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HISTÓRIAS E LENDAS DE PRAIA GRANDE
A tradicional corrida de charretes

Na areia da praia, é realizada desde a década de 1960

Matéria publicada no jornal santista A Tribuna em 11 de abril de 2005:


Animais são tratados com todo o carinho. Proprietários costumam se reunir junto ao Rio Itinga
Foto: Adalberto Marques, publicada com a matéria

TRADIÇÃO
Charretes animam noites de sábado na orla

Pedro Cunha
Da Sucursal

Praticada desde a década de 1960 nas areias de Praia grande, a corrida de charretes se mantém viva na Cidade, apesar do pouco reconhecimento por parte das autoridades e da população. Nas noites de sábado, charreteiros de toda a região reúnem-se na orla marítima da Vila Mirim para disputas individuais, que atraem centenas de pessoas. Já o domingo é reservado a passeios em família.

Jóquei mais antigo em atividade no Município, Sérgio de Oliveira, o Camarão, participa das corridas com charretes desde 1967: "Essa é uma importante tradição da Cidade. Pessoas de todo o Estado vêm para cá nos finais de semana só para acompanhar as disputas". Segundo ele, mais de 600 pessoas assistiram às competições de sábado, realizadas em frente ao Posto 9, por volta das 21 horas.

Durante a semana e aos sábados, a Vila Mirim é ponto de encontro dos charreteiros da Cidade, que guardam boa parte dos animais em cocheiras localizadas entre o bairro e a Vila Sônia. No domingo, quase sempre, o grupo vai para a beira do Rio Itinga, onde os cavalos podem pastar e entrar na água.

"Nossa intenção é fazer uma pista oficial de mil metros de extensão, com infra-estrutura para treinamento e limpeza dos animais", revela Pedro de Almeida, que aprendeu a apreciar as charretes ao ver o pai correndo junto com Camarão: "As disputas sempre atraíram muita gente e poderiam se tornar um diferencial de Praia Grande".

  

Corridas acontecem na Praia da Vila Mirim

  

Investimento - Embora exija um alto investimento, a atividade agrega pessoas de diferentes classes sociais, unidas pela mesma paixão por cavalos que, em média, custam R$ 15 mil, e pelas simpáticas charretes, orçadas em R$ 3 mil cada. "Sem contar os acessórios, como os arreios, além dos gastos com o tratamento dos animais", emenda o sucateiro João Ederbal, mais conhecido por Baianinho.

Proprietário de Derby - um cavalo argentino de trote, adquirido por R$ 18 mil -, Baianinho afirma que "o que vale é o lazer em família que a atividade proporciona". Outro animal bastante valorizado na Cidade é Brandi, também da raça argentina e que pertence a Brás Albino.

O cavalo foi comprado por R$ 15 mil e já deu muitas alegrias ao dono. Porém, a noite de sábado não foi só de vitórias para o Município. Proprietário de duas éguas, Sérgio de Oliveira Júnior amargava ontem uma derrota. "Mesmo com uma ganhando, o pessoal só lembra da que perdeu", brincou, em meio às piadas dos companheiros.

Para comprar os dois animais, investindo R$ 26 mil no total, ele precisou subir a Serra. O mesmo ocorre quando o grupo quer assistir a uma corrida de trote dentro de pistas oficiais. "Como não há um espaço adequado na região, temos que ir à Vila Guilherme, na Capital", ressalta Fernandes, explicando que o Jockey Club de São Vicente oferece uma estrutura exclusiva para cavalos de montaria, não servindo para as charretes.

Com relação às apostas, o grupo afirma que ninguém visa o lucro e que, normalmente, as disputas valem caixas de cerveja. Outra preocupação dos charreteiros é com o tratamento dos animais, que recebem o que há de melhor em ração e demais cuidados.

Camarão explica que, muitas vezes, eles gastam tempo e dinheiro para auxiliar cavalos de catadores de material reciclável: "A maioria não tem condições de vacinar ou alimentar o animal adequadamente e nós procuramos ajudar, dentro do possível".

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