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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - INSEGURANÇA
Fogo! A Baixada Santista corre perigo? (B-11)

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De 16 de dezembro de 1984 a 1º de janeiro de 1985, o jornal santista A Tribuna publicou uma série especial de reportagens, Roteiro da insegurança, sobre os riscos a que estavam expostos os habitantes da Baixada Santista.

Esta matéria foi publicada no dia 29/12/1984:
 
 

ROTEIRO DA INSEGURANÇA - 11

Poluição e insegurança, fontes de neuroses
(A saúde mental da população - especialmente dos trabalhadores nas indústrias - é freqüentemente afetada)

Texto de Manuel Alves Fernandes e Lane Valiengo

Na cabeça de cada um, os reflexos da insegurança: a poluição não causa apenas problemas orgânicos, não compromete somente a saúde das pessoas. E não se limita a criar apreensão entre a população da Baixada Santista ou transformá-la na região mais insegura do planeta. Afeta também, e profundamente, a saúde mental da comunidade.

Além dos inevitáveis traumas de se viver sob permanente tensão, diante de tanta insegurança, aqueles que trabalham em condições inadequadas sofrem duplamente, sujeitos a uma grande variedade de doenças mentais. A relação não pode ser mais lógica: as condições do ambiente influenciam decisivamente a personalidade. Se o ambiente é sujo, poluído, inseguro, as pessoas sofrerão, a nível de comportamento, os efeitos de tudo isso.

Não é sem razão que a saúde mental dos trabalhadores passou a preocupar a Secretaria de Saúde. Além de estudos específicos, que estão sendo iniciados, está sendo implantada nova rede de assistência psiquiátrica, com o objetivo de atender principalmente a população que não tem acesso a este tipo de tratamento. Não se pode esquecer que é grande o número de doentes mentais na região, que antes eram encaminhados para os "chiqueirinhos", nas delegacias de Polícia.

Antes que se diga que é exagero afirmar que a população da Baixada tem a sua saúde mental bastante comprometida, é preciso revelar: já existem estudos sérios sobre o tema. Como pesquisas feitas pela psiquiatra Edith Selligman Silva, que constatou: em grande número de casos, o surgimento de doenças mentais em Cubatão está associado às condições de saúde.

Edith verificou que existem dois fatores principais: as condições de trabalho, especialmente o alto nível de poluição e o elevado risco de acidentes de trabalho e o chamado TTA - trabalho em turnos alternados.

De acordo com o estudo, caracteriza-se um quadro nítido de fadiga crônica entre os trabalhadores das indústrias de Cubatão. "A constante principal em todos os casos de fadiga crônica tem sido o cansaço geral (físico e mental), que deixa de ser resolvido pelo repouso cotidiano. Esta manifestação esteve presente em todos os casos em que caracterizamos a existência de fadiga crônica. Dentre outros sintomas do quadro, surgiram com maior freqüência e intensidade:

os distúrbios do sono;
irritabilidade;
desânimo;
manifestações psicossomáticas diversas, dentre as quais se destacaram as do aparelho digestivo;
perda de apetite;
dores de cabeça de características variáveis e que estão possivelmente em muitos casos relacionadas com fatores ambientais (calor, falta de ventilação, ruídos, inalação de gases);
dores musculares generalizadas (localizadas em menor número de casos);
mal-estar e fraqueza geral.

Em suas descrições, os operários geralmente falaram da fadiga de forma muito esclarecedora, demonstrando a simultaneidade dos sintomas percebidos".

Um dos aspectos que mereceu ampla abordagem no estudo de Edith é a dificuldade de sono: "Preocupação aguda e sempre presente para os portadores da fadiga crônica, principalmente quando na semana do trabalho noturno, é a dificuldade de dormir durante o dia. É esta dificuldade que costuma marcar justamente o início da evolução das manifestações que vão configurar o quadro da fadiga crônica, para os operários dos turnos alternantes entrevistados".

Em outro trecho da pesquisa, a constatação: "O esforço de tentar dormir, para muitos, é uma experiência cheia de angústia. Pois se não se consegue descansar, dormir, há o temor de ficar sonolento durante a jornada de trabalho. Essa angústia às vezes assume forma de desespero, conduzindo a atritos com os familiares".

Frágeis fronteiras - Segundo Edith, o conjunto de sintomas caracterizados como fadiga crônica, de modo geral, precedeu o aparecimento dos quadros psiquiátricos típicos.

Ao falar das fronteiras entre a fadiga crônica e os quadros da psicopatologia clássica, ela revela: "...faz-se necessário enfatizar que não encontramos limites nítidos entre as perturbações decorrentes do cansaço crônico e o surgimento da doença mental das descrições clássicas (psico-neuroses, organoneuroses, psicoses,alcoolismo crônico etc.). E nesta fronteira, que encontramos tão pouco precisa nos casos estudados, chamou nossa atenção a forma pela qual três das manifestações habituais da fadiga crônica sofreram desenvolvimento especial, nesta fase em que a fadiga caminhava para a doença mental: a insônia, a irritabilidade e o desânimo".

"Entretanto, constatamos que a exacerbação da insônia correu paralelamente, quase sempre, à acentuação da irritabilidade, na evolução dos sintomas, especialmente nos casos dos operários que sofreram surtos psicóticos. Durante a entrevista, este aumento de irritabilidade foi recordado tanto pelos trabalhadores quanto pelos familiares. As companheiras, especialmente, falavam destes períodos como tendo sido bastante penosos, pelo sofrimento gerado para todos a partir da extrema tensão resultante para o clima familiar".

"Quanto ao desânimo, tão característico da fadiga crônica, ele foi notado por alguns dos entrevistados como tendo sido uma manifestação que, vinculada a uma sensação de tristeza cada vez maior, passou a dominar inteiramente seu mundo interior".

A psiquiatra encontrou, dentro do grupo "triado" a partir de problemas nervosos, os seguintes casos, por ordem de freqüência: problemas relativos ao uso excessivo de bebidas alcoólicas; neuroses, sendo que a metade dos casos pode ser caracterizada como neurose de trabalho (que ela prefere denominar de neurose pura, pela preponderância de fatores patogênicos ligados às condições de trabalho); neuroses depressivas; neuroses mistas, com dominância de manifestações psicossomáticas; surtos psicóticos; crises convulsivas e depressão.

Entre os surtos psicóticos, encontrou-se características esquizofrênicas do tipo paranóide em dois dos entrevistados e características maníacas em outro.

Importante: este é apenas um resumo, bastante condensado, dos estudos da psiquiatra Edith Selligman Silva.


Condições inadequadas de trabalho podem levar a distúrbios
Foto: João Vieira, publicada com a matéria

"O meu primeiro desmaio..."
(Fragmentos dos depoimentos dos trabalhadores)

"Eu me sentia completamente esgotado. Esgotamento físico ficava assim: sistema nervoso, não comia quase, perdia o apetite, dormia pouco, não tinha sono completo. Ficava irritado dentro de mim mesmo, não jogava para fora não! Para dizer a verdade, ficava nervoso mas agüentava tudo, não descarregava com ninguém" (pedreiro refratário aposentado).

"O cansaço é tamanho que a gente perde o sono. Mesmo de noite. E no outro dia volta para o serviço sem ter descansado, o corpo todo doendo ainda, dói o corpo direto" (forneiro).

"Na dobra, o indivíduo se sente abatido, abalado, irritado, tem momentos que o senso da gente parece hipnotizado. Algo estranho, parece que a gente teve uma febre muito grande. Ontem eu tive que dobrar. Às vezes acontece até duas vees na semana. Fico meio morto. E, faz tempo, começou um cansaço em mim, um peso enorme nas pernas toda vez que eu ficava de pé, parado. Sentindo falta de força nas pernas. E desânimo" (operador de máquina).

"O que mais me judiou foram esses homens me perseguindo. Exigirem, forçarem o que não dá para fazer. É o pior de tudo, isso. Prefiro ficar em cima do forno... isso é que me tirava o sono... eu ficava pensando, as coisas que tinham acontecido e o que eu tinha vontade de dizer, de fazer... A caloria e o barulho acaba com a gente, é verdade. Mas vão matando aos poucos, é diferente!" (pedreiro refratário - um dos casos em que a neurose do trabalho se instalou, após intensa exacerbação da insônia).

"Despertador para mim é perigoso, assusta. Mesmo antes de tomar esse remédio tive medo de perder a hora, sempre, toda vida tive esse medo. Mas agora é pior, porque o remédio deixa o sono mais pesado. Então, de tanto medo, às vezes fico pensando no serviço e durmo mal. Fico pensando muito no serviço, assim: medo de me atrasar, medo de perder a hora" (ajudante de carpinteiro, que toma barbitúrico por sofrer de epilepsia). A esposa completa: "Ele fala bastante dormindo, fica falando em parafuso, chama pelos colegas pedindo peças...".

"O trabalho estava sendo de uma média de 14 horas diárias, tinha hora extra todo dia, às vezes dobra de turno (16 horas de trabalho). Foi numa época de muito serviço, tinha que ir sábado, domingo, nas folgas. Cheguei a ficar 14 dias sem folga, para fazer uma peça enorme. Sentia uma canseira! Trabalhando de zero hora, de dia com o calor e o barulho eu não conseguia dormir. Então, eu chegava no serviço e passava muito sono. Eu passava mal, tremia, com aquela vontade de dormir e não podia. Aquilo me deixava nervoso, brigava com a mulher, saía de novo para não brigar mais... Até que isso de não dormir direito começou a afetar a mente, e eu sentia aquela zonzura. Nunca cheguei a cair. Mas a irritação era demais. Andei arrebentando coisa aí dos outros, até afundei a porta do carro dum colega. Foi preciso a polícia vir me segurar!" (moldador de indústria siderúrgica).

"Nesse tempo, eu passava noites sem dormir, amanhecia todo quebrado, andava aborrecido, perturbado. Num dia começou a rodar tudo. Na minha mente, a estrutura toda (da fábrica) ia cair em cima de mim. Nesse dia que eu comecei a ver horrores (alucinações visuais)" (operador de siderúrgica).

"Dias antes, eu já vinha me abalando: se eu ia passando e alguém jogava uma chapa, aquela pancada me dava sobressalto. Se alguém dava um grito, ou outro barulho que fosse, sem eu esperar, era a mesma coisa. Eu ficava num estado de perturbação tão grande... E o pessoal via meu susto e debochava. Não tinha uma pessoa que eu pudesse conversar... Chegou num ponto que não existia mais lugar para mim, eu achava que a Terra não estava mais me aceitando. Não tinha mais condições e eu fui sentindo aquelas vozes..." (o mesmo operador).

"O sono ia ficando cada vez mais difícil. Quando era à noite que eu passava algum soninho, ficava vendo aquele mesmo serviço que eu estava fazendo durante o dia. Na hora que eu deitava, ficava fazendo a mesma coisa! Não tava acordado nem dormindo, tava trabalhando! Eu me via: caramba, deitado na cama, não trabalhando! E quando começava a pegar no sono de novo, via que tava trabalhando outra vez. Eu queria tirar aquilo da cabeça, que eu não tava trabalhando, mas não conseguia! E eu fui enfraquecendo, quando eu vi eu tava já lá no hospital..." (soldador de indústria química).

"Essa crise mais forte que tive há cinco anos, foi depois de ter ficado trabalhando lá na firma 47 horas seguidas sem ir em casa. Era um conserto que eu tinha que fazer, que precisava terminar logo, porque era um problema que tava parando a produção. Saí de lá para o pronto-socorro e depois fiquei um ano de tratamento no psiquiatra" (mecânico do setor siderúrgico).

"Esse negócio de gás deixa a gente mal, com uma tontura, uma dor de cabeça! E tem perigo também: às vezes a gente faz um serviço de solda no forno, e eles não querem parar pra não parar a produção. Então eles arriscam fazer com a pressão mais baixa, então, se jogar um eletrodo ali... o mecânico-soldador vai ali esquentar aquele negócio, então, no que o soldador bate o eletrodo num negócio daquele ali, dá uma explosão e morre gente, igual já morreu lá" (mecânico de manutenção do setor siderúrgico).

"O calor é direto, ali na boca do forno. E eu acho que o calor prejudicou a minha visão e o meu coração: ele muitas vezes bate mais rápido que o certo" (forneiro de siderúrgica).

"O perigo é mais na parte do ácido sulfúrico, de vazar. Eu soube que antes de eu entrar aí pra essa fábrica de fertilizantes, um colega foi queimado num vazamento, ficou cego, perdeu orelha, nariz, tudo!" (ajudante de carpinteiro).

"A ponte que eu controlo carrega até 200 toneladas de gusa, sobre uma área cheia de gente. Se eu me distrair, podem morrer mais de dez pessoas" (operador de ponte rolante).

"Aqueles homens ficam circulando, de cassetete e revólver, por todo lado. Se alguém fala mais alto, já vem pra cima da pessoa. Chegam a deixar a gente bem nervoso" (ajudante geral, setor siderúrgico).

(Estes depoimentos são fragmentos das entrevistas feitas pela psiquiatra Edith Selligman Silva, que estudou 40 casos).

Uma luta dos trabalhadores

Não é preciso estudar mais nada a respeito da leucopenia: o que já foi constatado é suficiente para que se tomem providências urgentes. Esta é a posição da diretora regional de Saúde, Lia Giraldo, que, além de denunciar o interesse das indústrias em descaracterizar a leucopenia como doença profissional, diz que a possibilidade de toda a população da Baixada estar afetada, também, não deve assustar: "Acabando com a poluição dentro da fábrica, por tabela se corrigirá a poluição fora da fábrica".

Lia diz que o caso do vazamento de benzeno na Cosipa serviu para despertar parcela dos trabalhadores a respeito dos riscos a que estão submetidos. E completa: "A luta é dos trabalhadores. Se o trabalhador tomar providências, a comunidade ficará protegida".

Ela faz uma distinção, que considera importante: leucopenia não é propriamente uma doença, mas sim um sinal de intoxicação. Por isso, prefere utilizar o termo benzolismo, para deixar claro que se trata de doença profissional. "Desde o começo do século (N.E.: século XX) está provado que o benzeno provoca, por exemplo, anemia e leucemia. Mas os médicos das empresas estão tentando descaracterizar o fato, dizendo que toda a população está ameaçada. Mas se está provado que os trabalhadores dessas indústrias estão com benzolismo, é suficiente, não é preciso estudar mais nada".

Lia ressalta que, anteriormente, os movimentos ambientalistas europeus tinham que provar que determinados produtos químicos afetavam a saúde dos trabalhadores. Atualmente, é o contrário: as empresas é que têm de provar que os produtos não afetam. E lembra que, realmente, existem outras causas geradoras de leucopenia, além do benzeno, como anticompulsivos e até consumo exagerado de Novalgina. E que as empresas tentam utilizar este fato para dizer que não têm culpa da intoxicação dos seus trabalhadores.

Ascarel - Existem muitos outros produtos nocivos, além do benzeno. O número de casos de doenças respiratórias comprova a afirmação. Mas é difícil provar que um determinado agente é o responsável. Lia aproveita e faz uma denúncia séria: o ascarel, produto proibido em todo o mundo, inclusive no Brasil, continua sendo usado livremente na Cosipa.

Trata-se de um óleo utilizado na proteção de transformadores, altamente tóxico, cancerígeno e mutagênico. E a Cosipa, segundo Lia, não substituiu, como deveria, o ascarel por outro produto semelhante, que não apresentasse tantos riscos.

"Ainda existem 1.300 transformadores em que se usa o ascarel na Cosipa. Constatamos casos diversos de trabalhadores com perda de memória, com problemas de formação óssea e alterações neurológicas, que são alguns dos efeitos do ascarel".

E o pior: o ascarel não pode ser destruído, permanece em tambores, à espera de uma solução. E, enquanto isso, chega a ser refinado dentro da Cosipa, para reaproveitamento. É aí que os trabalhadores aspiram o seu vapor.

A diretora de Saúde explica que a leucopenia, agora, é doença de notificação compulsória, ou seja, a DRS/2 tem que ser informada de qualquer caso. Além disso, existem cinco doenças sob vigilância epidemiológica: surdez, alterações dermatológicas, alterações sanguíneas, pneupatias e fluorose. Isso está ocorrendo pela primeira vez em termos de Saúde do Estado.

Processo histórico - Lia diz que o caso do benzeno foi o início de um movimento que tem por objetivo ir muito mais longe: além de se começar a verificar os efeitos de muitos outros produtos, serviu para despertar os trabalhadores, através da ação pioneira do Sindicato dos Metalúrgicos. E ela considera que se inicia, embora com atraso, um processo histórico decisivo.

O objetivo da ação da Saúde do Estado é duplo: desenvolver a consciência de sindicatos e trabalhadores e, ao mesmo tempo, incentivar um novo comportamento entre os médicos: "Geralmente os médicos não fazem relação entre as doenças e a profissão das pessoas. É preciso que os médicos reaprendam, perguntem quais as condições de trabalho etc. É claro que essa situação de hoje é fruto de uma postura ideológica da Medicina".

Não há dúvida de que estamos diante de um problema de estrutura. É exatamente por esta razão que Lia lembra que um novo governo irá assumir em janeiro e que, em termos de Constituinte, será necessário uma ampla reformulação quanto à saúde do trabalhador. Para exemplificar as distorções e a falta de estrutura existente, Lia observa que, em termos ambientais, dentro das fábricas a responsabilidade é da Secretaria de Relações do Trabalho; fora das fábricas, é da Cetesb.

"Não se pode separar assim a questão ambiental. A Cetesb tem que ter poderes para entrar nas fábricas, pois ela tem capacidade, está aparelhada para avaliar as conseqüências para a saúde do trabalhador, em termos de condições de trabalho. As empresas jogam com a própria incapacidade, com a falta de estrutura do Poder Público, que está totalmente desaparelhado. Só a Cetesb tem condições. Tem que existir o poder de polícia do Estado dentro das empresas".

E a saúde do trabalhador, no Brasil, está numa situação "terrível", com o envelhecimento precoce. "Ninguém deu importância à saúde do trabalhador até hoje".

Lia cita o lema que tem dirigido os sindicalistas: "Saúde não se troca por dinheiro", lembrando que, em vez de se contentar com os adicionais por insalubridade ou periculosidade, os trabalhadores devem lutar por melhores condições de trabalho. O que inclui até a questão da insegurança: "Se o estivador exigir todos os cuidados necessários para descarregar um produto perigoso; se os motoristas e os próprios trabalhadores das indústrias exigirem, é possível reverter o processo. E a evolução disso é a constituição de comissões de saúde nas fábricas, além das Cipas".

E quanto à possibilidade de existência de uma epidemia de leucopenia entre a população da Baixada, Lia é taxativa: "É preciso um estudo sério que possa provar essa hipótese".