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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESTRADAS
Cargas, da cremalheira para a esteira (2)

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Esta matéria foi publicada em 11 de abril de 2006 pelo jornal santista A Tribuna:
 

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CORREIA TRANSPORTADORA
MRS estuda revitalizar Paranapiacaba

Da Reportagem

A concessionária MRS Logística planeja desenvolver um plano de restauração dos imóveis históricos da Vila de Paranapiacaba, em Santo André, na Serra do Mar, como parte do programa de compensações para a construção de um sistema de esteiras planejado para dobrar a capacidade de transporte da empresa em direção ao Porto de Santos. O pedido foi feito pelos moradores do local durante a primeira audiência pública para debater o projeto.

A plenária, realizada na última terça-feira, foi coordenada pelo Conselho Estadual de Meio-Ambiente (Consema), órgão ligado à Secretaria de Meio-Ambiente do Estado, que avalia se as obras de impacto no ecossistema merecem ser autorizadas. Esse tipo de evento consta na legislação ambiental para que as comunidades próximas ao traçado possam opinar sobre o projeto. Uma outra audiência está prevista para acontecer hoje, às 17 horas, na Prefeitura de Cubatão.

O sistema de correia transportadora é considerado uma alternativa para a ampliação do escoamento de cargas via ferrovia no Porto de Santos. O conjunto de esteiras de 18 quilômetros de extensão, que atravessa a Serra do Mar, irá receber os carregamentos de minério de ferro (cerca de 5 milhões de toneladas por ano, destinadas à Cosipa) que atualmente são levados pela linha férrea explorada pela MRS. Conseqüentemente, permitirá à concessionária captar novas carga para seus trens, atraindo artigos hoje movimentados nas rodovias.

De acordo com o projeto da MRS, para chegar à Baixada Santista, o minério de ferro será embarcado no pátio ferroviário da empresa, no município de Campo Grande, e levado até a siderúrgica, em Cubatão.

O novo modal também receberá ainda 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro, que atualmente chega à siderúrgica por caminhões.

Com isso, a correia será utilizada para a movimentação de cerca de 6,5 milhões de toneladas por ano, entre granéis e contêineres. A obra custará R$ 120 milhões, e deverá demorar um ano e meio.

De acordo com o gerente de comunicação da MRS, Rodrigo Barbosa, a reivindicação dos moradores de Paranapiacaba já era prevista pela empresa, tanto que o projeto do sistema de esteiras inclui o programa de Musealização Ferroviária. "A população pediu que fosse incluída nesse programa a incorporação de alguns imóveis da Vila. Isso vai ter que ser detalhado pelo Iphan, pelo Condephaat e pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, mas o projeto já assumiu esse compromisso", revelou.


Concessionária é uma das duas empresas ferroviárias da região
Foto: Carlos Nogueira, em 3/10/2005, publicada com a matéria

Empregos - Barbosa anunciou também que a concessionária ferroviária deverá contratar cerca de mil trabalhadores para a construção da correia, que ocupará o mesmo trecho onde funcionou o sistema funicular, entre 1901 e 1985 (serviço de transporte secundário à linha férrea). "A MRS vai tomar o cuidado de aproveitar a mão-de-obra local para que não haja instalações provisórias e para que os trabalhadores possam se deslocar diretamente de casa para o serviço. Essa era uma das preocupações da população na audiência", argumentou.

A concessionária ferroviária deverá escolher trabalhadores que residam apenas entre Campo Grande e Cubatão. Porém, se a empresa não encontrar profissionais especializados para a atividade, esses postos serão ocupados por moradores de outras localidades. "Mas eles ficarão na rede de hotéis e de pousadas da região, justamente para não criar canteiros", explicou o gerente, ao informar que somente 5 pessoas serão utilizadas na manutenção e operação do sistema, quando pronto.

Consema - Segundo o secretário executivo do Consema, Germano Seara, não há previsão da liberação ambiental da obra. Ele disse que diversos pareceres de órgãos interferentes na execução dos trabalhos deverão ser entregues ao Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Daia), que o submeterá aos conselheiros do órgão licenciador para análise final.

"O empreendedor terá que apresentar uma proposta ao Daia, que, por sua vez, irá encaminhar para a Câmara de Compensação Ambiental da Secretaria de Meio-Ambiente do Estado. Esse departamento vai emitir um parecer ao Consema, que decidirá se deve ou não permitir a construção", explicou Seara.

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