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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CINEMA
O cinema em Santos (15)

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As transformações sofridas pelo Cine-Teatro Júlio Dantas (assim denominado em homenagem a esse escritor português) - alugado pelo Real Centro Português e depois retomado, sendo recriado no endereço ao lado da antiga localização - são o tema do jornal-laboratório Entrevista, da Faculdade de Comunicação de Santos/Unisantos, na seção HiperTexto, publicada na Internet em junho de 2006:
 

Cine Júlio Dantas
Fotos: Ricardo Antunes e Fernanda Frias, em 30 de maio de 2006, publicadas com a matéria

HiperTexto
Declínio do Centro não abala o Júlio Dantas

Por: Milene Rios em: 06/06/2006

Em 1979, o Cine Júlio Dantas abria suas portas. Hoje, 27 anos depois, ainda faz parte do cenário mais tradicional do Centro de Santos e da história da Cidade. Além do Cine Roxy, o Julio Dantas é o único que resistiu durante todos esses anos, mas poucos conhecem a sua trajetória e como ele chegou até aqui.

Na década de 70, a penetração da televisão obrigou boa parte dos cinemas, principalmente os de bairro, a encerrar suas atividades. Assim como aconteceu com o Teatro Coliseu, a solução encontrada para o Cine Júlio Dantas foi a exibição de filmes pornográficos, que rende até hoje uma freqüência média de 90 pessoas por dia.

Em 1995, o espaço alugado na Rua Martim Afonso, 137, foi devolvido e o cinema resistiu a mais um obstáculo. O Cine Júlio Dantas foi adaptado no terreno ao lado da antiga casa, no número 139, onde ainda está localizado. Na época, a maior dificuldade não era reabrir as portas, mas achar uma maneira de manter o público e atrair novos freqüentadores.

O gerente Armênio Antunes, que há 11 anos acabava de assumir o cinema, teve a idéia então de abrir, na parte da frente, uma sex shop. Outra inovação foi o atendimento a domicilio, que recebe por dia cerca de 12 pedidos. "Foi uma maneira que encontramos de evitar o constrangimento e atingir os clientes que muitas vezes deixam de comprar por vergonha", afirma Armênio.

Outro motivo pelo qual o cinema se mantém é a constante preocupação em exibir novidades do mercado e o conteúdo forte dos filmes exibidos. "Grande parte dos filmes eu vou buscar em São Paulo e durante a semana temos no mínimo quatro títulos diferentes para o público", diz o gerente. Hoje, grande parte deste público é formada por idosos, o que justifica a maior freqüência no período da manhã. A entrada custa R$ 6,00 e para garantir esse público, assim como os estudantes, pessoas acima de 60 anos pagam meia entrada. As exibições são diárias, das 11 h às 21 h.

O próximo projeto do Cine Júlio Dantas é implantar cabines de strippers, que já são famosas em cinemas da Europa. "No Rio de Janeiro existe um projeto semelhante a esse que está dando muito certo", diz Armênio. Segundo o gerente, nas cabines não existe o contato sexual, apenas a dança, e as mulheres tem a identidade preservada. A princípio, cada exibição terá duração de três minutos e custará R$ 7,00, mas ainda não há previsão para o início da novidade.

História - Em 1956, o Real Centro Português transformou seu salão-teatro no Teatro Júlio Dantas, que surgia como uma das casas teatrais mais confortáveis da Cidade e passou a abrigar grandes espetáculos de autores de renome. Entre eles, o homenageado Júlio Dantas, teatrólogo português que teve suas principais obras encenadas no palco da casa.

Em meados dos anos 70, o aluguel do teatro para a Empresa Cinematográfica Haway Ltda. e para a Cinemas de Santos foi a solução encontrada para as dificuldades financeiras sofridas pelo Centro Português. Era o fim de uma era cultural intensa, que marcou a história da instituição e o nascimento de mais um cinema da cidade, o controvertido Cine Julio Dantas.

No início de 2016, o Cine Júlio Dantas mudou novamente de endereço, para a Avenida São Francisco, 195, mantendo a programação de filmes para adultos:


O cinema, em seu novo endereço na Avenida São Francisco
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 8 de março de 2016

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