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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MADEIRENSES
Madeirenses em Santos (3-E)

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Quando habitantes da montanhosa ilha da Madeira resolveram migrar para o Brasil, encontraram na região de Santos um dos melhores lugares, a começar pelo nome da ilha, São Vicente, que recordava localidade homônima em seu arquipélago do meio do Atlântico. Além disso, ilustres patrícios já os antecederam, trazendo na bagagem os instrumentos e as técnicas para a usinagem do açúcar e o preparo do vinho, além de atuarem como entreposto no comércio entre Brasil e Portugal.

E, em Santos, as encostas dos morros lembraram também sua montanhosa terra natal. Em terras santistas, a colônia madeirense ficou conhecida por suas festas e pelas bordadeiras, que continuaram em terras brasileiras as técnicas ancestrais que deram fama à sua ilha.

Esse é o tema de um livrete editado em 1992 pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Santos, com apoio da Comissão Municipal de Folclore e Artesanato, em trabalho escrito por Francisco Ribeiro do Nascimento, com ilustrações de Lauro Freire, capa de Eugênio Lara e fotos do arquivo do Diário Oficial/D.O.Urgente, Casa do Folclore, Assessoria de Comunicação/PMC e Tadeu Nascimento:

BORDADOS DA MADEIRA NOS MORROS DE SANTOS [5]
A origem

O que é esse bordado de que tanto se fala?

Trata-se de bordado sem fios contados. Ou simplesmente bordados livres, permitindo à artesã maior criatividade, enquanto os bordados de fios contados de outras regiões de Portugal, considerados populares, limitam o trabalho a padrões inalteráveis. São originários da Costa Sul da Madeira e, em 1881, tiveram grande desenvolvimento, com o estabelecimento de casas exportadoras alemãs no Funchal, capital da Ilha.

O bordado em questão apareceu pela primeira vez em público por volta de 1850, quando o Governador Civil do Funchal promoveu ampla exposição dos principais produtos madeirenses. Entre esses, não podia faltar o seu bordado, que, de tão belo, provocou a admiração e o entusiasmo dos presentes.

Há notícias oficiais da existência do aludido tipo de bordado em documentos de 1572, quando se editaram os famosos volumes de "Os Lusíadas", que imortalizaram Luiz de Camões.


Motivo para jogo de cama: pontos crivo, bola, viúva e recheio


Toalhas de bandeja: matiz, cheio e viúvas


Toalhas de banquete: richeleau, cheio, haste e bola


...haste, cheio, crivo e bolas


...cheio, haste e bola


Pontos richeleau, cheio, haste e bolas


...cheio, crivo, haste, bola e viúvas


...matiz e haste

Classificação dos bordados manuais tradicionais portugueses quanto à execução   Bordados de fios contados   Bordado em que os pontos cobrem completamente o tecido   Tapeçaria: Arraiolos, Ilha da Madeira
     
Bordado em que os pontos não cobrem completamente o tecido   Crivo: Guimarães, Nisa Açores, Viana do Castelo, Baixo Minho

Ponto de cruz: Minho

Tule: Minho, Douro, Beira Litoral

Rede de nó: Felgueiras

         
Bordados sem fios contados ou bordados livres   Matiz: S. Miguel, Castelo Branco

Branco: Ilha da Madeira, Tibaldinho, Viana do Castelo, Guimarães

Fantasia: Viana do Castelo, Caldas da Rainha

Fonte: Livro Bordados e Rendas de Portugal - Col. Educativa, Ministério da Educação Nacional - Lisboa, Pág. 22

Pontos básicos

Fundamentalmente são três os pontos de bordar: cordão, bastido e caseado. Como derivados existem: o ilhó, a folha aberta e o ponto oficial.

O ponto de cordão consiste em cobrir uma linha de desenho ou risco com a linha de bordar.

Bastido (ponto cheio) destina-se a preencher, com linha de bordar, determinada superfície, destacando o relevo

Caseado é um dos pontos mais antigos e mais empregados no bordado da Madeira, é empregado sempre que se tem de contornar ou orlar qualquer porção de tecido a retirar ou recortar; também é conhecido pela designação de ponto de recorte.

Além destes pontos, existem os especiais: pesponto, arrendado, pé (pé de flor ou corda), remendo, sombra (ou revés), francês, ponto Ana, escada, cruz, Ana e bainha. (3)

"Ferramentas" de trabalho das bordadeiras

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