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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 07/26/00 16:42:25

Movimento Nacional em Defesa
da Língua Portuguesa

NOSSO IDIOMA
Os crioulos de língua portuguesa no mundo

João Alves das Neves (*)

A primeira estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, segundo a qual, contados já 95,25% dos habitantes, o Brasil deve reunir 167 milhões de pessoas, permite-nos fazer um balanço provisório sobre o número de falantes em Língua Portuguesa nos 5 Continentes.

Se adicionarmos os 78 milhões de moçambicanos, aos 12 de Angola, aos 1.100.000 da Guiné-Bissau, mais 800.000 timorenses, 330.000 caboverdianos e 130.000 de São Tomé e Príncipe, juntaremos 209.360.000 lusófonos. E se a estes reunirmos os prováveis 5.000.000 de emigrantes (3.500.000 portugueses, 1.500.000 brasileiros e outros), poderemos concluir provisoriamente que o Mundo do idioma Português é hoje um dos maiores, entre as grandes comunidades lingüisticas, com 214.360.000 pessoas. Um Mundo que seria influente nas instituições internacionais se os 8 países estivessem suficientemente unidos, política e diplomaticamente.

Poderão argumentar os de má consciência que nem todos os angolanos, moçambicanos ou guineenses de Bissau se exprimem em português – o que é verdade. Mas poderemos justificar a soma esclarecendo que a língua oficial dos 8 países é a portuguesa, sem prejuízo dos direitos e práticas, por exemplo, das línguas africanas das nações citadas e de outras. E todos os 8 estão hoje ligados, embora não o estejam na execução das suas políticas autônomas, por uma comunidade que é, sem dúvida, supranacional.

Minha língua, minha pátria - Não funciona a Comunidade Lingüística, ainda que quotidianamente ela se cumpra, não somente através dos povos dos 8 países mas até de mais de duas centenas de institutos universitários (e não temos documentação sobre os de outros níveis), com relevo para os Estados Unidos, onde funciona não menos de uma centena desses órgãos que lecionam as diversas disciplinas (sobre os múltiplos aspectos das Culturas de Portugal e do Brasil, de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor (que deverá ser Nação em 2001) e dos conhecidos núcleos de Goa, Macau e dos emigrantes.

Em todos eles se fala a Língua Portuguesa. E não é tudo: aquele conceito contemporâneo – "Minha Pátria é a Língua Portuguesa" – prolonga-se até além do idioma em toda a sua pureza, tal como a analisou David Lopes: "(...) a língua portuguesa foi durante três séculos de uso corrente entre as populações marítimas de grande parte do Oriente. Mostra-se com as referências dos viajantes estranhos que visitaram aquelas paragens nesse tempo ou ainda com documentos oficiais especiais; mostra-se com o vocabulário português que passou para muitas das línguas vernáculas daquelas partes e com as obras de caráter didático publicadas para ensino do português concorrentemente com as línguas do país; e mostram-no finalmente a formação de crioulos portugueses e as numerosas impressões em língua portuguesa que os missionários protestantes de Batávia, Colombo, Trangambar e Vepery fizeram para exercer a sua ação doutrinal." (David Lopes, Expansão da Língua Portuguesa no Oriente nos séculos XVI, XVII e XVIII, Portucalense ed., Porto, 1969).

Os crioulos portugueses - Desse falar português e das dezenas de livros religiosos e de outros usos no idioma, muito persistiu para além dos séculos. E ainda persiste.

É um tipo de fala que, no dizer de Serafim da Silva Neto, tem uma característica específica: "Os crioulos são falares de emergência, com caracteres definidos e vida própria, que consistem na deturpação e simplificação extrema de uma língua, quando imperfeitamente transmitida e apreendida por gente de civilização inferior" (in História da Língua Portuguesa).

O lingüista brasileiro aponta os vários "elementos essenciais" que constituem os crioulos:
a) é um falar transitório;
b) tem caracteres definidos, mas um fio condutor;
c) dispõe de vida própria, isto é, o grupo expressa-se através dele;
d) é a deturpação e a simplificação de um idioma;
e) língua transmitida deficientemente, ainda que seja básica, pois nunca lhe ensinaram uma fala correta;
f) é o instrumento de comunicação entre pessoas não instruídas.

Não menos significativo é que os grupos ou tribos que recorrem ao crioulo mantém os seus padrões culturais, inclusive a língua original. E é neste ponto que o crioulo se distingue do "sabir" (da Idade Média), do "pidgin-english" e do "chinook", que são apenas "crioulizantes". Há igualmente o "semicrioulo", ilustrado pelo choque entre o falar europeu e o crioulo, explicando Serafim da Silva Neto: "Este vai sendo, pouco a pouco, invadido por palavras e giros do falar das pessoas socialmente mais bem dotadas. O semicrioulo encerra, pois, formas e torneios semicultos."

Variedade do português - Eram tantos os crioulos portugueses na Ásia nos séculos XVI, XVII e XVIII que David Lopes salienta: "Durante esses séculos, ela foi a língua de comunicação dos europeus com os naturais dos diferentes países, e até dos europeus entre si quando falavam diferentes línguas. E não morreu inteiramente até os nossos dias, ela vive aqui e acolá na forma dos vários crioulos: os de Ceilão, Malaca e Tugu são os principais."

Por seu turno, Ivo Castro pondera que a origem dos crioulos interessa à história do idioma: "Pela simples razão de que, se entendermos que o crioulo é o produto e combinação de uma língua, neste caso, o português, com diversas línguas africanas, ou outras, então seremos justificados em considerar que o crioulo é uma derivação do português, ou mesmo é uma variedade do português, devendo assim os vários crioulos ser inventariados no quadro geral da 'geografia da língua'". (in Curso de História da Língua Portuguesa, Universidade Aberta, Lisboa, 1991).

No ainda oportuno Esquisse d’une dialectologie portugaise, Leite de Vasconcelos catalogou 9 crioulos indo-portugueses: os de Diu, Damão, norteiro ou do norte da costa ocidental da Índia, Goa, Mangalor, Cananor, Mahé, Cochim, costa de Coromandel. Destacou ainda o crioulo português de Ceilão, o de Macau e dois dialetos crioulos malaio-portugueses: o de Java e o de Singapura.

Quantas mudanças ocorreram desde 1901, data do Esquisse, até hoje? Não há estudos rigorosos que as identifiquem, mas em O proto-crioulo português e a sua universalidade nos séculos XVI, XVII e XVIII, Celso Cunha enumerou a persistência de 6, no Oriente – os de Malaca, Macau, Sri Lanka (antigo Ceilão), Chaúl e Korlai (Índia), Tellocherry, Cananor e Forte Cochim (também na Índia) e o crioulo de Tugu (na ilha de Java).

Da Índia a Ceilão - Nos dois livros que publicou, A Presença Oculta e Cantha sen vargonya (as edições em português são de Macau, 1995 e 1996), o professor Kenneth David Jackson, da Universidade de Yale, ao estudar os "500 anos de Cultura Portuguesa na Índia e no Sri Lanka", admitiu que "há cada vez menos falantes ativos do dialeto crioulo indo-português", cujos testemunhos foram documentados no século XIX por Dalgado, Adolfo Coelho e Tavares de Melo:

"Os antigamente vivos crioulos de Diu e Damão foram prejudicados pela uniformização goesa do século XIX, enquanto o bilingüismo de Goa, cuja língua materna, o concani, coexistia com a norma padrão continental, atrasou o desenvolvimento de uma língua crioula, embora alguma crioulização se tenha tornado evidente em Goa, desde 1961, segundo Graciete Batalha (1982): "No porto de Damão ainda hoje se pode ouvir um crioulo português semelhante ao crioulo 'norteiro' descrito por Hugo Schuchardt e Sebastião Dalgado, e é falado por vários milhares de pessoas (Clemente, 1988). O crioulo coexiste com o português padrão, como língua de baixo extrato social, embora nenhum estudo lingüístico exista que documente as possíveis incursões do inglês e do Jujerati ou do português imposto pela administração de Goa."

A par das tradições orais e literárias portuguesas em Goa, persistem as manifestações folclóricas da mesma origem – escreve o Prof. K. D. Jackson: “Em Goa, por exemplo, a música de dança de salão originária do século XIX, que se chama mandó, exemplifica um caso de concretismo mais recente do português com o folclore goês e as tradições concani. As formas e ritmos do mandó seguem a poesia da língua concani, geralmente de três versos cada, descrevendo um acontecimento ou um estado de espírito."

No estudo "Situação e perspectivas do português e dos crioulos de origem portuguesa na Índia e no Sri Lanka”, apresentado pelo lingüista romeno Laurentiu Theban no Congresso sobre a situação da Língua Portuguesa (Lisboa, 1983), afirma-se que tal presença tem por base principal a existência de numerosas variedades de crioulos:

"O português padrão, mais ou menos indianizado, pode encontrar-se nas áreas de Goa, Damão e Diu, que até 1961, ano da sua integração na União Indiana, tiveram como língua oficial o português, embora atualmente, e devido a fatores sociopolíticos, esteja a ceder o seu lugar à língua inglesa, que funciona como língua veicular na Índia. As raízes desta decadência encontram-se num fato essencial: na maioria destas comunidades o português é a segunda língua após a materna."

Os casos de Goa e Ceilão - A explicação é do Prof. Ivo Castro, devendo esclarecer-se que a "integração" de Goa não foi pacífica (conforme ocorreu com Macau, quando voltou à China), mas pela força das armas. Não obstante, a língua portuguesa continua a ser a da família, em muitos casos, o que foi confirmado no I Encontro dos Intelectuais e Artistas da Diáspora, promovido em 1990 pelo Centro de Estudos Fernando Pessoa, no extinto Museu da Literatura de São Paulo, quando foram apresentados 4 vídeo-tapes, gravados pouco antes em residências goesas: toda a gente falava em português, não diremos consoante o de Portugal ou do Brasil, mas perfeitamente com as fontes mais genuínas.

No livro Língua Portuguesa em Goa – estado atual, diz a professora Graciete Nogueira Batalha (que vivia em Macau mas conseguiu visitar Goa em 1980) que encontrou muita gente que continua a falar português, que tem diferentes variedades regionais, assim como o concani. E não há um dialeto português, mas diferentes maneira de o falar, em Goa, conforme o nível cultural. E sustenta a opinião de que "o português em Goa não chegou a crioulizar-se como aconteceu em Damão e nas chamadas terras do Norte, onde se fixou como dialeto, o dialeto 'norteiro'". E acrescenta que "o nível do português das pessoas ou a sua convivência com portugueses ou com goeses de português culto".

Na região de Pangim, o "falar" é semelhante ao de Goa, "com maiores ou menores desvios", testemunha a escritora, antes de assinalar que o ensino da língua portuguesa fora excluído (limitava-se ao inglês ou marata ou concani e este último só a nível primário), embora no secundário os alunos pudessem optar por uma "segunda língua" – francês, português, marata ou sânscrito. Ora, o concani é a língua materna: para o luso-indiano católico a língua de cultura ainda era, então, a portuguesa. Durante mais de quatro séculos, o português foi a língua oficial, em particular para os goeses cristãos. E ainda é, com o concani, o idioma materno, identidade e herança cultural de vários séculos.

No estudo fundamental que consagrou ao Dialeto Indo-Portuguez de Ceylão, em 1990, o padre goês Sebastião Rodolpho Dalgado é categórico: “Foi de pouca dura a dominação dos portugueses no Oriente (hoje, Sri-Lanka) acabou-se com a rapidez com que se adquiriu”, mas a repressão holandesa de 140 anos não extinguiu o idioma português: “Proclamou-se que não se falasse nenhuma outra língua, a par das indígenas, além da oficial (holandesa); decretou-se que nas escolas se ensinasse só o holandês e em holandês. Raspava-se a cabeça de todos os escravos que o não aprendessem e usassem exclusivamente; multavam-se os seus senhores que fossem negligentes neste assunto de interesse capital!” Porém, o português sobrepôs-se ao holandês, que poucos vocábulos deixou na antiga ilha de Ceilão.

Garante o antigo vigário-geral de Ceilão: "Não admira, portanto, que o crioulo de Ceilão ocupe um lugar proeminente entre os dialetos portugueses coloniais, seja o mais conhecido no estrangeiro, valha a pena ser estudado no interesse da dialetologia em geral e da portuguesa em especial." Imprevistamente, os missionários protestantes holandeses viam-se obrigados a pregar em português, a fim de serem entendidos, ou em inglês, singalês e tamul.

Com traços comuns ao crioulo da Índia e até de Macau e Cabo Verde, o de Ceilão recorre aos arcaismos portugueses, adota termos orientais aportuguesados, locuções portuguesas indianizadas e os mesmos vocábulos estrangeiros introduzidos.

Ontem e ainda hoje, como veremos a seguir, mas não sem ilustrações impressas: Monsenhor Delgado enumera mais de 30 livros publicados sobre a problemática lingüística da população ceilonesa, quer religiosa, quer de outros aspectos, incluindo 3 jornais: O Bruffador (de 1883-95), Voz da Verdade (1895-97) e O Brussador, 2.ª fase do Bruffador, que era mensal e durou mais de 11 anos, enquanto o Voz da Verdade não chegou a perfazer dois anos de publicação da 2.ª fase do Brussador, que era quinzenal; segundo o Padre Dalgado apenas 6 edições, esclarecendo que o da 1.ª fase foi dirigido pelo Rev. Willenburg e gozava de maior autoridade “com relação ao estudo do crioulo genuíno em todos os seus estilos". Teve, então, larga circulação e era patrocinado por largas camadas da sociedade, podendo o seu redator "gloriar-se de ter sido o mais assíduo e devotado cultor do crioulo." Em compensação, o seu novo homônimo era inferior "no esmero da redação e na vernaculidade dialetal".

Não se furta Monsenhor Dalgado de proclamar no seu livro: "D'entre todos os crioulos portugueses, o de Ceilão é o único que se gloria de ter uma literatura assaz considerável sobre variados assuntos, em produções originais ou em traduções", embora seja "quase impossível dar notícia completa de todas as obras publicadas na ilha". E, a par de uma ampla gramática, reproduz-se uma antologia de textos religiosos de um vocabulário de 44 páginas, de fraseologia (9 páginas e 16 discursos sacros, um dos quais sobre o Natal: "Dezenove séculos mais adiantados, minha amada irmãos, né 25 dé decémber, né méo anoute, num anjo dé o Senhor, todo brilhante e fremoso, já discê dé céos sóber o cidade de Bethlehem, e já parcê o pastors quem tinha alá viziando sua ranchos"...

Nos dois volumes já referidos do Prof. Kenneth David Jackson outros elementos nos demonstram que os crioulos portugueses ainda hoje não falados não somente no Sri Lanka (ex - Ceilão) mas também na costa ocidental da Índia. Desde 1973 até 1988, o estudioso da Universidade de Yale fez 6 viagens ao Sri-Lanka em busca de documentação sobre os crioulos, reunindo o suficiente para poder sintetizar os seus estudos: "A história cultural do português na Ásia rivaliza com a sua evolução lingüística pelo seu papel na transformação das sociedades onde floresceu".

Descobriu no Museu Britânico o que denominou "Manuscrito Neville de Poesia Portuguesa Cingalesa", 40 fólios, divididos em 3 partes, transcritos de fontes orais, cada uma das quais com 100 a 180 estrofes. Encontram-se estes documentos no acervo Hugh Nevill da referida Biblioteca londrina. Os pormenores do estudo do Prof. Jackson são pormenorizados e comparam os versos transcritos por Nevill com os recolhidos por vários especialistas, desde Dalgado a Silva Rego e a muitos outros, incluindo o próprio Jackson:

"Amor e paixam,
Ta me cai na tentaçam
Que largá minha igreya
Depois a devoçam."

A transcrição é do Prof. Jackson, mas alguns versos de Nevill são também perfeitamente legíveis para qualquer um, instruindo o essencial por entre inúmeras variantes – a persistência do crioulo português no Sri Lanka:

"Sie Kerra canta
Cant saen vargoya
Eau nuva Kappala
Per cuspi pessoya"
(Se queres cantar
Canta sem vergonha
Eu não sou cobra
Para cuspir peçonha.)

Do crioulo à "língua di Macau" - No livro Portugueses influence in Indunesia, Antônio Pinto da França (ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Djakarta e Lisboa, 1970 e 1985), são apresentadas mais de 1.000 palavras nas diferentes línguas da Indonésia, tal como são utilizadas em algumas das milhares de ilhas daquele país. Oficialmente, são apenas 74 os vocábulos lusos no idioma oficial, mas em Tugu a cifra vai a 624 palavras e na ilha das Flores (que foi portuguesa) até 186. Dúvidas não existem: "corpo" passou a ser "korpu", "cabeça" é "kabessa", mas "rosto" continua a ser o mesmo "rosto" e "testa" a mesma "testa", "cabelo" é "kabelu" e "pestana" mudou para "kabelu olu", já que "olho" é "olu", "nariz" é "nariz", "boca" é "boka", etc.

O Prof. Ivo Castro crê que "o português literário, ou português padrão, permanece apenas na fossilização de umas 300 palavras de origem portuguesa no vocabulário malaio". Contudo, "não acontece o mesmo com o crioulo originado a partir da miscigenação dos grupos malaio-português: a língua "kristang" dos arquipélagos malásios". E prossegue com a afirmação de que "apenas em Malaca o 'kristang' continua a ser a primeira língua da comunidade. Cita Alan Baxter, segundo o qual este nosso crioulo "é atualmente falado por perto de 1.000 pessoas em Malaca".

Paralelamente aos estudos filológicos, poderiam citar-se os de nível jornalístico (a revista Macau publicou várias reportagens muito interessantes sobre os "portugueses" de Malaca) e podemos informar que durante a série de artigos que divulgamos há anos no jornal O Estado de S.Paulo recebemos, entre outros, o telefonema de uma senhora de São Paulo que, estando em Singapura, ouviu duas senhoras malaias falando numa língua que lhe sugeria palavras familiares. Depois de hesitar, a senhora paulistana perguntou-lhes que idioma estavam falando e obteve a seguinte resposta:

– Estamos a falar "cristão"...

– Cristão?

– Sim, é o nosso "papiá" familiar...

Resposta idêntica poderia ser obtida em Macau, onde a "língua di Macau" tem ou teve, por vezes, a mesma denominação: "papiá cristão di Macau", cujo último grande cultor foi o poeta, ficcionista e ensaísta mais conhecido por "Adê", cujo nome verdadeiro era o de José dos Santos Ferreira.

Infelizmente, a maioria dos habitantes de Macau fala cada vez menos a sua língua. A preferência vai para o chinês cantonense, por que 70% da população veio dali e o inglês é mais usado que o português padrão com o incremento dos contatos econômicos e culturais no fim do século XX e "tem vindo a desaparecer progressivamente", supondo o professor da Universidade de Lisboa que ninguém mais o fala. E adianta que desse crioulo macaense ainda podem encontrar-se "alguns vestígios entre famílias de Hong-Kong", devido à emigração de famílias e pequenas comunidades chegadas de Macau e de Xangai, nos últimos anos de século XX. Mas até quando poderá sobreviver?

De acordo com Graciete Nogueira Batalha, a língua de Macau, macaísta ou "patoá", é o velho dialeto crioulo, quer dizer, "um dialeto colonial que se enraizou aqui e foi transmitido de pais a filhos durante trezentos anos, até ao século XX, tendo sido usado como linguagem familiar mesmo nas casas mais distintas. Foi usado também pelos chineses na comunicação diária com os macaenses, e ainda pelos escravos africanos e asiáticos de várias procedências trazidos no séquito dos pioneiros, e depois por seus filhos aqui nascidos pelos tempos fora". E observa que "cientificamente é um falar, pois já não é propriamente um dialeto".

Noutra passagem do seu livro Língua de Macau – o que foi e o que é, Graciete Nogueira Batalha admite que grandes mudanças ocorreram no "português de Macau", nomeadamente no tratamento de "tu", "vós" e "você" e explica: "Atualmente, ao 'você', que é a forma mais familiar e mais íntima de tratamento, como acontece no Brasil, mistura-se o 'tu', quer com as respectivas variantes pronominais e correspondentes formas verbais, quer seguido da 3.ª pessoa, como em 'tu acha, tu não sabe'".

Ainda como no português do Brasil, os dois tratamentos usam-se indistintamente entre as mesmas pessoas, o que nunca acontece em Portugal. Mas no Brasil, que saibamos, essa mistura dá-se apenas no tratamento familiar, ao passo que em Macau é vulgar ouvir-se um "tu" ou um "teu" no tratamento mais respeitoso: "Ó Senhor Doutor, a 'tua' mulher está à 'tua' espera" (...)

Finalmente, da Ásia vamos até Timor, onde o crioulo mantém raros vestígios (assim como na ilha de Sólor e na já mencionada Flores, que em tempos pertenceram, administrativamente, a Macau, no período colonial). O novo país, que adotará a língua portuguesa como oficial, está subdividido em inúmeros dialetos, que devem manter futuramente a sua autonomia – é o que se prevê.

Com 90.000 falantes, o “tétum” é destacado entre os mais importantes e utiliza numerosas palavras do idioma português, podendo aumentar esta simbiose. Na verdade, já são quase comuns as frases e palavras: "Bom dia" é "bondia", "com licença" é "konlissensa", "eu sou professor" equivale a "ha u mestre" etc.

De acordo com Geoffrey Hall, autor de Tetum Language for East Timor (1999), o “tétum” absorveu ou aportuguesou inúmeros vocábulos e esta tendência poderá acentuar-se enquanto nasce e se constrói o novo Timor – o 8.º país de Língua Portuguesa com os seus 800.000 habitantes, onde predominam os católicos.

Crioulos Atlânticos - Serafim da Silva Neto estuda atentamente a permanência de palavras portuguesas no Surinã, com relevo para o chamado "taki-taki", falado por escravos (que depois se deixaram influenciar pelo inglês). Pretendem alguns que essa presença se deve não só à proximidade do Brasil, mas, sobretudo, à chegada dos judeus portugueses, em meados do século XVII, que fugiram do Nordeste do país depois de terem colaborado com os invasores holandeses (que os trouxeram, aliás, da própria Holanda, onde muitos deles continuaram a considerar-se "portugueses", apesar de expulsos pelo rei D. Manuel de Portugal, no fim do século XV e início do XVI). Há uma série de documentos que historiam as origens deste “crioulo português”, mas os vestígios não vão hoje muito além da continuação de alguns nomes aportuguesados ou abrasileirados.

Outro será o papiamento de Curaçau, Aruba e Bonaire, ilhas que foram colônias holandesas: a propósito da primeira, Serafim da Silva Neto reproduz a opinião de Rodolfo Lenz: "El papiamento es en el fondo una lengua neolatina, derivada del português imperfectament apreendido por los mismos portugueses. Su vocabulário habrá sido, al comienzo casi exclusivamente portugués".

German de Granda opina, por sua vez, que "los eslavos negros importados llegaban a América en posesión de una más o menos desarrollada modalidad linguística criolla de base portuguesa, que sólo se relexificó y reestructuró en dirección a las hablas standard de los territorios en que finalmente se assentaron sus portadores al cabo de cierto tiempo y cuando se cumplieron determinados condicionamentos sociológicos, es perfectamente lógico que deduzcamos que, durante lapsos temporales variables, las poblaciones negras traídas a la América española como esclava siguieron practicando, aunque com modalidades crecientemente próximas al castellano, su própria variante criolla de base portuguesa".

Diz mais German de Granda: "El papiamento actual representaría, según esta hipótesis, una etapa intermedia en el camiño entre la base portuguesa y la meta española, totalmente recorrido ya, en las demás áreas americanas, por las poblaciones de color." (In Acerca de los portuguesismos en el español de América, Instituto Caro y Cuervo, Bogotá, 1968).

Há divergências sobre a presença da língua portuguesa no "papiamento" das 3 ilhas, que nunca foram colônias de Portugal. Em Cabo Verde, há quem pretenda que o papiamento das três ilhas antilhanas é de procedência caboverdiana, mas outros crêem que ele foi ali introduzido pelos judeus que saíram do Nordeste do Brasil, após terem servido os holandeses.

A tese é proposta pelo escritor brasileiro Origenes Lessa, que foi propositadamente a Aruba averiguar o que se passara, tendo chegado a essa conclusão depois de visitar o cemitério judeu, onde praticamente todos os nomes eram portugueses. E publicou um curioso folheto sobre o tema... Aliás, de Surinã a Curaçao, Bonaire e Aruba não é assim tão longe! Antônio Carreira observa, no seu livro O Crioulo de Cabo Verde – Surto e Expansão (Lisboa, 1984): "Tenhamos em atenção que só nas Antilhas o número (estimado) de crioulôfonos (na base de línguas européias) excede 13 milhões; e os de Cabo Verde, Guiné e áreas periféricas talvez não ultrapassem o milhão."

Para finalizar, passemos para o outro litoral atlântico, fixando-nos inicialmente em Cabo Verde, onde o português é a língua oficial e a do ensino, enquanto o crioulo é o dialeto mais falado, explicando-se que há “um português correto mas polvilhado de modismos ou regionalismos com sua cor local”, paralelamente a "um português muito rudimentar, falado por camadas populares em determinados momentos, particularmente os solenes" – esclareceu Belmiro Ramos, na comunicação ao Congresso sobre a situação atual da Língua Portuguesa no mundo (Lisboa, 1983).

De resto, há dois grupos de crioulos em Cabo Verde – o de Barlavento (ilhas de São Vicente e Santo Antão) e o de Sotavento (Santiago, Fogo e Brava), considerando-se este mais próximo do português das descobertas. Para o filólogo Celso Cunha, os usuários caboverdianos oscilam entre o "crioulo pesado" e outro, intermédio, mais perto do português – o "crioulo levinho".

Por sua vez, o escritor caboverdiano Baltazar Lopes esclarece, no Prólogo ao estudo, publicado em 1957, sobre o Dialeto Falado em Cabo Verde (do filólogo português Rodrigo de Sá Nogueira), que "em Cabo Verde, a língua da Metrópole teve de sustentar forte luta com as línguas dos negros. Dessa luta saiu o português vencedor, mas não incólume: os golpes que sofreu foram tais que ficou coberto de cicatrizes, tantas e tais que à primeira vista se não reconhece a sua personalidade... não se conservou, no verdadeiro sentido, da expressão: ela (a língua) metamorfoseou-se."

Explica ainda Baltazar Lopes: "Parece-nos que o crioulo caboverdiano, como os crioulos em geral, procede de uma fase inicial bilíngüe, a que teria seguido, a breve prazo, uma outra em que o africano haveria já assimilado uma estrutura gramatical simplificada do português. Desta base simplificada inicial é que temos de partir, suponho eu, para podermos compreender como é que o crioulo de Cabo Verde apresenta uma vitalidade que torna impossível a sua ‘erradicação’ como fala comum, e até uma viabilidade literária incontestável, a contrastar com a ‘magreza’ da sua estrutura morfológica."

E mais adiante prossegue: "Estando o reinol (puro em contaminações tropicais) em nítida minoria, foi o homem crioulo que teve a última palavra; e o reinol não teve outro remédio senão 'acultar-se' idiomaticamente. Note-se que esta adoção, em alguns casos, e adaptação em outros, do natural da Metrópole à linguagem, radicados no arquipélago, ou por chegarem a uma posse total do crioulo, ou por deixarem que português se contamine de peculiaridades regionais do português, como se fala em Cabo Verde."

Em São Tomé e Príncipe (e o mesmo ocorre em Cabo Verde) não há línguas nativas mas vários crioulos: forro, moncó e angolar – o português é oficial e o do ensino, visto que os crioulos estão cheios de palavras africanas, raramente coincidentes, por exemplo, entre caboverdianos, guineenses e são tomenses. Fenômeno idêntico é o da Guiné-Bissau: oficialmente, a língua é a portuguesa, mas somente 11,1% a falam (com 0,15% de monolingues do português), havendo 44% que se exprimem no crioulo (com 4,5% monolingues). E há também as línguas nacionais (manjaca, papel, balanta, fula, mandinga etc.), sendo clara a situação de bilinguismo entre o crioulo e as línguas nacionais ou o português.

Textos em crioulo de Língua Portuguesa:

1) de Cabo Verde (poema Batuque)
2) de Goa (duas canções de Damão cantadas em Goa)
3) de Cochim - Índia (dois poemas em crioulo e em português)
4) de Ceilão - Sri Lanka (Canções Populares)
5) da Indonésia (dois poemas)
6) de Macau (Macau Jóvi)
7) de Curaçao (duas notícias em papiamento)

Cabo Verde:

BATUQUE
Nho Duque, Marquês de Pombâl,
Pé na tchon, cabél na cabeça,
Sori gráça, dente na boca,
Ára quéda, mó na dinhêro,
Nho dâ-’n fi de cabél de nhó,
Pâ-’n manda ‘ncantada Lisboa!
Nho Duque, Marquês de Pombâl!
Tâ sombra baxo
Pé de sabola,
Tâ dêta baxo
Pé de dinhêro:
Qui dâ-’n ôro na calmã,
Qui dâ-’n coráz na balâi!
Nho Duque, Marquês de Pombâl!
Faca tchitcha, ponta margura,
Bainha quato minina noba:
Tchitcha nha Maian
Co nha Má Sameda;
Nha Bódja Corêa
Co Xinxum d’Almeda,
Pretas djaraçon de branco!

(do livro Folclore Caboverdeano, de Pedro Cardoso, Porto, 1933)

Goa:

Duas canções de Damão cantadas em Goa:

I
Barra di Damão
Minh' Luzi'
É estreit e comprid'
Àlegre n' entrad'
Minh' Luzí'
Trist' na sàíd'
Arê, Mari’ Pitachê
Arê, Mari' Pitachê!
Pr' amor de vós (vos)
Minh' Luzí'
Mim fazê soldád'
Fazê sentinél'
Minh' Luzí'
Lèvá chicôtád'
Are Mari' Pitachê
Are Mari' Pitachê!
II
No inverno rigôrôso
Serúmbai
Nascem flôrinhas no châo
E assim nasceu meu amor
Serúmbai
Dentro do meu coração.
Serúmba'
Diga
Me dig'
Me dig'
Dig'
Se gost' de mim
Serúmba'.
Burra do mainat' (mainato)
Já quêbrou mão
Já quêbrou pé
Já marrou pau
Já fez em pé.
Remai marinhêr'
Chega á outra banda
Marinhêr'
Lá vai seu dinhêr'.
Dâmpaca, dâmpaca, bai (?)
Kalú (?)
Que caril jantou
Caril de cachopinho
Kalú
Baixo mangueirinh'.

(do livro Língua e Cultura Portuguesas em Goa – Estado Actual, de Graciete Nogueira Batalha, Macau, 1982).

Cochin (Índia):

I
Shingly Nova, Shingly Nona
Eu kara casa
Casa notha, Porta notha
Kalai lo casa
Hapa lo assa
Minha nona
Pootoo lo kusa
Hasi minha nona
(minja dosi nona)
Nos lo casa.
II
Eu pas sa po bassa pota
Pardra fini chucha na pai
Ke mal dithu thras minyana
Panja rosa cum so pai.
Rosa prathu, Rosa branku
Rosa varde Kavalathu
Isie thras rosa
Fasa parmi pathuvadu
Anatha da unka consalaisam
Theru minja donu da coraisam
Jafoy panja rosa, Anatha
Nay althu monthany, Anatha
Rosa ja thum greethi, Anatha
Eu ja tha um cararu, Anatha.
(1987)
Dona Cingalesa, Dona Cingalesa
Eu quero casar
Casa não tenho, porta não tenho
Como vamos casar?
Vou assar hapa
Minha dona
Vou cozer bolos de arroz
Assim minha dona
(Minha doce dona)
Nós vamos casar.
Eu passava pela vossa porta
Uma pedra fina feriu(-me) o pé
Três meninas namoradeiras
Apanhavam rosas com os pés.
Rosa preta, Rosa branca
Rosa verde estouvada
Estas três rosas
Deixaram-me perturbado.
Anatha, dá-me consolação
Tira a minha dona do (meu) coração
Fui apanhar rosas, Anatha
No alto da montanha, Anatha
As rosas deram um grito, Anatha
Eu (fugi), Anatha.

(do livro Canta sen vergonya – tradições orais em verso crioulo indo-português, de Kenneth David Jackson, ed. Macau, 1996).

Ceilão:

Canções Populares:

Cambran té saltá
Mais alto doque serra,
Sujo né cabéça
Querrê fazê guerra.
Amor sua valia quem podê fallá?
Mais precioso doque diamante,
Muito mais bonito doque prata,
Quem achá amor, não sintê triste.
Aqui né este cámber té bailá
Menina galante.
Sua fremesura per olhá
Valê diamante.

(do livro Dialecto Indu-Português de Ceylão, de Sebastião Rodolpho Salgado, Lisboa, 1901).

Indonésia:

Alpada ku istera
Rabana ku gitera.
Keng bira ola?
Io deli supa sinjo!
Pes porko, meolo bong
Boltea, boltea dentru fugan.
Tjua pitji, ptji
Tjua kabrota.
Torna kabrota.
Toma Nona "Mitji"
Bota ke gaiola
Bate bate porta
Pidi agua keri bebe
"Perlas" keri entra
Io “tjuma” keri tabe.

(canção de Tugu-Djakarta)

"Moresco" - LOCAL
Anda-anda na bordi de mare
Mienj korsan nunka contenti
Io buska ja mienja amada
Nunka sabe ela já undi.
Io buska mienja amada
Ia mienja noiba mienja amoor,
Io buska até tuda banda
Isti corsan teeng tantu door.
Io prunta fulae strella
Bosoter munka ola un tenti
Fula e strella nunka resposta;
Mienja korsan nunca contenti.
O, bie aki mienja amada
Mienja noiba, o moler bonito
Io espara con esparansa
E canta contigo Moresco

(do livro Portuguese Influense in Indonésia, de Antônio Pinto de França, ed. em Djakarta, 1970, e em Lisboa, 1985)

Macau:

Crioulo Português de Macau (”Papiá Cristan”)
MACAU JÓVI

Macau sã unga téra,
De tánto fantasia;
Qui na paz, qui na guéra,
Tudo sã alegria.
Su gente sã capaz,
Sã gostá divertí.
Non têm siúm de cartaz,
Qui nádi vêm aqui.
Nôs têm unga "Ministro",
Qui tudo sá fazê.
Têm cara de calistro,
Co sorte pa vendê.
"Ministro" já cartá,
Quelê tánto artista
Pa vêm repesentá,
Insaguá nôs sua vista.
Têm tánto musiquero,
Têm mágico chistoso;
Têm dotôr gatunero
Têm cáfri habilidoso.
Mas má-língu falá,
Êle sã chuchuméca!
Buscá sarna cuçá,
Pa nôs gastá sapéca.
Si nunca sã assi,
Únde Cugat, Pashá,
Sabe vêm nôs aqui,
Dá brinco nôs olá?
"Ink'spot" co trê Latino,
Iturbi co Giováne,
Sã "Ministro" ladino
Já virá fazê gránde.
Gente qui ta Papiá,
Sã têm mau coraçám.
Nhum qui más invejá,
Sã nhum de pôco açám!
N’unga mundo de treva,
Têm laia-laia gente.
"Ministro" nádi reva,
Lôgo ri, mostrá dente.

(do livro Macau sã assim, de José dos Santos Ferreira - "Adê" -, Macau, 1967).

Curaçao:

Papiamento

RIBA DELIMITASHON PLATO CONTINENTAL:
VENEZUELA Y ANTIYAS A LOGRA PROGRESO SUBSTANCIAL
WILLEMSTAD – Ayera a termina aki na Korsow e kombersashonnan riba delimitashon diplato continental entre Antiyas y Venezuela kwal a tuma kasi un siman. Durante di un kombersashon kwal nos a hiba awe mainta ku e Ministro di Struktura Estatal Sr. Max Croes kende a fungi komo lider di e delegashon Antiyano n’e kombersashonnan, el a informa nos ku e kombersashonnan a bai den un atmosfera hopi bon y hopi amical; tabatin komprenshon pa otro su punto di bista door di kwal un progreso substancial por a wordu logra.

Ministro Croes a bisa mas alew ku e ta konsidera ku awor nan e yega minserka di un solushon. Riba nos pregunta ku si tini puntonan riba kwai nan no por hanya otro “breekpunt”, el a bisa ku esaki no ta e kaso y ku e no por bai tampoko den detayes riba esaki, abase di un konvenio existente. E konvenio aki ta enserra ku ningun informashon konkreto riba e deliberashonnan no ta wordu suministra na medionan ni na Korsow y tampoko na Venezuela.

Riba nos pregunta ki dia lo tini reanudashon di e kombersashonnan Ministro Croes a duna di konose ku e delegashonnan awor a hala bek pa delibera ku nan respektivo Gobierno riba e kombersashonnan; tur dos delegashon a express e desso pá reuni atrobe ribe termino horto, apesar di ki ningue fecha katogoriko no a wordu menshona.

Excerto do Jornal "La Prensa", de Curaçao – 21 de Janeiro de 1978.

B.C. di St. Maarten a jega na akwerdo ku personal di ontvanger
GOBIERNO TA CUMPLI KU MAYORIA
PHILIPSBURG – ...

Do Jornal "La Prensa" de Dissabra, 21 de Janeiro de 1978 (Curaçao).

(*) João Alves das Neves publicou este artigo em 31/12/2000 no Jornal da Tarde/O Estado de São Paulo, e em 14/1/2001 também no Jornal do Commercio, do Recife.