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FEBEANET
Terrorista Mr. Silva planeja dramático ataque

Veja também a ligação com a seita do Reverendo Moon

Um artigo do jornal estadunidense The Washington Times - que não deve ser confundido com o veterano e influente The Washington Post, como foi feito por muita gente na Internet - está agitando os internautas e a classe política brasileira, com reflexos inclusive na Europa. 

Trecho inicial do polêmico artigo, na página Web do 'The Washington Times'
Há quem veja no texto de um ex-membro do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Constantine C. Menges, indícios fortes de que os EUA pretendem agir para influenciar de forma imoral o resultado das eleições brasileiras. 

Afinal, além de ele mesmo incitar o presidente George W. Bush a intervir nas eleições brasileiras, já estão disponíveis para o público - após o prazo de 25 anos em que caduca o caráter secreto dessa informação, pelas leis dos EUA - os documentos que atestam a intensa participação do governo estadunidense nos golpes militares latino-americanos, especialmente o golpe de 31/3/1964 no Brasil, e recentes episódios na Venezuela mostram que o atual governo continua praticando a mesma política intervencionista nos assuntos internos dos países sulamericanos. 

Protestos - Desde Guarulhos/SP, a publicação eletrônica Relatório Alfa, distribuída por correio eletrônico a mais de 80 mil assinantes, destaca o besteirol estadunidense em sua edição 308, de 26/8/2002, com o título "Brasil: Líder do Novo Eixo do Mal...". 

O editor Aldo Novak começa a resenha do artigo apontando o erro: "Jornal The Washington Times publicou artigo absurdo, escrito por ex-membro do Conselho de
Segurança Nacional dos Estados Unidos, que acusa o novo presidente radical eleito (???) do Brasil de levar o país a liderar um novo eixo do mal, com capacidade de um ataque nuclear e alinhado com os inimigos dos Estados Unidos".

Destacando que o Hudson Institute, do qual Constantine é senior fellow, é uma entidade controlada pela extrema direita americana, Aldo continua: "Longe de ser uma análise fria, o artigo é repleto de absurdos, mas mostra que há um movimento articulado para influenciar as eleições brasileiras. Alguns chamariam de conspiração, já que, tendo sido do Conselho de Segurança Nacional, ela, naturalmente, sabe que suas afirmações são falsas."

Além de criticar outros trechos, Aldo completa a resenha, comentando que Constantine termina o artigo pedindo uma "ação decisiva e imediata para evitar este desastre para a segurança nacional americana e para o povo da América Latina". Nota que a articulista, entusiasmada com o poder de Bush, diz que a solução seria os Estados Unidos "encorajarem os partidos pró-democracia no Brasil para se unirem em prol de um candidato honesto, capaz de liderança política e que possa representar as esperanças da maioria dos brasileiros para um democracia genuína".

Aldo Novak termina a edição 308 com o seguinte editorial:
 

OPINIÃO DO EDITOR:

Em todos os meus anos de jornalista, nunca pensei em ler um artigo tão claramente manipulador e conspiracionista contra o Brasil, quanto o publicado pelo The Washington Times. A autora faz parecer que o Brasil é uma republiqueta na qual o presidente rasga a Constituição para atacar os Estados Unidos. 

Sim, o Brasil tem problemas. Sim, Lula é de esquerda. Sim, ele não é exatamente amigo de Bush, para dizer o mínimo -- mas qualquer pessoa com meio neurônio sabe que Bush não merece amigos. Bush não respeita leis internacionais, destrói o meio-ambiente, está envolvido em escândalos financeiros e joga com as vidas de civis como se jogasse xadrez. Isso para não levantar o fato dele ter assumido o governo da nação mais poderosa e importante do planeta mesmo tendo MENOS votos que seu oponente. E por um voto de diferença, na Suprema Corte.

O texto feito por Constantine C. Menges não merece o papel no qual foi escrito. 

E quanto ao fato dela sugerir que Bush "garanta a vontade da maioria"... engraçado, pensei que os votos da maioria representassem a vontade da maioria. Pensando bem, a maioria não votou em Bush, mas ele levou a presidência. Acho que ela está com medo que o Brasil mude também os resultados das urnas. Só pode ser isso. 

Não sou eleitor de Lula e NÃO pretendo vou votar nele. Mas os perigos citados pela ex-funcionária do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos têm o gosto amargo dos anos em que os americanos achavam que os russos comiam criancinhas no jantar. É bom ficarmos alertas, ou os telejornais americanos podem começar a dizer que o pior e mais perigoso país da Terra... é o Brazil... uai.

Contato com o autor: aldonovak@relatorioalfa.com.br

A publicação teuto-brasileira ABKNet News, editada na Alemanha, distribuiu chamada eletrônica em 18 e 19/8/2002 sobre o assunto:
 

 Assunto: O Brasil no Eixo do Mal
     Data: Mon, 19 Aug 2002 23:22:54 +0200
        De: ABKNet News <news@abknet.de>
Empresa: http://www.abknet.de

ABKNet News
Domingo - 18/08/02

É marcante a linha editorial da imprensa norte-americana nas últimas semanas. Fosse pouco a pressão econômica internacional exercida sobre o Brasil, parece ter começado a fase da pressão política. O pontapé inicial foi dado pelo Washington Times, que abriu na última semana o novo-velho tempo de caça às bruxas e sugestiona colocar o Brasil no eixo do mal caso se concretize a vitória de Lula nas eleições presidenciais de outubro próximo. A matéria assinada por Constantine Menges, ex-membro do Conselho de Segurança Nacional dos EUA aponta também para a solução: Impedir Luis Inácio da Silva de chegar ao poder.

O artigo é uma demonstração clara de que a América Latina deve continuar colônia bananal dos EUA. A ABKNet colocou online a tradução completa da matéria. O artigo original em inglês tem rodado na internet em círculos de brasileiros residentes no exterior. O brasileiro Joel Conrado, residente na França, traduziu o texto que colocamos no endereço: http://www.abknet.de/wtimes.htm

O citado texto de Joel Conrado, distribuído desde a França para uma lista de destinatários de correio eletrônico, inclusive Novo Milênio, é este:
 

Assunto: A-BILHETE DA EUROPA 106
    Data: Sun, 18 Aug 2002 18:11:59 -0000
       De: "joel.conrado" <joel.conrado@freesbee.fr>

BILHETE DA EUROPA  No. 106   18-08-02
O Outro Lado das Notícias
Editor responsável: JOEL CONRADO - França - joel.conrado@freesbee.fr

O besteirol na imprensa americana!

Lula visto como um Ben Ladden no comando do poder nuclear brasileiro

Recebi de nosso leitor Wilson Chiarelli, residente nos USA, um artigo que classifico de um típico exemplo de BESTEIROL, publicado pelo Washington Times, um dos maiores jornais americanos. 

Minha tradução e a análise (abaixo em vermelho) de trechos no referido artigo mostram como a imprensa servil  e subalterna pode ser usada para desenformar e neste caso específico, espalhar o pânico com a desinformação. Como se não bastasse o terrorismo econômico e político que o mundo hoje enfrenta, vemos no referido texto um exemplo antológico do terrorismo pela mídia. 

Realmente não há outra palavra para classificar como BESTEIROL as suposições, ingenuidade ou burrice de um ex-membro do Conselho Nacional de Segurança, um pau mandado dos interesses econômicos americanos e do governo Bush que está conduzindo seu país à paranóia do perigo do terrorismo. Baseados em alguns eventos relacionados com a remota possibilidade do Brasil se tornar um potência nuclear, a ingenuidade ou cretinice do autor do texto só falta chamar Lula, que no estilo americano é mencionado como da Silva (só rindo...), do novo e possível Ben Ladden da América Latina. 

Para os que não sabem, não sou da esquerda, não pertenço ao PT e muito menos vejo a candidatura de Ciro Gomes como a salvação. Minha análise do referido texto é resultado de minha surpresa e revolta de ver como o Washington Times se permite a ousadia de publicar um artigo delatório, eivado de suposições fantasiosas e no limite de falácias e mentiras.

Leiam, que vale a pena  conhecer o que é o verdadeiro terrorismo da imprensa e meus comentários sobre alguns dos parágrafos !!!!

The Washington Times
www.washtimes.com

" BLOQUEANDO UM NOVO EIXO DO DIABO
Constantine C. Menges
Publicado em 07/08/2002

Uma nova ameaça terrorista e nuclear balístico-míssil talvez venha de um eixo incluindo Fidel Castro de Cuba, o regime de Charles na Venezuela e um novo eleito radical presidente do Brasil, todos com ligações com o Iraq, Iran e China. No ano passado quando de sua visita ao Iran, o sr. Castro disse: "Iran e Cuba podem fazer a América se ajoelhar", enquanto Chavez expressava sua admiração por Saddam Hussein durante uma visita ao Iraq.

O novo eixo ainda pode ser evitado, mas se o pró-Castro candidato é eleito presidente do Brasil, os resultados poderiam incluir um regime radical no Brasil, restabelecendo seus programas balístico nuclear, desenvolvendo ligações mais estreitas com os patrocinadores do terrorismo como Cuba, Iraq e Iran, e participando na desistabilização das frágeis democracias dos países vizinhos. Isto poderia levar 300 milhões de pessoas em seis países sob o controle de regimes radicais e ante - US e a possibilidade que milhares de novos doutrinados terroristas talvez tentem atacar os Estados Unidos a partir da América Latina. Por ora, a administração em Washington parece pouco se preocupar."

Francamente, digo eu, se o Governo Americano parece pouco se preocupar, é uma prova que o objetivo principal do citado artigo é de criar um melodrama sem fundamento.

"Os brasileiros - continua o citado artigo - realizarão eleições presidenciais em outubro e se as presentes pesquisas são um guia, o eleito poderia ser um pró-Castro radical com extensivas ligações com o terrorismo internacional. Seu nome, Luiz Inácio da Silva, presidente do Partido dos Trabalhadores e candidato a presidente o qual no momento mantém 40% de preferência nas pesquisas. O candidato comunista (!!!) é segundo com 25% e o pró-democracia com 14%."

Dupla dose de contradição e desinformação. O artigo mais adiante fala muito em democracia mas nega a realidade de que "as presentes pesquisas são um guia" e que o candidato Lula mantém-se com 40/% da preferência do eleitorado. A desinformação está no fato de mencionar o segundo candidato como sendo comunista com 25% de preferência... Assim sendo, se fosse verdade e Lula o comunista e terrorista que o artigo acusa dele o ser, teria junto com esse fantasmagórico segundo candidato comunista, uma preferência de 65%
nas pesquisas. Números de fazer inveja a muito presidente eleito com um margem de menos de 10%...  Isso é o que poderemos chamar de democracia...

"O sr. da Silva não faz segredo das suas simpatias. Ele tem sido um aliado do sr. Castro por mais de 25 anos. Com o apoio do sr. Castro, o sr. da Silva fundou o Fórum S. Paulo em 1990 com uma reunião anual de comunistas e outros organizações políticas radicais da América Latina, Europa e do Oriente Médio. Isto tem sido usado. O último encontro foi
realizado em Havana, Cuba em dezembro de 2001. Ele reuniu terroristas da América Latina, Europa e Oriente Médio e condenou duramente a administração Bush e suas ações contra o terrorismo internacional.

Num país como os USA onde você pode ser facilmente processado por calúnia, essa afirmação de "coordenar e planificar terrorismo e atividades políticas em todas as parte dos mundo e contra os Estados Unidos", por não ser verdadeira, expõe o jornal e o autor do texto a um processo que custará muito caro pela falta de fundamentos e provas dessa grave acusação.

"Como o sr. Castro, o sr. da Silva acusa os Estados Unidos e o neo-liberalismo por todos os reais problemas sociais e econômicos que o Brasil e a América Latina enfrentam." Mal informado, o articulista esquece de acrescentar que mais do que o neo-liberalismo, é a roubalheira, a corrupção dos oito anos do governo de FHC em que o Brasil se afundou.

"O sr. da Silva classificou a ALCA como uma conspiração dos Estados Unidos para anexar o Brasil, e ele tem dito que os banqueiros internacionais que desejam receber os US$ 250 bilhões de empréstimos "são terroristas econômicos".

Ele tem dito também que aqueles que estão retirando seus dinheiros do Brasil, porque eles tem medo do seu regime, são igualmente "terroristas econômicos". Isso dá uma idéia do tipo de "guerra contra terrorismo seu governo irá implantar." Aqui também o autor do texto esqueceu de mencionar que Lula vai também combater o terrorismo do tipo contido no citado artigo...

Mais adiante, o jornal afirma: " ... o Brasil poderia brevemente (!!!!!) tornar-se também uma das nações detentoras de uma força nuclear. Entre 1965 e 1994, os militares ativamente trabalharam para desenvolver armamento nuclear, e com sucesso desenharam duas bombas atômicas e estavam prontos a testarem um engenho nuclear quando um  governo democrático recentemente eleito e uma investigação do Congresso obrigou o desmantelamento do projeto." 

Entre desenhar e fabricar... há um longo caminho e afinal o processo foi interrompido...

"A investigação - continua o artigo - revelou, entretanto, que os militares haviam vendido oito toneladas de urânio ao Iraq em 1981. Também foi revelado que após esse projeto de sucesso havia sido interrompido, o general e 24 cientistas trabalhando no mesmo foram trabalhar para o Iraq. Existem relatórios que revelam que com financiamento do Iraq, a capacidade nuclear tinha sido mantida escondida, contrariando a política dos democráticos líderes civis." Como é que é? Operação mantida, contrariando a política democrática dos líderes civis? No comments, mas interessante inserir no texto frases como essas lembrando a pureza dos líderes civis  ...

"A China já vendeu urânio enriquecido e tem investido na indústria espacial brasileira em um projeto para a construção de um satélite de reconhecimento." Certamente isso é tão perigoso e terrorista como vender aviões militares, tanques e enviar militares instrutores ao Kuwait, Israel e Filipinas.

"... Ao mesmo tempo, em ajudando os guerrilhas comunistas assumirem o poder na convulsionada democracia da Colômbia, o regime de da Silva no Brasil estaria em posição favorável para ajudar comunistas, traficantes-terroristas e outros grupos ante-democráticos em "desEStabilizar" as frágeis democracias da Bolívia, Equador e Peru,como também se aproveitar da profunda crise econômica na Argentina e Paraguai." Quem diria? Como se não bastasse um Ben Ladden que os americanos ainda não conseguiram encontrar, o autor vê em Lula um segundo Ben Ladden. Isso é dose para americano nenhum dormir sossegado...

"Mais, o regime da Silva provavelmente irá recusar pagar as dívidas, causando um profundo agravamento da economia em toda a América Latina, e consequentemente aumentando a vulnerabilidade de suas democracias. Isto poderia causar uma segunda fase de diminuição nas exportações dos Estados Unidos. Um eixo Castro-Chaves-da Silva
significaria a ligação de 43 anos da guerra política de Fidel Castro contra os Estados Unidos com a rica em petróleo Venezuela, o armamento nuclear/mísseis e o potencial econômico do Brasil." Esse parágrafo daria uma fantástica Novela das Oito na TV Globo. Só falta agora FHC dizer que graças aos seus oito anos de governo, o Brasil comandaria um complot econômico e militar contra os Estados Unidos...

"Com nossas eleições em novembro em 2004, os americanos podem perguntar: "Quem perdeu a América do Sul?" Aqui, como no parágrafo anterior, o autor se preocupa com a economia americana e as próximas eleições nos Estados Unidos quando se lê no que segue um ponto de vista republicano contra os anos dos democratas no comando dos USA.

"Os Estados Unidos foi politicamente passivo durante a administração de Clinton, quando ignorou os pedidos dos democratas da Venezuela para ajuda na oposição às antI-constitucionais e ilegais atividades e também ignorou as suas públicas alianças com os Estados patrocinando terrorismo.

"Antes que seja tarde, um acompanhamento político e ações pelos Estados Unidos e outras democracias deveriam incluir um incentivo aos partidos democráticos no Brasil se unirem em suporte a um líder político capaz que possa representar as esperanças da maioria dos brasileiros por uma genuína democracia e aqueles que possuem os recursos para
estabelecer uma efetiva campanha nacional."

Frase final com essa afirmação - "...que possa representar as esperanças da maioria dos brasileiros" uma vez mais contradiz o que o autor mencionou, pois as pesquisas apontam uma preferência de 40% do eleitorado pela candidatura de Lula. Mais ainda, faz um tácito e vergonhoso apelo ao poder econômico para influenciar e destabiliZar as eleições brasileiras. No comment...

Finalmente o autor, abaixo, justifica seu nome: de política exterior, ele manja nada...

Constantine C. Menges
Sênior membro do Hudson Institute 
Ex-membro do Conselho Nacional de Segurança.

Esta é a carta aberta enviada ao jornal estadunidense por um brasileiro de Porto Alegre, também postada na lista de debates sobre negócios Widebiz em 25/8/2002:
 

Mr. editor, 

The text of http://www.washtimes.com/commentary/20020807-85262452.htm is totally nonsense ! It's pure lie ! It's not true! Ms. Constantine C. Menges don't know nothing about Brazil! The things about nuclear weapons is rediculous! The "pro-Castro" knickname used is an abuse!

I do not vote in Luis Inacio Lula da Silva, but I can't stay looking this total insanity without express my indignity with my poor english!
The poll's informations is absuluted wrong!
See more about our elect process in some of websites with really true information!

http://noticias.terra.com.br/eleicoes
http://noticias.uol.com.br/eleicoes
http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/eleicoes/0,3190,|84,00.html

Se the polls:
http://www.terra.com.br/cgi-bin/index_frame/noticias/eleicoes/pesquisas.htm

And please..do not authorize un-information like this text about my country! At least , say to your correspondents to studie something more about what she will write to do not write bullshit! Next time she will say that our capitol is Buenos Aires, Bogota or Rio de Janeiro!

How you feel if ours newspappers write that your capitol is Quebec??

Tks

Alexandre P.L. de Almeida
Spider Web e Software

Outro protesto, enviado ao jornal e publicado na mesma Widebiz, em 25/8/2002:
 

From: Makoto Shimizu 
To: letters@washingtontimes.com 
Sent: Sunday, August 25, 2002 1:04 AM
Subject: Comment on article Blocking a new axis of evil 

Dear Editor of the Washington Times,

The article "Blocking a new axis of evil" of Constantine C. Menges sounds like a joke, a very funny one.  http://www.washtimes.com/commentary/20020807-85262452.htm

Beware of false experts that call themselves Brazilianists.

He says that Mr da Silva is communist, a party that he was never part of - LULA was a founder of PT - Partido dos Trabalhadores, Workers Party, a socialist one - such kind of imprecise information is a shame.

I am 39 years old, was born and raised in Brazil, lived in England for 2 years, have worked for North American companies, have travelled several times to the US and can say that Mr Menges commentary is a very narrow one, that denotes a very limited and poor understanding of politics in Brazil, what is regretful.

This type of article does not contribute at all to the truth, it is not reliable information that readers deserve.

There are hundreds, thousands of American companies here, thousands of US citizens living and working in Brazil, many states and cities are under PT government and there is no Cuban, or Chinese, or Albanese invasion here.

Have a look in the large membership of the American Chamber of Commerce in Sao Paulo at www.amcham.com.br

There are no US companies fleeing from Brazil.

A great newspaper is built on quality articles, not rubish like that one with such a title that makes me think it is a gossip newspaper, sensationalist one.

Hope that you improve your criteria on accepting articles.

Yours sincerely,

Makoto@Shimizu.com.br
Sao Bernardo do Campo - Sao Paulo
09621-020 - Brazil

O mesmo Makoto comenta, em outra mensagem nesse dia e nessa lista:
 

Assunto: Re: [widebiz] Lula foi acusado de terrorista
    Data: Sun, 25 Aug 2002 16:31:05 -0300
      De: "Makoto Shimizu" <makoto@shimizu.com.br>

É de gente assim que a indústria bélica gosta, quem sabe sugeriram para ele a idéia de mandar porta-aviões ficarem nas costas brasileiras, como medida preventiva, como gesto de "auto-defesa avançada" no dia da eleição.

Dependendo do resultado das eleições aqui, ele deve propor a evacuação dos cidadãos norte-americanos por helicópteros, como foi em Saigon, na iminência de tomada pelos devoradores de crianças.

Impressionante, os caipiras realmente estão tomando o poder por lá, nas terras de Tio Sam.

Makoto@Shimizu.com.br

Alex Fernandes Rosa comenta, na mesma data e lista de debates, estar disponível na Web outro artigo de Constantine Menges, que acredita ser influente na Casa Branca, já que atuou como assistente do presidente dos EUA. Relaciona ainda mais dois artigos na Web: http://www.gwu.edu/~csol/us-russia-conf/rusamen.htm e http://www.ashbrook.org/events/lecture/1989/menges.html.

Do Recife, chega o protesto do internauta Gevilácio A. C. de  Moura, postado também na influente lista de debates sobre negócios Widebiz, em 25/8/2002:
 

Assunto: Re: [widebiz] Lula foi acusado de terrorista
    Data: Sun, 25 Aug 2002 20:24:01 -0300
       De: "G. Moura" <gmoura@elogica.com.br>

Pessoal:

esse Menges ou Mengele diz:

Come our own elections in November 2004, Americans may ask: Who lost South America?

Nas eleições de 2004, os americanos poderão perguntar: Quem perdeu a América do Sul?

Quer dizer, eles consideram que a eleicão de um presidente não alinhado, não submisso, não comprometido com o "consenso de Washington" é uma perda para eles, os gringos. Talvez porque eles sempre consideraram e tiveram a América Latina como o quintal deles, como uma "américa latrina".

Eles preferem um Somoza ou um desses ditadorzinhos de m* que sempre beijaram a mão de Tio Sam. Por lá,  eles adotam o "kiss my ass". Muitos se submetem a isso.

Um dos presidentes dos EUA dizia sobre Somoza: "He is a son of a bitch, but he is OUR son of a bitch."

É isso o que eles querem e tiveram durante muito tempo. Ou ainda têm?

Esse tal de Menges fala no eixo Castro-Chavez-da Silva (da Silva é o Lula ;)

Os EUA foram até um país centro-americano e levaram o presidente de lá para a cadeia em Miami. Por que os gringos jamais conseguiram assassinar ou depor Fidel Castro?

Fracassaram na Baía dos Porcos, mandaram uma ex-amiga de Fidel Castro assassiná-lo, a CIA mandou incendiar canaviais em Cuba e apoiou atos terroristas contra adeptos do regime de Castro. Há 40 anos, os EUA comandam o boicote a Cuba.

Por que um país pequeno, a 100 milhas do litoral da Flórida, consegue sobreviver apesar do boicote? E há mais de dez anos não mais existe a USSR. E os EUA ainda têm a sua base lá dentro da ilha,

http://www.cubavsbloqueo.cu/especiales/lhb/lhbsintesis.htm

http://usinfo.state.gov/journals/ites/0997/ijep/ep02.htm

[]'s

Gevilacio A. C. de Moura
............................................................................
Lendas e folclore da Internet
http://www.quatrocantos.com/lendas/

A confusão entre os dois jornais, a sucessão de demonstrações do articulista Constantine C. Menges de seu profundo desconhecimento da realidade política brasileira, e principalmente a incitação que abertamente faz a que os EUA novamente intervenham na política interna de outros países - como se o mundo fosse o quintal dos EUA e devesse se sujeitar aos interesses estadunidenses - mais que justificam a inclusão desta história na edição 2002 do Festival de Besteiras que Assola a Internet (Febeanet). 
 


Este é o texto original publicado pelo jornal:
 

August 7, 2002
Blocking a new axis of evil

Constantine C. Menges

     A new terrorist and nuclear weapons/ballistic missile threat may well come from an axis including Cuba's Fidel Castro, the Chavez regime in Venezuela and a newly elected radical president of Brazil, all with links to Iraq, Iran and China. Visiting Iran last year. Mr. Castro said: "Iran and Cuba can bring America to its knees," while Chavez expressed his admiration for Saddam Hussein during a visit to Iraq.
     The new axis is still preventable, but if the pro-Castro candidate is elected president of Brazil, the results could include a radical regime in Brazil re-establishing its nuclear weapon and ballistic missile programs, developing close links to state sponsors of terrorism such as Cuba, Iraq and Iran, and participating in the destabilization of fragile neighboring democracies. This could lead to 300 million people in six countries coming under the control of radical anti-U.S. regimes and the possibility that thousands of newly indoctrinated terrorists might try to attack the United States from Latin America. Yet, the administration in Washington seems to be paying little attention.
      Brazilians will hold presidential elections in October, and if current polling is any guide the winner could be a pro-Castro radical with extensive ties to international terrorism. His name is Luis Inacio da Silva, the presidential candidate of the Workers Party who is currently at about 40 percent in the polls. The Communist candidate is second with 25 percent and the pro-democratic contender is at about 14 percent.
     Mr. da Silva makes no secret of his sympathies. He has been an ally of Mr. Castro for more than 25 years. With Mr. Castro's support, Mr.da Silva founded the Sao Paulo Forum in 1990 as an annual meeting of communist and other radical terrorist and political organizations from Latin America, Europe and the Middle East. This has been used to coordinate and plan terrorist and political activities around the world and against the United States. The last meeting was held in Havana, Cuba in December 2001. It involved terrorists from Latin America, Europe and the Middle East, and sharply condemned the Bush administration and its actions against international terrorism.
      Like Mr. Castro, Mr. da Silva blames the United States and "neo-liberalism" for all the real social and economic problems still facing Brazil and Latin America. Mr. Da Silva has called the Free Trade Area of the Americas a plot by the United States to "annex" Brazil, and he has said that the international lenders who seek repayment of their $250 billion in loans are "economic terrorists." He has also said that those who are moving their money out of Brazil because they fear his regime are "economic terrorists." This gives a hint about the kind of "war against terrorism" his regime will conduct.
     Brazil is a vast, richly endowed country, nearly the size of the United States with a population of about 180 million and the world's eighth largest economy (with a GDP of more than $1.1 trillion). It could soon become one of the world's nuclear armed powers as well. Between 1965 and 1994, the military actively worked to develop nuclear weapons, it successfully designed two atomic bombs and was reportedly on the verge of testing one nuclear device when a newly elected democratic government and a Brazilian congressional investigation caused the program to be shut down.
     That investigation revealed, however, that the military had sold eight tons of uranium to Iraq in 1981. It is also reported that after Brazil's successful ballistic missile program was ended, the general and 24 of the scientists working on it went to work for Iraq. There are reports that with financing from Iraq, a nuclear weapons capability has been covertly maintained contrary to directives from the civilian democratic leaders.
     Mr. da Silva has said Brazil should have nuclear weapons and move closer to China, which has been actively courting the Brazilian military. China has sold Brazil enriched uranium and has invested in the Brazilian aerospace industry, resulting in a joint imagery/reconnaissance satellite.
     Brazil shares common borders with 10 other countries in South America. This would help da Silva to emulate — as he has said he would — the foreign policy of the pro-Castro and pro-Iraq Chavez regime in Venezuela, which has provided support to the communist narco-terrorist FARC in Colombia as well as other anti-democratic groups in other South American countries. Hugo Chavez worked with Mr. Castro to temporarily destabilize the fragile democracy in Ecuador two years ago. Now both support the radical socialist leader of the cocaine growers, Evo Morales, who hopes to become president of Bolivia this August.
     Along with helping the communist guerrillas take power in the embattled democracy in Colombia, a da Silva regime in Brazil would be well situated to aide communists, narco-terrorists and other anti-democratic groups in destabilizing the fragile democracies of Bolivia, Ecuador and Peru, as well as to exploit the deep economic crisis in Argentina and Paraguay.
     Further, a da Silva regime is likely to default on its debt, causing a sharp economic downturn in all of Latin America, thereby increasing the vulnerability of its democracies. This could also trigger a second phase of economic downturn in the United Staes as export markets contracted.
     A Castro-Chavez-da Silva axis would mean linking 43 years of Fidel Castro's political warfare against the United States with the oil wealth of Venezuela and the nuclear weapons/ ballistic missile and economic potential of Brazil.
     Come our own elections in November 2004, Americans may ask: Who lost South America? The United States was politically passive during the Clinton administration, when it ignored the pleas of Venezuela's democratic leaders for help in opposing the anti-constitutional and illegal actions of Mr. Chavez and also ignored his public alliances with state sponsors of terrorism. Why can't the Bush administration act before 20 years of democratic gains in Latin America were allowed to be reversed? Why can't anything be done before a vast new southern flank is opened up in the terrorist threat and our nation menaced by one more radical anti-American regime intent on acquiring nuclear weapons and ballistic missiles?
     This disaster for U.S. national security and for the people of Latin America must and can be averted if our policy makers act quickly and decisively, but they must do so now. Timely political attention and actions by the United States and other democracies should include encouragement for the pro-democratic parties in Brazil to unify behind an honest, capable political leader who can represent the hopes of the majority of Brazilians for genuine democracy and who has the resources to mount an effective national campaign.

Constantine C. Menges, a senior fellow with the Hudson Institute, is a former National Security Council member.


No dia 1/9/002, nova edição do Relatório Alfa apresenta sobre o tema informações complementares. Eis os principais trechos:
 
From: relatorioalfa@relatorioalfa.com.br 
To: relatorioalfa@grupos.com.br 
Sent: Sunday, September 01, 2002 8:06 PM
Subject: [Relatório] TERRORISMO no Brasil, mísseis nucleares, a CIA e Moon - Terminal do Editor [84.969 Assinantes]

Direita, esquerda, volver.

Semana passada a edição número 306 do Relatório Alfa parece ter tocado em um ponto nevrálgico para muitos leitores. Foi nessa edição que tratamos do artigo escrito por Constantine Menges para o jornal americano The Washington Times. Segundo Constantine, o Brasil poderá tornar-se o líder do novo "eixo do terror" se Lula for eleito presidente. O autor (que é homem, ao contrário do que publicamos) chega ao disparate de dizer que o Brasil poderá construir e ameaçar os Estados Unidos com mísseis balísticos nucleares e terroristas. Não foi piada.

Na verdade o jornal armou isso porque o Reverendo Moon (proprietário) está sendo acusado de tentar criar um território independente comprando terras do Brasil e do Paraguai, enquanto o governador do Mato Grosso do Sul (que é do PT, mas poderia ser de qualquer partido) promove investigações e apóia a CPI da Assembléia Legislativa contra o Reverendo.

Diz o Jornal do Brasil: Há quatro anos, Moon começou a comprar fazendas, que hoje somam 85 mil hectares em Mato Grosso do Sul e outros 200 mil hectares do lado paraguaio, ocupando boa parte da fronteira entre os dois países. Sua fazenda New Hope, a Nova Esperança, recebe em Jardim (MS) cerca de 800 estrangeiros por mês, que trabalham como ''voluntários'' em 30 galpões de alvenaria.

''O caso Moon é preocupante, pois ele adquiriu grandes extensões de terra e não temos notícias sobre projetos econômicos na área'', diz o superintendente da PF no Mato Grosso do Sul, Wantuir Brasil Jacine. 

O site oficial da igreja de Moon retirou do ar todas as páginas sobre o projeto Nova Esperança, mas o jornal do Reverendo tenta dar o troco com o texto sobre terrorismo.

Uma parte dos assinantes questionou a publicação do texto pelo Relatório Alfa, dizendo que ninguém lê o Times -- mas com vendas de 120 mil exemplares somente em Washington, isso não é verdade. Além do mais o jornal possui colunistas e repórteres competentes, mesmo que vários sejam radicais. O fato (gostemos ou não) é que o jornal é altamente respeitado, mesmo que publique absurdos, mostrando que percepção e realidade não são, necessariamente, a mesma coisa. 

Também recebemos centenas de mensagens acusando o Relatório de atrapalhar a candidatura de Lula, enquanto outras centenas acusaram o Relatório de trabalhar para ajudar Lula. A melhor prova de isenção talvez seja essa duplicidade de percepção por parte dos leitores. (...)

Outros e-mails afirmaram que tal artigo não existe e que não incluímos um link para provar a existência do texto. Isso mostra que há leitores desatentos, já que o link foi logo abaixo da matéria (e estamos repetindo-o abaixo desta edição). Além disso o próprio candidato atacado pelo Times respondeu aos ataques em entrevista ao jornal americano Miami Herald (link também abaixo).

Mas há um ponto interessante quanto a este assunto: você viu algo na TV, nos jornais ou em revistas sobre o artigo do Washington Times? Nem eu. Sem comentários.

Depois de termos recebido centenas de e-mails, é bom esclarecer alguns pontos que ficaram obscuros. O primeiro deles é que o The Washington Times não é o The Washington Post.

TIMES: Jornal de direita e ligações com a CIA

Muitos leitores confundiram os dois jornais devido a semelhança dos nomes. O artigo de Menges foi publicado pelo The Washington TIMES. O Times é um jornal de direita, cujo proprietário é o Reverendo coreano Sun Myung Moon, da  Igreja da Unificação, como mostra matéria escrita pelo concorrente Post (link abaixo). 

O Times começou a circular em 17 de maio de 1982 e já sofreu diversas investigações (todas acabando em pizza) por ser supostamente mantido com recursos da CIA e, em seu lançamento em 1982, o editor James Whelan afirmou: "O The Washinton Times tem o único propósito de ser uma alternativa conservadora (de direita) ao liberalismo esquerdista do The Washinton Post".

Em uma audiência para o subcomitê do senado americano, nos anos 70, que investigava evasão de impostos do Reverendo Moon, o presidente de sua corporação de comunicações, Bo Hi Pak confessou que a CIA Coreana patrocinava as ações de Moon e da Igreja da Unificação contra o comunismo e outras posições liberais de esquerda. Recentemente o Times publicou outros absurdos, como o fato de o Reverendo Moon ser o responsável pelo sistema de defesa espacial dos Estados Unidos (aquele 'escudo' antimísseis chamado Star Wars) e por ter "eleito o presidente Bush". Acredite, se quiser. 

O Times é o jornal que dá voz à direita americana, enquanto o Post fica à esquerda. Foi o Post, por exemplo, que liderou as matérias sobre o Caso Watergate, que culminou com a queda do presidente Nixon (romanceado no filme Todos os Homens do Presidente). O Post dá dores de cabeça ao presidente Bush, enquanto o Times age muito mais como o "diário oficial" do presidente, apoiando intervenções, a CIA, o Echelon e a indústria de armas. Não é de espantar que o Times promova qualquer medo existente contra a esquerda.

LINKS PARA DÚVIDAS
Texto que gerou todo o debate, escrito por Constantine Menges
http://www.washtimes.com/commentary/20020807-85262452.htm 
Lula responde artigo do Times em entrevista ao jornal americano Miami Herald
http://www.miami.com/mld/miamiherald/news/world/americas/3865723.htm 
Matéria do Jornal do Brasil sobre Moon ser acusado de lavagem de dinheiro, evasão de impostos e compra irregular de território no Brasil e no Paraguai (leia para entender).
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/brasil/2002/05/07/jorbra20020507007.html 
Biografia de Constantine Menges mostrando seu trabalho na CIA
http://www.hudson.org/learn/index.cfm?fuseaction=staff_bio&eid=MengConst
Concorrente The Washington Post mostra que Reverendo Moon é dono do Post
http://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/longterm/cult/unification/wtimes.htm Reverendo Moon discursa no aniversário de 20 anos do Times
http://www.unification.net/2002/20020521_1.html 
Endereço Eletrônico de Constantine Menges
menges@hudsondc.org