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Monte Cabrão (5)

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Matéria publicada na página A-6 do jornal santista A Tribuna de segunda-feira, 23 de julho de 2012:


Parte dos moradores vive da pesca de peixe, mariscos e caranguejos, feita no Canal de Bertioga

Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

 

Monte Cabrão, 102 anos de tranquilidade

Bairro, que fica a 45 minutos do Centro, tem 570 habitantes

Leila Silvino

Da Redação

Monte Cabrão – que hoje completa 102 anos –, pertence a Santos, mas nem parece. O bairro, localizado às margens do Canal de Bertioga, fica a 45 minutos de carro do centro da Cidade e é alcançado pela Estrada Piaçaguera-Guarujá.

Conforme registros datados de 2011, sua área compreende 463.346,83 m2 e seus 570 habitantes – de acordo com dados do censo de 2010 – têm muito mais facilidade em alcançar o distrito de Vicente de Carvalho, que pertence a Guarujá, do que chegar a Santos.

Por cair em uma segunda-feira e "
todos trabalham", como explica Francineide de Souza Santana Silva, presidente da Associação de Melhoramentos do Bairro Monte Cabrão, a festa de aniversário, quase, uma tradição no bairro, será realizada "mais para a frente".

Com um visual daqueles, os moradores têm mesmo de festejar. O bairro é de fazer inveja a quem vive na área insular, apesar das praias tão próximas. Em Monte Cabrão, o jeitão é de uma cidadezinha quieta, sem buzina de carros, nem a chatice dos apitos dos portões das garagens. Trânsito de veículos só lá longe, na estrada.

Barulho só em uma casa ou outra, quando o morador coloca um som mais alto. Ou, então, quando se ouve o motor dos iates e das lanchas dos turistas que passam velozmente pelo canal. Até o motor dos barcos de pesca dos moradores que saem cedinho para a pesca de peixe, mariscos e caranguejos, parece mais abafado. E olha que no bairro não faltam crianças, normalmente mais barulhentas. Segundo Francineide, foram contadas 180, de zero a 12 anos, em 2010. “Mas com certeza agora há mais”,garante.

Centrinho - O núcleo possui só uma rua que margeia totalmente o canal. Logo na entrada, são encontrados, no centrinho, o prédio tombado onde funciona a policlínica, a escola e o campo de futebol. Deste ponto, a ligação de luz e água se estende por mais uns poucos metros. No restante são puxados rabichos para a luz e um precário encanamento que traz água de uma cachoeira. O esgoto, nesse ponto do bairro, é a céu aberto.

Junto com a esposa, Ladi Marina Kochinsky, o ex-pescador Luiz Ribeiro administra alguns barcos de pesca que chegam a tirar por dia, cada um, dez dúzias de caranguejo, vendidas principalmente para um grande restaurante de São Vicente.

O casal também atende turistas, de várias partes do Estado, que batem na sua porta e levam o produto, vivo, por R$ 15,00 a dúzia. A vida ali não é fácil, salientam os moradores, mas ninguém quer sair. Ao contrário, define Ribeiro."
O núcleo tem aumentado muito. Os imóveis estão muito caros e as pessoas fogem dos gastos e vêm parar aqui".

Indignação

"Monte Cabrão pertence a Santos e é esquecido por Santos. Tudo aqui é uma briga para resolve"

Francineide de Souza Santana Silva

Presidente da Associação de Melhoramentos do Monte Cabrão

Bairro necessita de área de lazer

Nesses 102 anos do Monte Cabrão, não faltaram dificuldades e muitos problemas, mas houve também muitas melhorias, defende a piauense Francineide, que mora no bairro há 18 anos, tem três filhos e trabalha na Santa Casa de Misericórdia de Santos.

"
Todo ano a gente diz isso", reclama a moradora. "Mas o que mais nos interessa aqui são áreas de lazer para as crianças. Não temos também um centro comunitário".

E a moradora elenca as reivindicações: "
Precisamos de uma policlínica maior. A atual funciona em uma casa tombada que não possui espaço para exames mais detalhados". A falta de saneamento básico, que faz com que todas crianças sofram com a verminose, é outra reclamação. Mas Francineide reconhece as melhorias promovidas no bairro: "A escola funciona muito bem, com professores que vêm de fora e atendem crianças até a 9ª série".

A área de transporte é satisfatória durante a semana, defende ela. "
Mas aos sábados, domingos e feriados, a frequência nos horários dos ônibus diminui muito". Um ponto positivo é a segurança: "Ainda é seguro andar pelo bairro a qualquer hora, mesmo com a iluminação fraca".

"
Queria que as autoridades olhassem para a Área Continental para auxiliar a comunidade. Soubemos que será instalada uma Fundação Casa aqui. Temos consciência de que os menores infratores precisam de um local, mas não aqui. Não venham tirar nossa tranquilidade", destaca Francineide. Outros problemas, segundo ela, são o pátio da CET que instalaram no bairro e também um berço de contêineres.

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