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CONTÊINER...
O manual da Mormack (1)

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Primeira empresa a desembarcar um conteiner marítimo no Brasil (em 1965), a armadora norte-americana Moore McCormack (Mormack, como era conhecida) montou um manual sobre conteinerização de cargas que em 1981 - quando em Santos surgiu o primeiro terminal portuário público para conteineres - serviu como o primeiro guia para muito empresário às voltas com esse revolucionário sistema.

Depois, a Mormack se transformou na U.S.Lines, que por sua vez perdeu uma aposta alta que fez no tráfego interncacional de carga conteinerizada (construindo 12 super-navios porta-conteineres ultra-especializados, para uma linha volta-ao-mundo que fracassou por problemas de gerenciamento e insuficiência de cargas).

Mas, esta é outra história. Por hora, este é o manual, excetuadas as duas páginas finais com os endereços das representantes da armadora no Brasil:

Introdução - O uso do container é um dos fatores mais significantes experimentados na indústria dos transportes.

Sendo de inegável eficiência no manuseio da carga, dando maior economia na movimentação de navios, terminais e piers, resultando em sensível proteção contra avarias, roubos e intempéries e promovendo, enfim, rapidez no envio da carga, comprovou o container ser a chave de uma nova era no transporte intermodal.

O intermodalismo somente nasceu no fim da década de 50, pois, até lá, as linhas de navegação marítima, operando plenamente o sistema de conteinerização, usavam, cada uma, unidades de diferentes padrões e especificações técnicas. A falta de padronização desses containers impedia o intercâmbio entre as diversas rotas marítimas, criava problemas na movimentação em estradas de ferro, rodovias, pátios de armazenagem, bem como com os demais envolvidos.

Reuniram-se, então, os diversos setores, visando à criação de um grupo intergovernamental dirigido ao estudo de medidas aplicáveis aos containers, medidas essas que permitam o transporte intermodal.

A esse grupo, ratificado pela maioria dos países já dentro do esquema da conteinerização, denominou-se International Organization for Standardization, ou simplesmente ISO, do qual é o Brasil reconhecedor.

Os estudos levados a efeito pela ISO levaram-na a aprovar somente os containers de 10', 20', 30' e 40' de comprimento, com altura de 4', 8' e 8'6" e com largura de 8', quando então padronizaram essas medidas, tipos de engate externo e seus pontos exatos de localização, local de fixação dos painéis com caracteres informativos e de identificação, modos de manuseio, modos de transporte, buracos - quando houver - para garfos de empilhadeiras, manutenção, terminologia, segurança etc.

Ao todo são 10 os tipos de containers aprovados, sendo que cada um está subdividido em grupos de 2 ou 3 com características, algumas das quais veremos adiante: entretanto, as medidas referidas têm de ser respeitadas em qualquer caso.

Com a padronização, o sistema de transporte foi rapidamente envolvido pelo que se denominou conteinerização moderna. Esta obrigou a feitura de novas leis, documentação, acordos entre transportadores, países e métodos de manuseio que se renovam no dia-a-dia. E a ênfase necessária ao intermodalismo praticamente eliminou da indústria do transporte o regionalismo. Vagões ferroviários, carretas rodoviárias, navios, aviões, pátios, terminais, piers, guindastes de pequeno, médio e grande porte, métodos de manuseio, tarifas - tudo, enfim, foi revisto desde então e é mantido em constante atualização.

Talvez o mais excitante da conteinerização seja o seu status quo, obrigando a todo o sistema de transporte e a toda indústria que gira ao redor de si a introduzir profundas alterações num espaço de tempo considerado curto.

Publicações - Na Inglaterra publicam-se, mensalmente, 2 revistas sobre containers, sobejamente conhecidas: Containerization International e The Journal of ICHCA - Cargo Systems International.

A primeira trata exclusivamente de containers e a segunda de toda carga unitizada em geral. Ambas promovem a difusão do sistema de unitização e dão informações atualizadas do que ocorre no mundo em todos os portos, indústrias, na ISO, acordos etc.

Uma terceira revista, Container News, é publicada nos Estados Unidos e refere-se mais a esse país.

Na América do Sul, a Câmara Argentina de Containers, fundada há alguns anos, já faz algumas publicações, mas somente limitada a Buenos Aires.

No Brasil, foi recentemente fundada a Câmara Brasileira de Containers. Suas metas são mais amplas do que a congênere argentina, visto a enorme quantidade de portos no Brasil que manuseiam containers. Lentamente, ainda, começa a se desenvolver, criar delegacias regionais para futuramente fazer publicações, conferências, seminários e atender a todo o seu corpo associativo, de modo a dar-lhe estrutura no uso do container. Qualquer pessoa física ou jurídica pode associar-se à Câmara Brasileira de Containers.

Necessitando incrementar tecnologicamente o transporte doméstico e também acompanhar o desenvolvimento do sistema de transporte internacional, o governo brasileiro já começa a se preparar, através de diversos estudos levados a efeito, para enfrentar, à altura, a movimentação de containers, inclusive com incentivos fiscais aos seus fabricantes no país.

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