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BENEDITO CALIXTO
Calixto e as Capitanias Paulistas - 02


Clique na imagem para ir ao índice da obraAlém de refinado pintor, responsável por importantes telas que compõem a memória iconográfica da Baixada Santista, Benedicto Calixto foi também historiador e produziu várias obras no gênero, como esta, Capitanias Paulistas, impressa em 1927 (segunda edição, revista e melhorada, pouco após o seu falecimento) na capital paulista por Casa Duprat e Casa Mayença (reunidas).

O exemplar, com 310 páginas, foi cedido a Novo Milênio para digitalização pela Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, em maio de 2010. A ortografia foi atualizada, nesta transcrição (páginas V e VI):

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Capitanias Paulistas

Benedito Calixto

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Imagem: cabeçalho de página da obra (página V)

ADVERTÊNCIA (da 1ª edição)

Os primeiros capítulos que se vão ler - Capitania de São Vicente e Capitania de Santo Amaro - nada mais são que compilação dos antigos cronistas que se ocuparam deste velho assunto, conforme explicaremos no correr desta memória.

Os demais capítulos que se seguem - Capitania de Itanhaém e Capitania de S. Paulo - bem como os que relatam as questões suscitadas entre donatários de São Vicente (Capitania de Santo Amaro) e donatários de Itanhaém, constituem a parte mais importante deste trabalho, pois estes pontos tão notáveis da História das Capitanias Paulistas foram inteiramente esquecidos pelos cronistas, e continuam, infelizmente, a ser postos de parte, claudicados, falseados e desprezados pelos historiadores de nossos dias.

O nosso intuito, pois, publicando estas Memórias sob o título, talvez pretensioso, de Capitanias Paulistas e após o aparecimento da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo - 1915 - da Capitania de Itanhaém [I], com a série de documentos e mapas inéditos, não é, está bem visto, fazer literatura, nem tampouco ostentar erudição, mas simplesmente procurar esclarecer esses pontos primordiais de nossa história, tanto mais nesta época memorativa, em que, com tanta efervescência e entusiasmo, se procura investigar nos vetustos anais, agora amplamente publicados pelo Governo de S. Paulo e pelos demais estados da Federação, os fastos, as glórias de gerações passadas, no longo período colonial de nossa Pátria.

O modesto trabalho, agora apresentado, não agradará talvez ao público em geral, nem tampouco à maior parte dos historiógrafos.

Poderíamos ser menos enfadonho nas enumerações desta memória; quisemos, entretanto, ser bastante minucioso, a fim de que fiquem convenientemente esclarecidos e comprovados todos estes pontos obscuros e olvidados da história paulistana...

Pouco nos importa o juízo bom ou desfavorável, que se venha a fazer deste nosso trabalho.

Visamos apenas, com a publicação, um tanto tardia, destas linhas, prestar um serviço ao nosso país, sobretudo ao rico e próspero estado de São Paulo e, particularmente, à nossa humilde e pobre "terra natal", sempre tão menosprezada e esquecida na história de São Paulo e, quiçá, na história do Brasil.


[I] O dr. J. Capistrano de Abreu, que leu parte desta Memória e nos animou na sua publicação, comprometeu-se a mandar vir de Portugal, por intermédio do historiador J. Lucio de Azevedo - a Carta Régia de D. Maria I - pela qual se fez a adjudicação à Coroa Lusitana, da Capitania de Itanhaém, de 1777 em diante.

Infelizmente, este documento deixa de fazer parte deste livro, por não ter chegado às nossas mãos.

B. Calixto

S. Vicente, 8 de dezembro de 1924.