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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CIDADE FESTIVA
Bandas musicais santistas

Esta matéria foi publicada no Almanaque de Santos - 1971, editado naquele ano pelo falecido jornalista Olao Rodrigues (edição: Ariel Editora e Publicidade, Santos/SP; impressão: W. Roth & Cia., S.Paulo/SP):


A banda de música do Corpo de Bombeiros, em 1902: 
Foto publicada na edição especial da Revista da Semana/Jornal do Brasil de janeiro de 1902

Bandas musicais do passado santista

Neste breve registro, não nos deteremos sobre a atividade artístico-social das bandas de música que deram alegria aos santistas, nem mesmo sobre sua generalidade. Quase todas as corporações musicais eram particulares. Muitas fizeram sucesso pelo equilíbrio de execução, quantidade de figurantes e aptidão de regência, exibindo-se até fora do Município. Houve época em que contávamos com 3 ou 4 bandas, de onde se conclui que nesse setor artístico-cultural regredimos nos dias de hoje, pois apenas dispomos de uma corporação civil, a Carlos Gomes, que vive mais por abnegação dos integrantes e dedicação íntima da diretoria.

Não se pode falar de Arte Musical sem evocar as figuras de André Moura e seus filhos Luís Arlindo da Trindade e Manuel Joaquim da Trindade. Foram eles os grandes artistas da história musical de Santos. Luís Arlindo da Trindade, por exemplo, tornou-se elemento popular na Cidade como músico e professor. Com a sua Luso-Brasileira, ou como regente de orquestra, participou das grandes e pequenas festividades religiosas e cívicas que se realizaram nas derradeiras décadas do outro século (N.E.: século XIX).

A Família Trindade, a que se integraram outros descendentes, faz jus à consagração pública pela vinculação e adiantamento da nossa Arte da Música.

Eis as bandas musicais que em diferentes períodos, entre outras, preponderaram no Município: Banda Musical 15 de Abril, Sociedade Musical Luso-Brasileira, Sociedade Musical União dos Artistas, Sociedade Musical Lusitana, Banda Colonial Portuguesa, Banda da Sociedade União Portuguesa, Banda da Companhia Construtora de Santos, Banda da Guarda Nacional, Banda do Tiro de Guerra 11 e Banda do Tiro de Guerra Docas de Santos.

Além dessas corporações particulares, muito se distinguiu a Banda Musical do Corpo Municipal de Bombeiros.

Atualmente, no setor oficial, dispomos da banda musical do 6º Batalhão da Força Pública, que agora se transformou em 6º Batalhão da Polícia Militar com a incorporação da Guarda Civil do Estado. Como sociedade particular, repetimos, a Cidade conta com a Carlos Gomes, regida pelo Maestro Inácio Pinto de Sousa e presidida pelo dr. José Lopes Garcia.

O Escolástica Rosa sempre dispôs de uma banda juvenil, formada pelos alunos.

Banda do Corpo de Bombeiros - A banda musical do Corpo de Bombeiros foi glorioso patrimônio artístico-cultural de Santos. Com a transferência da corporação para o Estado, em 1942, os músicos, ou parte deles, ingressaram na Banda do 6º BP da Força Pública, que é a única de categoria militar que possuímos. Aliás, a maioria dos músicos que iniciaram a Banda dos Bombeiros de Santos era remanescente da banda congênere de S. Paulo, que pouco antes se havia extinguido. Nossa banda chegou a contar o efetivo de 40 executantes, por isso considerada a primeira do País.

Foi ela criada em setembro de 1899 pelo intendente Adolfo Vaz Guimarães, compondo-se inicialmente de 25 executantes. O Corpo Municipal de Bombeiros tinha quartel na Av. São Francisco, esquina da Rua Riachuelo, onde foi construída sala para os ensaios da Banda, que teve como primeiro regente o tenente Aurélio da Silva Prado, nomeado em 6 de outubro de 1899.

No dia 15 de novembro de 1899 houve festa no quartel. E pela primeira vez, a banda musical saiu à rua, em alvorada, por volta das 4 horas, realizando à noite do mesmo dia, no jardim da Praça dos Andradas, a primeira retreta, que foi aberta e encerrada com o Hino Nacional.

Nesse mesmo ano, a Banda dos Bombeiros exibiu-se fora de Santos, empreendendo a primeira excursão. Foi à cidade de Itu, por ocasião da festividade comemorativa da passagem do século.

A Banda Musical do Corpo de Bombeiros, que se manteve em atividade durante quase 50 anos alegrando os santistas, é hoje uma saudade ou recordação triste de um bem que não volta mais, extinto nas cinzas do tempo...


Banda comandada pelo Mestre da Banda 2º Tenente Garofallo, em 1939
Foto enviada a Novo Milênio por Ary O. Céllio, de Santos/SP


Banda comandada pelo Mestre da Banda Ignácio Pinto de Souza, em 1945
Foto enviada a Novo Milênio por Ary O. Céllio, de Santos/SP


Banda comandada pelo Mestre da Banda Donato Pinho Junior, em 1956  
Foto enviada a Novo Milênio por Ary O. Céllio, de Santos/SP