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Edição 148 - Jan/2006
Construção

O novo Aquário de Santos

Modernização ampliou o parque com ambientes que reproduzem habitats

O Aquário Municipal de Santos será reaberto ao público no dia 26 de janeiro de 2006, às 15 horas, para comemorar o 460º aniversário da Cidade, com a presença do prefeito João Paulo Tavares Papa, autoridades municipais e o governador Geraldo Alckmin. Após a solenidade, o acesso será liberado ao público. As Secretarias de Turismo e de Cultura programaram uma grande festa, com queima de fogos, homens com perna-de-pau, apresentação do grupo Acqua Loucos, distribuição de algodão doce, entrega de mil balões, pintura artística do rosto e animação de atores fantasiados como os animais do Aquário, Banda Carlos Gomes, números de dança e crianças vestidas de pingüim.


A entrada tradicional do Aquário foi repaginada visando dar mais conforto aos visitantes

Inaugurado em 1945, o Aquário é o segundo parque mais visitado do Estado de São Paulo, só superado pelo Zoológico da Capital. A modernização significou investimento de R$ 5 milhões, por meio de recursos provenientes de convênio entre a Prefeitura e o Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias (Dade).

As obras, sob supervisão da Secretaria de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura, foram executadas pela Construtora e Pavimentadora Latina, que venceu a concorrência pública. A área foi ampliada de 1.000 para 3.515 metros quadrados, com a criação de 29 tanques, que totalizam 1,1 milhão de litros de água doce e salgada, abrigando 4.000 animais, em ambientes dotados de ambientação cenográfica, reproduzindo os habitats das espécies em tanques temáticos.


No detalhe, uma das esculturas da fachada

Segundo o biólogo Paulo de Tarso, em mais de 60 anos de atividades o Aquário de Santos conquistou o respeito no mundo científico. "O papel dos técnicos, sejam eles veterinários, biólogos, estagiários, é fazer acontecer a vida em cativeiro. Isso envolve desde o planejamento do recinto onde vão estar expostos, equipamentos para dar suporte a essa vida, como filtros, iluminação, aeração, avaliação do animal quando ele chega, definindo qual processo vai passar, de recuperação, quarentena e adaptação para o cativeiro, e, finalmente, a exposição para o público", frisou. 

Conforme pode observar, após o período de obras, quando os animais foram transferidos para outros locais, eles já estão se adaptando aos novos recintos: "Já observamos que alguns, inclusive, estão com comportamento de corte, para cópula, estão fazendo ninho".


Tecnologia utilizada garante qualidade de vida aos animais

Além da moderna tecnologia de tratamento da água implantada nos tanques (leia a seguir), foram instaladas lâmpadas de vapor metálico para facilitar a visualização dos visitantes, também beneficiados com a climatização do parque. Junto com a nova comunicação visual, foram implementadas rampas e linha guia no piso, para facilitar o acesso aos portadores de deficiência. Foram colocados vidros nas laterais das rampas de acesso ao novo bloco e na bilheteria, cobertura de policarbonato na estrutura metálica da entrada principal. Uma moderna subestação elétrica e um gerador de emergência garantem a sobrevivência dos animais em caso de falta de energia.


Tanques ganharam cenografia


Tecnologia proporciona tratamento da água

Todas as instalações hidráulicas do novo Aquário foram dimensionadas, fornecidas e executadas pela Martho & Cia., desde as redes de distribuição interna, filtragem e soprador de ar dos tanques, sistemas de bombeamento geral do prédio, da praia aos tanques, até as redes de esgoto, de águas pluviais, sanitários para funcionários e visitantes, laboratórios e tanques de manuseio. Pelas próprias características do parque, no qual tudo gira em função da qualidade da água e do bom funcionamento dos equipamentos, a Martho foi uma das grandes parceiras da Latina nas obras de ampliação do Aquário.

As soluções adotadas geraram resultados positivos, especialmente na qualidade da água distribuída aos animais e refletem os investimentos na tecnologia dos equipamentos instalados, frisou o diretor da Martho, engenheiro Marcos Garcia. "Os tempos de filtragem estão dentro dos melhores padrões internacionais para aquários públicos", comemorou Marcos. Tanto de água doce quanto salgada, o maior tempo entre todos os 13 espaços com filtros, o costão rochoso, com 23 metros cúbicos, é de 1 hora e 25 minutos [*].


Filtros e bombas em paralelo

A parte pesada dos equipamentos, relativa a bombas e filtros, foi fabricada pela Albacete. Conforme detalhou o engenheiro, em alguns tanques, caso dos pingüins e das tartarugas, foram utilizados filtros de fibra de vidro, com 1,5 metro de diâmetro. Em situações especiais, foram implantados sistemas de baterias de tanques. No recinto dos lobos, por exemplo, foram instalados 10 tanques com 6 bombas em paralelo; já a filtragem do tanque oceânico exigiu 8 tanques com 4 bombas em paralelo.

Além da filtragem, todos os tanques têm coadeiras de superfície, as quais retiram óleos e proteínas gerados pela alimentação e pelos animais. Em tanques especiais, como das tartarugas, oceânico e o recinto dos lobos, foram instalados skimmers que eliminam os materiais orgânicos e a pigmentação da água. Também fazendo parte do sistema de tratamento foi instalado soprador de ar, com rede de distribuição a praticamente todos os tanques. Há ainda injeção de cloro no tanque dos pingüins e no recinto dos lobos, numa concentração mundialmente utilizada para auxiliar a oxidação das fezes dos animais.


Ozonizadores do tanque oceânico: tecnologia no tratamento da água dos animais

Finalmente, o tanque oceânico é dotado de ozonizadores, fornecidos pela Mizunami. O gás ozônio, ao entrar em contato com as substâncias contidas na água, oxida-as instantaneamente. A água fica livre de bactérias, vírus, algas, gorduras, óleos, amônia da urina e ainda oxida os íons metálicos, como cobre, ferro etc.

Diariamente, o Aquário tratará aproximadamente 1 milhão e 100 mil litros de água, dos quais aproximadamente 1 milhão de litros de água salgada. Para dimensionar os equipamentos às exigências dos animais, o diretor da Martho disse que foi fundamental a sintonia com o biólogo responsável pelo Aquário, Paulo de Tarso. "Os animais têm a melhor água e o melhor habitat possível", elogiou Marcos. "Atuamos durante mais de um ano dentro do Aquário e pudemos observar a dedicação dos funcionários no trato com os animais".

[*] Nos demais tanques, a performance do sistema de filtragem garante água de qualidade para os animais: tanque amazônico, 42 metros cúbicos, 1 hora e 15 minutos; arenoso I, 8 metros cúbicos, 50 minutos; arenoso II, 28 metros cúbicos, 1 hora e 8 minutos; tartarugas, 80 metros cúbicos, 56 minutos; cágados, 3,5 metros cúbicos, 57 minutos; solarium dos pingüins, 43 metros cúbicos, 1 hora e 11 minutos; pingüins, 82 metros cúbicos, 57 minutos; tanque oceânico, 360 metros cúbicos, 1 hora e 15 minutos; recinto dos lobos, 360 metros cúbicos, 1 hora; tanque de toque, cerca de mil litros, 12 minutos; tanque de carpas, 20 metros cúbicos, 1 hora e 9 minutos. A lâmina d'água externa também possui sistema de filtros. Obs.: volumes aproximados.


Tanque oceânico: tubarões, arraias, garoupas...


Parceiros nas obras de ampliação

As principais obras de estruturas metálicas foram executadas pela Plan Metal, outra parceira da Latina nas obras de ampliação do Aquário. A empresa é responsável pelas estruturas atirantadas nas marquises de entrada e saída, passarela interna de circulação em dois andares, passarelas de serviço e, o que já se destacam como marcas do parque, as esculturas de um tubarão e dois pingüins em aço com mais de 6 metros de altura colocadas na fachada. No total, são mais de 20 toneladas de aço. Segundo afirmou o diretor da Plan Metal, Paulo Machado, a empresa é especializada em estruturas metálicas, desde o projeto até a conclusão da obra, fornece produtos de qualidade, utiliza tecnologia avançada e executa, com rapidez e competência obras dos mais diversos tipos.

A Ar-Dutos forneceu e instalou todo o sistema de climatização do Aquário, por meio de equipamentos modelo split teto para todos os ambientes – público, área técnica e lobo marinho – e câmaras frigoríficas para a área dos pingüins, totalizando 34 equipamentos. A Ar-Dutos atua no mercado há 16 anos e executa serviços na área de manutenção, fornecimento e instalação de sistemas de refrigeração, climatização, ventilação, exaustão e salas limpas (hospitais), UTIs, empresas de todos os segmentos, atendendo clientes em várias Cidades e Estados, entre os quais, Caixa Econômica Federal, Nossa Caixa, USP, CPOS, Serpro, Batávia, Tribunal de Justiça do Paraná, Copel, Ultrafértil e Prefeitura de Santos.


O Aquário foi todo climatizado: o forro na cor preta contrasta com a iluminação nos tanques

A Haiffa Projetos e Construções fez os forros. O diretor da empresa, arquiteto Ronaldo Nicastro, detalhou que foram instalados 300 metros quadrados de forro, em réguas de PVC na cor preta, fornecidos pela TWB Plásticos, empresa da qual é representante na Baixada Santista. A Haiffa também executou 300 metros quadrados de forro branco de gesso.

A Alumitude teve participação destacada nas obras do Aquário e foi responsável pelo fornecimento e a execução da fachada de pele de vidro, que deu um toque moderno ao parque. A empresa também realizou o fechamento em vidro e caixilhos de alumínio das passarelas e elaborou os inserts, instalados dentro dos tanques onde são encaixados os vidros especiais - que também foram fornecidos pela Alumitude, para os tanques oceânico, amazônico, pingüins e lobo marinho.

Segundo o diretor da empresa, Jarbas Veras Ferreira, os vidros são laminados e temperados, de 30 e 36 mm de espessura. O tanque oceânico, por exemplo, foi fechado com 19 placas de vidro laminado-temperado de 36 mm, cada peça com dois metros de largura e altura e aproximadamente 400 quilos. O empresário frisou que a pintura eletrostática das esquadrias foi feira pela Alumicolor, outra empresa do grupo, que presta serviços para serralheiros, revendedores e construtoras em todo o Estado de São Paulo.


A fachada de pele de vidro do prédio novo assinala a modernização do parque municipal

O concreto utilizado nas obras foi fornecido pela Engemix. Já o tratamento do concreto aparente foi executado pela T Recupera. Conforme explicou o engenheiro Franco Pagani, diretor da empresa, para a obtenção de um concreto aparente com bom aspecto foi adotada a seguinte metodologia: lixamento mecânico da superfície do concreto aparente com lixas de várias gramas; estucagem do concreto aparente, com massa de cimento branco e comum, executada com desempenadeira de aço, tampanando as exsudações, requadrando as quinas e normalizando a cor; polimento por meio de lixamento manual fino, deixando as superfícies preparadas para o acabamento final; aplicação de uma demão de selador; e acabamento final, com a aplicação de duas demãos intercaladas e cruzadas de verniz acrílico a base de solvente.


Tanque amazônico: cenário retrata a floresta inundada


Cenografia reproduz habitats

Responsável pela cenografia dos tanques do Aquário, Renato Ribeiro atuou durante seis meses com o objetivo de tentar reproduzir, o mais próximo da realidade, o habitat dos animais em exposição. Os efeitos obtidos são espetaculares e, conforme Ribeiro, não existe no País parque aquático público com essa quantidade e qualidade de cenografia.

Para criar os ambientes, ele fez a base com materiais comuns de construção, como cimento, blocos, tijolos, tubos de pvc, utilizou fibra de vidro, com resina de poliéster atóxica, e revestimentos variados, como massas e ataduras de gaze. Também usou algas e plantas plásticas importadas. 

"A cenografia tem seus limites, e um deles foi determinado pela funcionalidade dos tanques e os trabalhos de manutenção", comentou. O tanque amazônico, por exemplo, tem árvores, plantas e cipós que retratam a floresta inundada; o oceânico, com capacidade para 360 mil litros de água e que abriga tubarões, arraias, garoupas, meros, reproduz a costa rochosa brasileira. Os ambientes destinados aos pingüins e o espaço do lobo marinho são inspirados na planície da Patagônia, no Sul da América do Sul.


Tanque amazônico: cenário retrata a floresta inundada
Fotos desta página: Sandra Netto e Marcos Garcia