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ROTA DE OURO E PRATA - ARMADORAS
Lamport & Holt

 

Quando o sr. George Holt começou a se inquietar sobre o futuro de seu filho, George Holt Júnior, ele pensou que o amigo deste último, William James Lamport, poderia ser o homem certo para dar uma carreira ao filho como armador e negociante. G.Holt. Jr. tinha então 21 anos.

Assim, nesta ordem lógica de pensamentos e fatos, nasceu, no ano de 1845, em Liverpool, na Rua Fenwick, a empresa de navegação Lamport & Holt (L-H). A idéia e o capital vinham de George Holt sênior, a experiência e capacidade de trabalho se encontravam na personalidade de W. J.Lamport.

O primeiro navio da jovem empresa e dos jovens armadores foi o barco de madeira a vela Christabel, de 335 toneladas, construído nos estaleiros pertencentes ao tio de W. J. Lamport, o sr. Charles Lamport, em Workington.

Entre 1845 e 1871, a L-H foi proprietária de outros 41 veleiros, que viajavam entre a Inglaterra e a costa Leste dos Estados Unidos, o Rio da Prata, a Índia, a África do Sul e a costa Oeste da América do Sul.

Negócios - Como era comum naquela época, além de armadores, os jovens Lamport e Holt faziam também bons negócios como mercantes, pois eles compravam com freqüência as cargas de terceiros, que seus próprios navios carregavam e freqüentemente também a revendiam, enquanto o navio se encontrava ainda na navegação. Algumas cargas mais preciosas eram vendidas e revendidas várias vezes antes do desembarque do navio.

Em 1865, a associação dos senhores Lamport e Holt havia já se desenvolvido de tal maneira, que foi decidido criar uma empresa subsidiária que levaria o nome de Liverpool, Brazil & River Plate Steam Navigation Company e da qual os dois se tornariam principais acionistas e diretores.

Seria sob esse novo nome oficial que a linha da costa Leste da América do Sul seria servida, mas por razões de simplificação o nome de Lamport & Holt continuaria a ser utilizado na linguagem corrente do dia-a-dia.

Correio - No ano de 1867, a companhia havia requerido à Direção Geral dos Correios do Reino Unido e Grã-Bretanha a autorização de transporte oficial de malas de correio. Este serviço havia sido concedido em caráter de monopólio à Royal Mail em 1850 e em 1868 estava previsto o vencimento da concessão em exclusividade. Nesse mesmo ano, a Lamport & Holt receberia o primeiro contrato para o transporte de correspondência entre os países do Reino Unido, o Brasil, o Uruguai e a Argentina.

Em 1877, foi fundada uma nova companhia subsidiária da Lamport & Holt. Tratava-se da Societé de Navegation Royale Belge Sud-Americaine, com sede em Antuérpia e de direito belga. Esta empresa tinha por missão transportar o correio oficial do governo da Bélgica entre este país e outros espalhados pelo globo.


"O navio Voltaire, que aparece aqui neste belo cartão-postal de sua armadora, a inglesa Lamport & Holt Line, foi construído nos estaleiros de David & William Henderson & Co., instalado no Rio Clyde, em Glasgow, Escócia, e lançado ao mar no final de janeiro de 1907 para a linha entre Europa e portos da América do Sul. Tinha 147,9 metros de comprimento, 17,7 metros de largura, uma chaminé com as cores azul, branca e preta, dois mastros, quatro porões para carga e capacidade para 60 passageiros de primeira classe. A Lamport & Holt pertencia aos sócios William James Lamport e George Holt, que a fundaram em Liverpool, em 1845 e competia diretamente com outra armadora inglesa, a Royal Mail Steam Packet Company. Lamport, mais arrojado e famoso por ter nascido no dia da célebre Batalha de Waterloo, 18 de junho de 1815, decidiu dar um impulso à armadora no crescente tráfego de imigrantes entre Europa, América do Sul e Nova York. Por isso, em 1905, tinha mandado construir quatro navios iniciados pela letra V, de victory – o Velásquez, o Verdi, o Veronese e o Voltaire. Esses quatro navios tinham nomes que homenageavam artistas ilustres, a saber: o pintor espanhol Diego Rodriguez de Silva y Velásquez; o compositor italiano Giuseppe Fortunino Francesco Verdi; o pintor renascentista italiano Paolo Veronese; e o escritor e filósofo francês François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire. Mas os navios não tiveram vida longa. O Velásquez afundou em outubro de 1908 ao chocar-se contra as pedras de Ilhabela, litoral de São Paulo. O Veronese chocou-se em 1913 contra rochedos de Leixões, Portugal, com a morte de 27 pessoas. Em 1916, já na Primeira Guerra Mundial, o Voltaire foi afundado no Atlântico pelo navio alemão Moewe, próximo ao rochedo de Fastnet, ao sul da Irlanda. E em 1917 o Verdi naufragou ao ser atingido por um torpedo alemão também perto da Irlanda, matando 6 pessoas. O cartão-postal foi editado pela Liverpool Printing Ltd.".

Imagem: Acervo José Carlos Silvares/fotoblogue Navios do Silvares (acesso: 7/7/2013)

Texto: condensação de material publicado nas páginas referentes aos navios