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BONDES NO BRASIL
Manaus/Amazonas

I love you
Forget sclaine
Maine Itapiru
Morguet Five Underwood
I shell
No bonde Silva Manuel
Manuel
Manuel...

I love you
To have steven Via-Catumbi
Independence lá do Paraguai
Studebaker... Jaceguai!
Yes, my glass
Salada de alface
Fly Tox my till
Standard Oil...
Forget not me
Oi!...

I love you
Abacaxi, whisky
Of chuchu
Malacacheta, Independence Day
No Street-Flesh me estrepei...
Elixir de Inhame
Reclame de andaime
Mon Paris je t'aime
Sorvete de creme...
My girl goodnight
Oi!...

Double Fight
Isto parece uma canção do Oeste
Coisas horríveis lá do Far West
Do Thomas Meiga com manteiga!
My sanduiche
Eu nunca fui Paulo Escriche
Meu nome é Lasky and Claud
- John Philip Canaud
Light and Power
Companhia Limitada...

I! You!
The boy-scotch avec
Boi zebu
Lawrence Tibbett com feijão tutu
Trem de cozinha não é trem azul!

(Canção pra inglês ver, de Lamartine Babo, um fox-charge de 1931)

Três raras imagens dos bondes circulando por Manaus no início do século XX, durante o período de riqueza conhecido como "ciclo da borracha", em que era forte a presença inglesa (até hoje existe e é usado normalmente no porto da capital do Amazonas o cais flutuante do Roadway, por exemplo, destinado a enfrentar as diferenças de até 14 metros de altura no nível das águas do Rio Negro).

Então, a grande quantidade de dinheiro circulante permitiu luxos como a construção (em 1896) do imponente Teatro Amazonas e do Mercado Municipal Adolfo Lisboa, cópia do Les Halles de Paris, ambos com materiais importados da Europa.

A foto superior, que mostra o bonde 53 da Manaus Railway, foi publicada em 1983 na primeira edição da revista Amazônia Ilustrada, editada no Rio de Janeiro.

A segunda imagem, emoldurada e intitulada "O bonde e a carroça/The tram and the cart", foi publicada em julho de 1986 pelo "Guia/Manaus/Guide", publicação bilíngüe editada em Manaus e destinada aos turistas.

A terceira imagem, de um cartão postal do início do século XX, foi cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York.

Abaixo (em foto de Allen Morrison, de New York), um bonde elétrico circula pela Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Mercado e ao cais, no início do século XX.


Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA

 
Conta o pesquisador estadunidense Allen Morrison que a primeira franquia para a construção de uma linha de bondes em Manaus teria sido concedida ao engenheiro inglês Frank Hebblethwaite em 1895. Ele adquiriu três locomotivas a vapor inglesas e instalou 16 km de linhas nas avenidas de Manaus. Um mapa de 1895 mostra cinco rotas de bondes identificadas por números romanos. A Viação Suburbana começou a operar comercialmente em 2/1896 e um texto do ano seguinte informava que a empresa tinha dez veículos para passageiros e 25 para carga.

O bonde a vapor teve curta duração. Charles Ranlett Flint, um dos diretores da United States Rubber Company, instalou iluminação elétrica em Manaus em 1896 e começou a construir uma linha de bondes elétricos com bitola métrica em 1898. Flint, Hebblethwaite e outros 13 estadunidenses fundaram a Manáos Railway Company em New York em 24/2/1898 e iniciaram os serviços comerciais em 1/8/1899. Assim, Manaus foi a terceira cidade no Brasil e a quarta na América do Sul a ter bondes elétricos (depois de Rio de Janeiro, Salvador e Buenos Aires).

Em 24/7/1902, a companhia de bondes foi nacionalizada e a inscrição inglesa na frente dos veículos foi mudada para Serviços Eléctricos do Estado. Em 12/1/1909, entretanto, uma nova inscrição inglesa apareceu: a Manáos Tramways & Light Company, de Londres, que encarregou J. G. White de reconstruir as linhas, instalar um novo abrigo de bondes em Cachoeirinha e encomendar novos veículos ingleses, além de mais tarde construir seus próprios veículos. Um de seus diretores foi o canadense (mas nascido nos EUA) James Mitchell, que instalou as primeiras linhas elétricas no Rio de Janeiro na década de 1890.

Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA

Note-se, nas imagens mais antigas, a predominância da mão inglesa de tráfego, pela esquerda, que predominou até cerca de 1930. E um dos passatempos favoritos dos manauaras por volta de 1912 era tomar um bonde das linhas suburbanas para desfrutar da brisa fresca, nas noites quentes de uma cidade situada praticamente na linha do Equador, como se vê no cartão postal acima, também cedido por Allen Morrison.

Do mesmo especialista estadunidense Allen Morrison é este cartão postal, mostrando bonde 21, com equipamentos elétricos e trucks ingleses, na década de 1930:

Foto cedida pelo pesquisador norte-americano Allen Morrison, de New York/EUA

O primeiro ônibus em Manaus rodou em 1939, e em 1954 o sistema de bondes elétricos foi fechado por problemas de energia, mas reaberto dois anos depois. O serviço de transporte de passageiros terminou oficialmente em 28/2/1957, mas o sistema foi mantido intacto, na Rua 10 de Julho e na Avenida 7 de Setembro, para movimentação de cargas entre o Plano Inclinado e o depósito de Cachoeirinha. A Companhia de Eletricidade de Manaus assumiu todas as instalações em 1962 e desmontou o cabeamento elétrico das linhas de bondes, encerrando um período de 70 anos de bondes no coração da selva amazônica.

A viagem pelos trilhos do Brasil continua...

Carlos Pimentel Mendes