Forma de cálculo - O fim único do calendário católico ou cômputo eclesiástico é determinar a primeira lua cheia da primavera européia (outono no Hemisfério Sul), pois todas as festas móveis do ano dependem da Páscoa, que deve ser celebrada no primeiro domingo seguinte à lua cheia depois do dia 21 de março.

Para determinar o dia da Páscoa, usa-se o ciclo lunar, o Número Áureo, a epacta, a "idade" da lua, o ciclo solar, a letra dominical e a determinação do dia da semana.

Ciclo lunar - é o per¡odo de 19 anos solares ou de 235 lunações sinódicas. O primeiro ano da era vulgar foi o segundo de um ciclo lunar.
Número Áureo - o número que indica o ano, em que se está, do ciclo lunar.
Epacta - o número de dias que tem a lua, ou a idade dela, no princípio do ano civil.
Ciclo solar - é o per¡odo de 28 anos, após os quais os dias dos meses tornam a cair nos mesmos dias da semana. O primeiro ano da era vulgar foi o décimo de um ciclo solar
Indicção romana - origina-se do ciclo de 15 anos julianos completos que os romanos usavam nas bulas pontificais, sendo denominado indicção em decorrência do imposto indictio tributaria que os romanos cobravam de suas províncias para subsistência dos soldados que tinham servido pelo menos 15 anos. Para determinar seu valor, adiciona-se três unidades ao ano considerado e divide-se a soma por 15. O resto da divisão é o número de ordem que o ano ocupa no ciclo e o quociente indica quantos ciclos decorrem desde o início da era cristã. Se o resto for nulo, a indicção romana é 15.
Letra dominical - é a letra que corresponde às datas do domingo dum ano qualquer. Foram para isto adotadas as sete primeiras letras do alfabeto, as quais, escritas invariavelmente na ordem alfabética desde 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro, representam os sete dias da semana. Supondo-se que o ano comece numa quinta-feira, sendo A a letra do dia 1º de janeiro, à sexta-feira deverá corresponder o B, ao sábado C e ao domingo D. Logo, D será a letra dominical desse ano.

Assim em 1957, por exemplo, o Número Áureo (ciclo lunar) foi 1, a epacta foi XXIX (29), a letra dominical foi F e o ciclo solar foi 6. O ano começou numa terça-feira e terminou também numa terça-feira.

Em 1957, a lua nova ocorreu às 2h13 de 1º de janeiro. Assim, o ano começou no 29º dia da lua anterior, da¡ a epacta 29.

* Ajuste - Normalmente, o dia da Páscoa é o primeiro domingo após a lua cheia que ocorre a seguir ao equinócio da primavera, mas isso não é assim tão preciso, pois a lua cheia considerada não é a astronômica, e sim uma "lua cheia eclesiástica", determinada por tabelas, que acompanha, mais ou menos, o cálculo astronômico.

As regras eclesiásticas são:
A Páscoa ocorre no primeiro domingo seguinte à primeira lua cheia eclesiástica que ocorre no dia do equinócio de primavera ou a seguir a ele.
Esta lua cheia eclesiástica especial é o 14º dia de uma lunação tabular (lua nova) e o equinócio de primavera é fixado como 21 de março.
Assim, a Páscoa nunca pode ocorrer antes de 22 de março ou após 25 de abril. As datas gregorianas para a lua cheia eclesiástica provêm das tabelas gregorianas.

Assim, a comemoração da Páscoa depende de que tabelas - gregoriana ou pré-gregoriana - são usadas. As igrejas cristãs ocidentais (católicas romanas e protestantes) usam tabelas gregorianas; muitas igrejas cristãs orientais (ortodoxas) seguem as velhas tabelas baseadas no calendário juliano. Num congresso ocorrido em 1923, as igrejas orientais adotaram um calendário gregoriano modificado e decidiram ajustar a data da Páscoa de acordo com a lua cheia astronômica para o meridiano de Jerusalém. Entretanto, práticas variadas ainda são mantidas entre as igrejas orientais.

Existem três principais diferenças entre o sistema eclesiástico e o astronômico. As ocorrências de lua cheia eclesiástica e astronômica não são sempre idênticas, pois as tabelas eclesiásticas não seguem toda a complexidade do movimento lunar.

O equinócio de primavera tem uma definição astronômica precisa, determinada pelo atual movimento aparente do Sol como visto da Terra. É o preciso momento em que a longitude eclíptica aparente do Sol é zero (pois é considerada sua longitude eclíptica, não sua declinação), e esse momento muda ligeiramente a cada ano, enquanto no sistema eclesiástico é fixado em 21 de março.

A data da Páscoa é uma data específica do calendário, e segue as definições do fuso horário de cada local, enquanto o equinócio de primavera ocorre em um momento preciso, igual para todo o planeta Terra. Inevitavelmente, então, ocorrem diferenças, que podem existir em algumas partes do mundo e não em outras, já que temos sempre, simultaneamente, dois dias diferentes no planeta, separados pela Linha Internacional da Data.

Por exemplo, uma lua cheia astronômica ocorreu em 21 de março de 1962 no Tempo Universal (UT) 7h55, cerca de seis horas depois do equinócio astronômico. A lua cheia eclesiástica daquele mês, calculada por tabelas, entretanto, ocorreu em 20 de março, antes do equinócio fixado eclesiasticamente em 21 de março. Seguindo as regras, a Páscoa deveria portanto ocorrer no domingo seguinte à próxima lua cheia eclesiástica (quarta-feira, 18 de abril), ocorrendo de fato no domingo, 22 de abril.

Da mesma forma, em 1954 a primeira lua cheia eclesiástica após 21 de março ocorreu num sábado, 17 de abril. Assim, a Páscoa foi comemorada no domingo, 18 de abril. O equinócio astronômico ocorreu em 21 de março. A próxima lua cheia astronômica ocorreu em 18 de abril às 5 horas do Tempo Universal (UT). Então, em alguns lugares do mundo a Páscoa ocorreu no mesmo domingo que a lua cheia astronômica. 

Situação semelhante volta a se repetir em 2049.

Festas móveis brasileiras - Algumas festas populares e religiosas têm datas móveis, relacionadas à Páscoa, que possui forma própria de cálculo:
 

Outras festas móveis também possuem relacionamentos no tempo: