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HISTÓRIAS E LENDAS DE PRAIA GRANDE - FOLCLORE
Folclore e suas manifestações locais (2)

Congada, uma festa dos tempos coloniais, atrai turistas de todo o Brasil
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Esta matéria foi publicada em 30 de maio de 2005 no jornal santista A Tribuna:
 
FESTEJOS
Congada mantém tradição de folguedos do Brasil-Colônia

Evento pode ser incluído no calendário turístico da Cidade

Manuel Alves Fernandes
Da Sucursal

Religiosos e folcloristas reviveram ontem de manhã, na capelinha de Nossa Senhora da Guia, no Portinho, em Praia Grande, um dos folguedos mais populares do Brasil-Colônia: as congadas de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.

Além da missa celebrada pelo padre Arthur e da presença de delegações de irmandades dos homens pretos do Rosário de São Paulo e de São Benedito de Sorocaba, Cotia e Praia Grande, houve a apresentação de grupos da congada de Barueri e Cotia.

Organizada por Jane Cavalcant, a Festa da Irmandade de São Benedito, que conta com cerca de 60 integrantes da Cidade, na sua maioria afrodescendentes, tem tudo para se tornar uma festa popular.

É esse também o propósito da organizadora que, com a ajuda do vereador Edson Milan, pretende convencer o prefeito Alberto Mourão a incluir a festa no calendário turístico do Município.

Ontem, a congada reuniu cerca de 500 convidados de irmandades de São Benedito dos Homens Pretos e de Nossa Senhora do Rosário, de Santos, e representantes de outras cidades da Baixada e do Interior.

Tradição - O evento começou com atos religiosos das irmandades, durante missa campal rezada a partir das 10h30 horas no terreiro da Capelinha de Nossa Senhora da Guia, de grande significado para as congadas.

A capela demarca o antigo Portinho do Rei, por onde andaram os jesuítas como os padres José de Anchieta, Manoel de Nóbrega e o Abarebebê. Folcloristas assinalam que o hábito da congada foi incorporado aos costumes brasileiros pelos jesuítas, no tempo dos vice-reis, do Ceará ao Rio Grande do Sul.

A festa relembra a coroação do Rei Congo no Brasil, sendo a congada uma adaptação da epopéia francesa Canção de Rolando.

No passado, a congada tinha a função de sublimar o instinto guerreiro do negro, criando uma luta irreal de cristãos e pagãos (mouros). É um folguedo de fundo religioso e descendência afro-brasileira. É dedicada aos padroeiros São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia.


Delegações de várias cidades da Baixada e do Interior
participaram dos rituais na área do Portinho
Foto: Adalberto Marques, publicada com a matéria

Saiba mais
Congos e Congadas são folguedos que comumente aparecem na forma de préstitos (cortejos), onde os participantes, cantando e dançando, em festas religiosas ou profanas, homenageiam, de forma especial, São Benedito, ajudando os devotos a cumprir suas promessas. Sua instrumentação varia em cada região, com destaque para a percussão, estimulando muitos momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas.

Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, manejos de bastões e espadas (alguns grupos exibem exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e início da República). Possuem reinado (rei, rainha, vassalagem), envolvendo parte dramática, com embaixadas e lutas.

Dentre estes, as mais completas são as congadas do Litoral Norte (congadas dramáticas de Ilhabela e São Sebastião), por suas estruturas complexas e presença das marimbas. E, também, de Vila Bela, Mato Grosso.

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