
Foto publicada com a matéria

Os portainers...
... e o terminal

Com 51 metros de altura - o equivalente a um edifício de 12 andares -, os dois portainers são considerados as vedetes do novo terminal, por sua grande estrutura, visível de longe. Construídos pela empresa Bardella, com tecnologia da Mitsubishi e participação da Telemèchanique na parte elétrica, os portainers dispõem de componentes altamente sofisticados, que medem inclusive a umidade relativa do ar e a velocidade do vento. Entretanto, cada portainer é controlado por um único operador.

Destinado à movimentação de conteineres padronizados de 20 e 40 pés, bem como de 30 pés (padrão não aceito no Brasil), cada portainer pode elevar conteineres de até 35 toneladas, ou até 42 toneladas de cargas em geral ou tampa de escotilha. Pode descarregar até 20 conteineres de 40 pés por hora, com uma capacidade bruta de elevação de 46 toneladas.

O alcance máximo da lança na direção do mar é de 35 metros, havendo entre os trilhos um vão de 18 metros e um recuo máximo de 16 metros. A viga do porta-conteiner pode ser elevada até 23 metros acima do trilho. A carga é elevada à velocidade de 35 metros por minuto, e desce a 80 metros por minuto. A translação do carro é de 125 metros/minuto e a translação do guindaste é de 45 metros/minuto. O comando das operações é feito de uma cabina móvel, fixa ao carro.

O portainer utiliza força elétrica trifásica de 4.160 volts e 60 hertz, e seus principais movimentos são em corrente contínua: elevação principal, 280 kw; translação do carro, 80 kw; translação do guindaste, 8x15 kw; elevação da lança, 75 kw. O portainer pesa 534,2 toneladas e funciona sobre trilhos perfil TR-68 da CSN, possuindo 32 rodas, com reação máxima de 40 toneladas/hora. Opera mesmo com vento de até 65 quilômetros/hora, e suporta tempestade máxima de 160 quilômetros/hora. Tem um regime de funcionamento de até 20 horas por dia, possui freio eletromagnético de corrente contínua na elevação principal e da lança, e freio eletro-hidráulico na translação do carro e do guindaste.

O portainer possui dispositivos de travamento da lança, quando estiver levantada (o que ocorre durante as operações de atracagem e saída do navio), e também há controles de intertravamento que atuam para impedir operações incongruentes, como a liberação do conteiner quando este está içado. E o spreader, que faz o engate no conteiner, dispõe de sistemas que evitam o balanço da unidade e facilitam o encaixe.

O sistema foi ajustado para operar com conteineres colocados em posição longitudinal no navio, mas se estes tiverem sido estivados em posição transversal, também podem ser movimentados, com a troca do spreader por um sistema de cabos - processo que demora cerca de 30 minutos. Para o trabalho noturno, há 15 projetores de 700 watts.


Portainer coloca o conteiner a bordo
Foto publicada com a matéria

O terminal - Em condições de movimentar cerca de 140 mil conteineres por ano, o novo terminal santista será administrado pela Codesp, autora do programa operacional, que inclui controles computadorizados. As obras civis do terminal foram contratadas pela Portobrás e executadas pela Construtora Ecisa - Engenharia, Comércio e Indústria S.A.

O projeto foi elaborado pelo consórcio Sondotécnica Engenharia de Solos S.A./Intecsa - International de Ingenieria y Estudios Tecnicos S.A., e com a Bardella S.A. Indústrias Mecânicas (para os portainers), participando ainda a Cetenco Engenharia S.A. na construção do ramal ferroviário, em que também participou a Construtora Norberto Odebrecht S.A.

O terminal ocupa uma área de 320 mil metros quadrados na margem esquerda do Estuário, ao Norte das instalações para movimentação de fertilizantes de Conceiçãozinha.

Apresenta as seguintes características: 510 metros de cais, compostos de uma plataforma de concreto protendido de 14.250 metros quadrados, apoiada sobre 44.770 metros de estacas tubulares de concreto protegido com 80 centímetros de diâmetro e comprimento variando de 46 a 52 metros. A plataforma tem 27 metros de largura e o cais 13 metros de profundidade. Possui uma cortina de estacas-prancha no total de 15.885 metros quadrados, diques e enrocamentos com cerca de 300.959 toneladas, 1.675.000 metros cúbicos de aterros diversos, 316,2 mil metros quadrados de pavimentação, sendo 180 mil metros executados em placas pré-moldadas de concreto, dimensionadas para as cargas de rolamento dos veículos transportadores de conteineres, e o restante em pavimentação asfáltica.

O terminal conta com dois armazéns de inspeção com área de 3.150 metros quadrados cada um; dois edifícios para escritórios e administração, anexos aos armazéns de inspeção, com área de 6.326,08 metros quadrados; um armazém de consolidação com nove mil metros quadrados; dois reservatórios de água, sendo um semi-enterrado e outro elevado, com capacidade total de 5,8 milhões de litros; prédios para os serviços de apoio (Corpo de Bombeiros, Polícia, Pronto-Socorro, oficina para reparos de equipamentos, portaria e outros); instalações completas dse drenagem, esgoto, hidráulicas, energia elétrica, comunicações, estação de tratamento e bombeamento de esgoto; acesso rodoviário e pátios de estacionamento para 186 carretas em área pavimentada; dois ramais ferroviários em bitola mista, ligando o terminal ao acesso ferroviário da margem esquerda do Porto de Santos; linhas férreas para os porta-conteineres e para o portainer.


As instalações do Tecon, em folheto da Empresa de Portos do Brasil (Portobrás), em 1981

 1) Pátio para depósito de conteineres
 2) Pátio rodo-ferroviário
 3) Armazém de consolidação
 4) Armazém de inspeção
 5) Prédio de escritórios
 6) Oficina de reparação
 7) Subestação
 8) Ponte de inspeção rodoviária
 9) Ponte de inspeção ferroviária
10) Controle e informações
11) Reservatório elevado e enterrado
12) Estação de tratamento de esgoto
13) Pronto-socorro
14) Bombeiros e polícia
15) Estacionamento
16) Porteiner
17) Quadra para estacionamento de conteineres frigoríficos


Página de folheto bilingue promocional do Tecon, distribuído pela Portobrás


Seção típica do cais do Tecon, em planta da construtora Ecisa



Perspectiva geral do Tecon, em planta da construtora Ecisa

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