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ROTA DE OURO E PRATA
Navios: o Maipú

1951

Nelson Antonio Carrera (*)
Colaborador

Com o transatlântico Maipú, a Companhia Argentina de Navegación Dodero aumentou para cinco o número de navios de pasageiros ligando o Atlântico Sul aos portos europeus, sendo que este era o segundo de uma série de três construídos em estaleiros holandeses.

Em 22 de outubro de 1949, foi batida a quilha do casco de nº 267 na quadra do estaleiro Koninklijke De Schelde, às margens do Rio Escalda, que compreende seu curso na fronteira entre o território holandês e o belga.

Lançado ao mar em 20 de janeiro de 1951, foi batizado com o nome Maipú e permaneceu atracado no cais de aprestamento (aprontamento) até o meio de junho do mesmo ano, quando saiu de Vlissingen no dia 9 daquele mês rumo a Amsterdã (capital da Holanda), de onde saiu em 25, rumo a Buenos Aires (Argentina), em viagem de posicionamento.

A caminho de Buenos Aires, esteve em Santos, no dia 12 de julho, atracando junto ao cais do Armazém de Bagagem, onde foi visitado pelas autoridades locais e, no mesmo dia, deixou o nosso porto em direção à capital portenha, onde chegou a 15 de julho.

Como é costume em transatlânticos construídos em nação diferente do país da empresa que os encomenda, o Maipú deteve-se em Buenos Aires cerca de três semanas, justo o tempo necessário para as cautelas rotineiras que antecedem as viagens inaugurais dos grandes transatlânticos, não obstante suas modestas dimensões e instalações que o caracterizavam como um navio para o transporte de imigrantes.

Era, porém, um navio inteiramente novo, o que o distinguia, de certa forma, de muitos navios contemporâneos e de categoria similar.


O Maipú teve vida curta:
não chegou a completar três meses de navegação após a entrega ao tráfego
Foto: reprodução, publicada com a matéria

Em 6 de agosto de 1951, saiu de Buenos Aires em viagem inaugural à Europa, com as seguintes escalas em seu itinerário: Santos, Rio de Janeiro, Lisboa (Portugal), Vigo (Espanha), Amsterdã (Holanda) e Hamburgo (Alemanha).

Este último seria seu porto terminal no continente europeu nas poucas viagens que fez, pois, ao contrário de seus irmãos gêmeos Yapeyú e Alberto Dodero, o Maipú teve vida curta.

No dia 4 de novembro de 1951, chegando a Hamburgo em sua segunda viagem de linha, o Maipú navegava no Mar do Norte, no trecho entre Amsterdã e Hamburgo, quando encontrou neblina densa ao largo da costa alemã, na foz do rio Wesel.

Próximo ao barco-farol daquela época, repentinamente surgiu, em meio à neblina, o navio norte-americano de transporte de tropas General M L. Hersey, conduzindo cerca de 3 mil militares norte-americanos que iam servir nas bases da Alemanha Federal.

As manobras de emergência foram em vão! A proa (frente) do General M. L. Hersey investiu contra o costado do Maipú, produzindo-lhe um grande rombo no casco. Os 107 passageiros que se encontravam a bordo do Maipú foram evacuados, três horas após o choque o navio de passageiros argentino submergiu, felizmente sem vítimas fatais.

CRONOLOGIA:
22/10/1949 - batimento da quilha
20/01/1951 - lançamento ao mar
09/06/1951 - entrega à armadora em Vlissingen
06/08/1951 - primeira largada de Buenos Aires a Hamburgo
04/11/1951 - abalroado pelo navio norte-americano de tropas General M.L. Hersey ao largo do farol do Rio Weser, na costa alemã. Não houve vítimas fatais.

(*) Nelson Antonio Carrera, de Santos, é pesquisador de assuntos marítimos e navais.

Maipú:

Outros nomes: nenhum
Bandeira: argentina
Armador: Compañia Argentina de Navigacion Dodero
País construtor: Holanda
Estaleiro construtor: Koninklijke de Schelde (porto: Vlissingen)
Ano da viagem inaugural: 1951
Tonelagem bruta: 7.855 t
Capacidade de carga: 251.890 pés cúbicos, em 6 porões
Comprimento total: 158,59 m
Comprimento entre perpendiculares: 146,30 m
Boca (largura) extrema: 19,56 m
Boca na ossada: 19,51 m
Calado máximo de verão: 7,90 m
Velocidade de provas: 19,5 nós
Velocidade de exercício: 17 nós
Propulsão: 2 motores Sulzer de efeito simples, 2 tempos, 10 cilindros cada um, com 600 mm de diâmetro e 1.040 mm de curso, potência 10.000 HP a 150 rotações por minuto nos hélices
Tripulantes: 150
Passageiros: 788
Classes: 1ª - 13
imigrante - 775

Artigo publicado no jornal A Tribuna de Santos em 2/12/1993