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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Santos e o porto, em 1957 (A)
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No ano de 1957, a então Companhia Docas de Santos (CDS) patrocinou um álbum sobre as suas atividades, produzido pelo Magazin das Nações - Editora & Publicidade Roman Ltda. (São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Los Angeles) - exemplar pertencente a Fábio Ferraro Oliari, assessor do diretor-presidente da atual Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que ofereceu as imagens a Novo Milênio.

O álbum começa com informações (em português e em inglês) sobre as instalações portuárias existentes:


Santos e o Brasil... e o porto de Arica, no Norte do Chile
Imagem publicada no álbum

Porto de Santos
Situação e características gerais

Situado em um estuário limitado pelas ilhas de São Vicente e de Santo Amaro, dista do oceano apenas 10 quilômetros. Suas coordenadas geográficas no ancoradouro - 23º 55' de latitude Sul, 46º 20' de longitude Oeste do meridiano de Greenwich - recomendam-no como o porto de ligação dos oceanos Atlântico e Pacífico em combinação com Arica, que, em próximo futuro, se achará ligado por estrada de ferro com a extensão de 4.018 quilômetros.

O canal interno de acesso ao porto, com a largura variável de 400 a 800 metros, tem a profundidade mínima de 10 metros. As correntes e maré podem atingir a velocidade máxima de 3 milhas por ocasião das marés de sizígias equinociais.

No canal exterior a profundidade está limitada por enquanto a 9 metros na maré mínima, mas estudos já foram feitos para aumentar essa profundidade para 13 metros.

A bacia de evolução, servindo também de ancoradouro, de forma proximamente triangular, fica na confluência do canal da Bertioga com o estuário.

Instalações e facilidades portuárias

Todas as instalações portuárias foram construídas, desde o primeiro metro de cais, pela Companhia Docas de Santos, como também têm sido por ela aparelhadas e operadas desde o início da concessão.

Incumbe à concessionária realizar todos os serviços de recebimento, guarda e entrega das mercadorias no movimento desde o convés do navio até as portas de seus armazéns ou no sentido inverso com as mercadorias de exportação. Nas várias operações que essa movimentação exige, e que são realizadas com pessoal próprio de seu comando, tem que respeitar e cooperar com os vários departamentos federais, dentre os quais ressalta-se a Alfândega.

Os serviços de estiva, a bordo, são efetuados por operários especializados filiados a entidades estivadoras independentes e estranhas à administração do porto.

Na extensão dos 6.260 metros de cais, atualmente em tráfego, são várias as instalações especiais, para facilitar o trânsito das mercadorias pelo porto. Nessa extensão as profundidades abaixo do zero hidrográfico variam de 5 metros até 11,00 metros. Essa extensão será acrescida em breve de mais 675 metros com a profundidade de 11 metros e 567 metros com a de 13 metros, destinado este último trecho de cais à atracação de navios petroleiros.

Os volumes de grandes dimensões ou de grande peso, por isso não podendo ser recolhidos aos armazéns, são depositados em dois pátios especiais providos de guindastes possantes.

Para depositar carvão e minérios, vasto pátio facilita a descarga e o carregamento dos navios.

Silos para recolhimento de trigo a granel têm a capacidade de 30.000 toneladas, distribuídas em 30 células, com duas torres elevatórias ligadas ao cais por túnel, no qual se faz o transporte mecânico do trigo.

Para o recebimento e conservação de frutas e carnes, dispõe o porto de um frigorífico de 9.200 metros cúbicos de capacidade.

Em local afastado de qualquer habitação e com ponte própria para atracação de pequenas embarcações, podem ser armazenados explosivos em armazém construído sob os conselhos da técnica com relação à segurança.

Na Ilha de Barnabé, de propriedade da Concessionária, em 43 tanques de aço, com a capacidade total de 211.102 metros cúbicos, são recolhidos produtos de petróleo e óleos vegetais a granel, tanto de importação quanto de exportação. Do lado de Santos, no Valongo, em Saboó e na Alamoa, mais 16 tanques metálicos, com a capacidade de 119.157 metros cúbicos, destinam-se a receber óleo cru e óleo combustível. Aos navios é facilitado se abastecerem de combustível (bunker) e para melhor servi-los estão em construção dois barcos-tanque.

Para o transporte dos produtos de petróleo, além da interligação de tanques entre si, dispõe a Companhia de ferry-boats entre a Ilha do Barnabé e Saboó e oleodutos de 8", 10", 12" e 22", inclusive 2 trechos submarinos de 1 quilômetro cada um, interligando suas instalações com os oleodutos da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí. A extensão total dessas canalizações é de 32.304 metros.

As mercadorias acondicionadas ou de carga geral são recolhidas a armazéns, ao longo do cais e na retaguarda deste, representando uma área coberta de 301.084 metros quadrados, ou cerca de três e meia vezes a área da Avenida Ana Costa, uma das principais da cidade de Santos, a qual tem 3.000 metros de comprimento e a largura de 30 metros.

Essas instalações são servidas por linhas férreas das bitolas de 1,60 m e de 1,00 pelas quais trafegam os vagões de todas as estradas de ferro do Sul do Brasil, além dos 378 próprios do porto. Essas linhas têm a extensão de 123 quilômetros, quase igual à distância de Santos a Jundiaí (139 quilômetros) por estrada de ferro.

A tração dos trens nas linhas portuárias é realizada privativamente pelas 37 locomotivas do porto.

Em três pontos do cais funcionam 7 aparelhos pneumáticos de descarga de trigo, a granel, diretamente para vagões das estradas de ferro ou para os silos próprios com a capacidade de 30.000 toneladas ou, ainda, para dois moinhos para os quais o transporte é feito por esteiras subterrâneas. Destes descarregadores, 4 têm a capacidade horária de 60 toneladas cada um; 2 de 120 toneladas cada um e 1 de 150 toneladas.

Dois descarregadores mecânicos de sal, a granel, operam diretamente para vagões ou transportam o sal, por meio de esteira aérea, para depósito particular estabelecido próximo aos terrenos do porto.

O embarque de café, em sacos, pode ser feito utilizando-se uma dala, em parte, subterrânea, para alcançar os armazéns externos e em parte aéreo, ao longo dos armazéns da orla do cais, numa extensão de um quilômetro; nessa extensão 6 carregadores móveis sobre trilhos fazem as necessárias ligações com os navios para receberem essa preciosa mercadoria para a economia nacional.

Como principais aparelhagens marítimas figuram:

uma possante cábrea de lança móvel, com a capacidade de elevação de 150 toneladas à altura de 35 metros e alcance de 10 metros; e de 50 toneladas à altura de 42 metros  e alcance de 25 metros;

uma outra cábrea, de lança fixa, para 60 toneladas à altura de 30 metros e alcance de 10 metros;

quatro rebocadores: um de 1.200 HP; outro de 880 HP, um terceiro de 280 HP e um de 180 HP, realizam os serviços de necessidade da administração do porto e eventualmente serviços para terceiros, inclusive os de salvamento ou de extinção de incêndio, para o que estão aparelhados convenientemente.

dezesseis chatas (alvarengas) de aço, com capacidades variáveis de 40 a 265 toneladas cada uma, possibilitam a descarga de navios ao largo ou aos atracados operarem pelos dois bordos.

Entre as obrigações contratuais da concessionária está a de dragagem do porto, para o que operam três dragas e doze batelões de fundo móvel para o lançamento do material dragado em mar alto.

De outros equipamentos variados dispõe a administração do porto para a realização dos serviços contratuais de que está incumbida.

Equipamento disponível

O porto dispõe de:

7 instalações pneumáticas para descarga de trigo a granel, de 60, 120 e 150 toneladas horárias de capacidade, ligadas por transportadores de correia, subterrâneos, respectivamente, ao silo do Moinho Paulista, ao seu próprio silo e ao do Moinho Santista, podendo também carregar diretamente para vagões ferroviários;

2 descarregadores mecânicos para sal a granel, podendo descarregar diretamente para vagões ferroviários ou transportar o sal, por intermédio de correias, para um depósito particular. A capacidade de descarga é de 200 toneladas, por hora;

1 instalação mecânica para embarque de café em navios, consistindo em uma dala elevada, longitudinal, servindo a uma extensão de 1.000 metros de cais, ligada a armazéns externos por esteira subterrânea. Esta dala é ligada aos navios por meio de 6 carregadores móveis, sobre trilhos.

2 cábreas flutuantes: a Titan, de lança fixa, com as seguintes características: capacidade, 60 toneladas; altura de elevação, 30 metros; alcance, 10 metros; e a Sansão, de lança móvel, com a capacidade máxima de 150 toneladas e as seguintes características: para 35 metros de altura e 10 metros de alcance, capacidade de 150 toneladas; para 42 metros de altura e 25 metros de alcance, capacidade de 50 toneladas.

37 locomotivas, com esforço de tração de 3.260 a 12.240 quilogramas, sendo:

29 de bitola de 1,60 m: diesel elétrica, 8; diesel mecânica, 2; a vapor, queimando óleo, 15; a vapor, queimando carvão, 4.

8 de bitola de 1,00 m: diesel elétrica, 2; a vapor, queimando óleo, 3; a vapor, queimando carvão, 3.

378 vagões ferroviários, de 1,60 m de bitola: abertos, 292; fechados, 83; especiais, 3.

52 caminhões, de 3 a 6 toneladas de capacidade;

54 cavalos mecânicos (trailers) e 150 reboques, sendo: de 6 toneladas de capacidade, unidades tratoras, 52 e reboques, 144; de 18 toneladas de capacidade, unidades tratoras, 2 e reboques, 6.

116 empilhadeiras, de 1 a 2,5 toneladas de capacidade;

26 auto-guindastes sobre pneus, de 4,5 a 5 toneladas de capacidade;

28 auto-guindastes sobre lagartas, de 4,5 a 9 toneladas de capacidade;

123 pontes-rolantes nos armazéns, de 1,5 toneladas de capacidade;

25 tratores, sendo 20 a gasolina e 5 a óleo diesel;

146 guindastes elétricos, sendo 2 de 30 toneladas de capacidade, 40 de 6 toneladas de capacidade, 9 de 5 toneladas de capacidade, 44 de 3 toneladas de capacidade, e 51 de 1,5 toneladas de capacidade;

117 carrinhos elétricos (acumuladores ) de 2 toneladas de capacidade;

3 dragas de alcatruzes, sendo: 1 da capacidade de 500 m³ por hora, 2 da capacidade de 250 m³ por hora, cada uma;

12 batelões (lameiros), sendo: 4 da capacidade de 500 m³, 8 da capacidade de 250 m³;

2 barcas para fornecimento de água;

16 chatas (alvarengas) de aço, sendo: 12 da capacidade de 265 toneladas, 1 da capacidade de 85 toneladas, 1 da capacidade de 65 toneladas, 1 da capacidade de 60 toneladas, 1 da capacidade de 40 toneladas;

19 flutuantes para atracação de navios;

2 ferry-boats, de 360 toneladas de capacidade cada um;

1 balança para caminhões, da capacidade de 5,1 toneladas;

2 balanças para vagões, sendo 1 da capacidade de 70 toneladas, 1 da capacidade de 100 toneladas.


Mapa da zona tributária do porto de Santos
Imagem publicada no álbum


Diretoria

Dr. Guilherme Guinle - diretor presidente
Dr. Cândido Guinle de Paula Machado - diretor vice-presidente
Dr. Octavio Pedro dos Santos - diretor gerente
Dr. Raul Fernandes - diretor
Dr. Guilherme Weinschenck - diretor
Dr. Clovis de Macedo Côrtes - diretor

Conselho Fiscal

Membros efetivos - sr. Alfredo Loureiro Ferreira Chaves, dr. Eduardo de Vasconcellos Pederneiras, dr. Álvaro Werneck.

Suplentes - dr. Raimundo Ottoni de Castro Maya, dr. Ary de Almeida e Silva, dr. Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho.

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