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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Hotel Palm, cerca de 1860
Em foto de Militão Augusto de Azevedo, obtida por volta de 1860, e que depois seria também traduzida em bico-de-pena por Ulisses Veneziano, vê-se à direita o Hotel Palm, que pertenceu a um cidadão nórdico e foi importante referência na Santos antiga (nos tempos coloniais era a Casa do Branco), abrigando depois as instalações da Western Telegraph Co. - o Telégrafo Inglês, até ser demolido no século XX.

Defronte, o prédio não público mais antigo de Santos, e que (com as várias reformas que não chegaram a deformar a sua fisionomia arquitetônica) continua existindo no século XXI, pertencendo à firma brasileira Hard Rand Exportadora e Importadora S.A., na Rua Frei Gaspar, 6, canto do Largo Senador Vergueiro:


Foto: acervo do historiador Waldir Rueda

Sobre esse local e as fotos feitas em 1865, escreveu o arquiteto Gino Caldatto Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, em 2004:

"Como parte da estratégia de ampliar os negócios, Carlos Palm havia adquirido, em 1864, as instalações do antigo Hotel Recreio Santista, no elevado sobrado no Largo do Consulado. Com larga experiência no ramo, Palm creditou o êxito comercial do investimento à potencialidade do lugar onde se situava o edifício, como revela o anúncio que publicou:

'Hotel Palm
No Largo do Consulado em Santos

O anunciante, outrora proprietário do Hotel deste mesmo nome em São Paulo, e ultimamente no ponto das Caveiras, tendo tomado posse do antigo hotel – Recreio Santista – desta cidade, o recomenda sob o novo nome acima, aos seus numerosos amigos e fregueses que nele encontrarão excelentes comodidades, boa mesa e serviço pronto e asseiado.

Este novo estabelecimento que, além de sua favorável situação no centro da cidade, oferece aos Srs. Hospedes a vantagem de encontrar sempre no Largo do Consulado, isto é, por assim dizer ao pé da porta, nas horas de saída e entrada dos vapores, escaleres para o serviço do embarque e desembarque, torna-se, pois, recomendável aos Srs. Viajantes, e o seu proprietário se esforçará por torná-lo por todas as maneiras digno da atenção e do conceito de seus fregueses.
Carlos Palm.

Os viajantes pagão por dia..........3$000
Camaradas...............................1$500
Escravos..................................1$000
Aceita-se pensionistas'
(Revista Comercial, 30 jan. 1864, p.3).

"A expectativa financeira almejada, entretanto, não se confirmou. Um ano e meio após a inauguração, Carlos Palm amargava prejuízos e decidiu encerrar definitivamente o negócio (idem, 22/jun/1865, p.4/; 5/ago/1865, p.4). Numa visão pormenorizada da imagem feita por Militão, o exterior do edifício já demonstrava certa deterioração, aproximando o registro do fotógrafo ao período de fechamento do hotel.

"Embora o estabelecimento de Carlos Palm tenha algum destaque na fotografia, o enquadramento privilegiava o sobrado na esquina do antigo Beco do Consulado, posicionado no centro da composição, que no início do século XIX havia sido residência do coronel José Antônio Vieira de Carvalho, governador do Forte de Itapema (Rodrigues, 1969, p.168 = Olao Rodrigues, Almanaque de Santos, 1969, São Paulo, 1969).

"Por muito tempo, ali funcionou a casa Hard Rand & Cia., empresa exportadora ligada aos negócios de café e responsável pela descaracterização na fachada que atualmente se observa. Possivelmente em 1865, o edifício sediava o Banco Mauá, onde João Hayden era o gerente responsável pelos investimentos na ferrovia. A vista também fazia parte da coleção de imagens adquiridas por Hayden, certamente escolhida pelo banqueiro por razões óbvias."

Esta, a foto original de Militão:


Largo do Consulado, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 13,8 x 21,9 cm no acervo do Instituto Moreira Salles)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

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