ECO-ENGENHARIA

Um túnel sobre o mar... (3)
Outra ponte, nos EUA

Nos EUA, a obra Chesapeake Bay Bridge-Tunnel completa 40 anos em 2004 e já foi duplicada em 1999

Considerada desde 1965 como uma das sete maravilhas da Engenharia do mundo moderno (classificação obtida em competição mundial entre projetos de Engenharia), existe desde 1964 na Baía de Chesapeake, no estado norte-americano de Virginia, a ponte-túnel Chesapeake Bay Bridge-Tunnel. Inicialmente com duas pistas, precisou ser duplicada, e em 1995 foi iniciada a construção de novas pontes em paralelo às antigas, num trabalho concluído em 1999.

Construída no ponto em que as águas da Baía chesapeake se encontram com as do Oceano Atlântico, a ponte-túnel liga o Sudeste da Virgínia à Península Delmarva (que compreende o Delaware mais os condados orientais de Virgínia e Maryland), reduzindo em 95 milhas o percurso entre Virginia Beach e locais ao Nordeste de Wilmington, no Delaware, sendo a única ligação direta entre a costa Leste da Virginia e o Sul de Hampton Roads, no mesmo estado. Inaugurada em 15 de abril de 1964, a obra foi distingüida como "The Outstanding Civil Engineering Achievement" pela American Society of Civil Engineers.

Até 1965, a travessia era feita por inúmeros ferry-boats, e em 1956 foi resolvida a construção de uma ligação fixa, usando recursos de um grupo de acionistas privados (dispensando assim o emprego de recursos financeiros oficiais). A venda dos bônus começou no verão norte-americano de 1960, e com os US$ 200 milhões foi feita a construção, iniciada em 7 de setembro de 1960 e concluída em apenas 42 meses.

Os estudos indicavam o emprego de uma série de pontes e túneis, nessa travessia de 17,6 milhas (28,4 km) - é o maior complexo de pontes e túneis do mundo, mesmo que seus componentes não se destaquem tanto individualmente. Na área, a profundidade das águas chega a 100 pés (32,4 metros).

Com o emprego de 1.183.295 toneladas de rochas, quatro ilhas artificiais foram então construídas, cada uma com 10 acres (40,5 m²) de superfície, 30 pés (9,72 m) acima da água, para receber os túneis com 1 milha (1,6 km) de extensão. Há também 5,5 milhas (8,85 km) de vias de acesso até as margens da baía e duas pontes de grande altura sobre canais de navegação: North Channel Bridge e Fisherman Inlet Bridge. E, entre o Canal Norte e o Fisherman Inlet, a obra passa pela ilha Fisherman, que inclui a reserva ambiental Fisherman Island National Wildlife Refuge, administrada pelo U. S. Fish and Wildlife Service.

Expansão - Mais de 80 milhões de veículos já cruzaram a ponte-túnel, e a demanda crescente levou à duplicação da obra, iniciada em 16 de junho de 1995 e entregue ao tráfego em 19 de abril de 1999, agora com quatro pistas. As duas antigas, que ficaram conhecidas como Sentido Norte, utilizaram 2.523 pilastras, enquanto as pistas novas, no Sentido Sul, são apoiadas em 2.591 pilastras de concreto.

Foram investidos inicialmente US$ 197.185.177 nessa duplicação (a obra total de ampliação ficou em US$ 250 milhões, financiados pelo Chesapeake Bay Bridge and Tunnel District). Os serviços foram realizados pelo consórcio formado pelas empresas PCL Civil Constructors, Inc. de Denver (Colorado), The Hardaway Company de Columbus (Georgia), e Interbeton, Inc. de Rockland (Massachusetts). O projeto não incluiu a expansão das ilhas artificiais e dos túneis, que estão previstos para etapa posterior. Aliás, vale citar que as ilhas têm aproveitamento turístico, incluindo restaurantes, lojas de lembranças, cais de pesca artesanal e binóculos operados por moedas para a observação da paisagem.

A obra ganhou o nome oficial de Lucius J. Kellam, Jr. Bridge-Tunnel, em agosto de 1987, em homenagem ao homem que encabeçou o projeto, como membro da comissão encarregada da obra desde 1954 até sua morte em 1995. Mas, para preservar a identidade da estrutura e a forma como ficou conhecida, continua sendo chamada de Chesapeake Bay Bridge-Tunnel.

(*) Carlos Pimentel Mendes é editor do jornal eletrônico Novo Milênio.

	Logomarcas comemoram o 40º aniversário dessa obra que é considerada como uma das maravilhas da Engenharia dos tempos modernos

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