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DIA DE ANCHIETA
José, o santo Irmão

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Em 1965, a Comissão Nacional para as Comemorações do Dia de Anchieta (9 de junho) promoveu um amplo debate entre intelectuais e pesquisadores nacionais e estrangeiros sobre a figura de José de Anchieta, e dessas conferências resultou o volume Anchietana, publicado naquele ano pela Gráfica Municipal - Divisão do Arquivo Histórico - Departamento de Cultura, da Secretaria de Educação e Cultura/Prefeitura do Município de São Paulo. Um exemplar dessa obra rara pertence ao Arquivo Histórico Municipal de Cubatão, e é dele transcrito o seguinte texto:

O irmão José

Pedro Calmon [*]

"O Brasil é a nossa empresa", disse o Padre Manuel da Nóbrega no limiar do Mundo Novo.

Era em 1549: iniciava-se a mansa conquista da América portuguesa. E com um pé na soleira desse mistério verde se dispôs o jesuíta a realizar a mais surpreendente aventura daquele século de titãs. Entrou brandamente a selva - a selva selvaggia - para tomá-la, em nome de Deus, a bem dos homens. Levava ao pescoço a cruz; na mão pacífica o breviário; na absurda coragem a inclinação ao martírio - heroísmo desarmado dos apóstolos - e no espírito lúcido a intuição do império - política audaz dos criadores de nacionalidade.

Espanta-nos que a milícia recrutada para essa proeza formidável fosse inicialmente de seis religiosos; e na terceira remessa um deles - o pequeno espanhol das Canárias egresso das aulas humanistas de Coimbra - não passasse de um rapaz enfermiço e tímido, evidentemente sem forças para os seguir na rude jornada. Tinha nome basco, as suas letras latinas, um físico deplorável e a santidade n'alma. Chamava-se José de Anchieta, desde 20 anos aos 43, em que a Companhia o sacerdotou, humildemente - o Irmão José.


Decreto assinado pelo Cardeal Zondadari a 10 de agosto de 1736, quando, em nome do Papa Clemente XII, declara Anchieta como Venerável
Imagem: reprodução de Anchietana

Transmigração heróica - No "conquistador" hispano-americano restaura-se, mas numa versão novelesca e popular, o tipo lendário do paladino. Enquanto na metrópole a Cavalaria apoiava no romance, e de sua gloriosa recordação tecia Cervantes a farsa errante do D. Quixote, na América a reviviam os simples e os alucinados, acometendo os reinos nativos como nas histórias de cordel os pares de França investiam e dominavam os castelos encantados. Em vez de serem os Nibelungen, loiros príncipes do Reino, eram marinheiros e soldados, como Pizarro e Cortez; em lugar de Amadis de Gaula - o degredado anônimo; suprindo a aristocracia de sangue, a da fé vale dizer, uma geração obscura em estado de epopéia, a quem a fascinação do deserto inspirou a gesta das bandeiras.

A transmigração dos motivos cavalheirescos - na idade de ouro das humanas audácias - alarga subitamente o plano da problemática medieval; conservando-lhe o caráter intrépido, distorce-lhe o sentido próximo; sem lhe tirar a beleza, acrescenta-lhe a ambição, do herói desinteressado faz o desbravador; e com os mesmos materiais poéticos que alhures plasmaram o mito do salvador gratuito, aqui engendrou o patriarca das civilizações novas.

Onde havia a procura mística, puseram aqueles personagens agrestes as razões da cobiça; deram mar e terra ao sonho da fortuna; instalaram numa geografia real a fábula dos ocultos tesouros; como os clássicos, também corriam em direção à Cólchida, ao Grão Mogol, às Hesperides, mas transplantadas para as minas de ouro e prata além, muito além das serras; e foram rasgando os rumos do povoamento - semeadores atrozes das Cidades da América!

Esgotava-se acolá um ciclo histórico - o desse individualismo de capa e espada; e recomeçou aqui, no transbordo das migrações, com o colonizador, o ciclo sertanista, o missionário. Deviam ser poucos. Vezes houve em que foi um. Exatamente essa maravilhosa circunstância - alguns, para a conquista do continente - dá-lhes a condição de gigantes benévolos em cuja vida mágica o verídico e o fictício refrangem a luz forte da apoteose. Julgamo-los imaginários; e todavia são incontestáveis.

Ao declarar que o Brasil seria empresa da Companhia de Jesus, previamente abarcava-o Nóbrega íntegro e delimitado, não uma parte dele, mas de Norte a Sul e de fora para dentro todo o país da língua geral dos índios tupis, assim marcado na sua provisão imperial, antes que os descobridores lhe definissem as fronteiras e os cartógrafos o figurassem nos mapas. Preferiu a palavra; e o Verbo fez-se mundo. Ou fez ele distribuindo pelo litoral e serra acima os colégios, que foram os postos avançados da catequese nessa invasão tranqüila.

Os estabelecimentos ao longo da costa firmaram a posse portuguesa. Os do interior conciliaram-na com a raça aborígine. Sem o jesuíta, a nova lusitanidade poderia quando muito sustentar-se naqueles baluartes de beira-d'água. Com ele meteu-se por vales e montes. O Brasil português poderia existir sem ele nos seus núcleos praieiros. Mas o Brasil brasileiro só foi possível com a sua prodigiosa mediação - de pacificadores irresistíveis. Verteram em argumentos de paz os imperativos de guerra; para se apoderarem das tribos caboclas ganharam-lhes a alma aprendendo-lhes a língua; e acabaram "reduzindo-as" ao convívio, que era o mesmo que as engajar na colaboração civilizada; construíram pedagogicamente a pátria, doutra forma irrealizável. Aliando os homens fundaram a Nação.

São episódios interligados e sucessivos a criação de São Paulo - em 1554 - e a criação do Rio de Janeiro - em 1565. Varia de ambientes a cena histórica; mas os seus elementos básicos são os mesmos, se no planalto de Piratininga e na várzea carioca a vitória do europeu sobre o meio selvagem utilizou em idênticas proporções a beatitude do Taumaturgo e a confiança do índio, formando contra o intruso e o inimigo a fraternidade mameluca. Escalando a montanha pelo caminho do irmão José - como se apelidou a vereda traçada pelas escarpas de Cubatão - invadiu o português o altiplano topando com o Tietê, rio guaianá da integração brasileira - que da Serra do Mar escorre, fugindo, para a mesopotâmia guarani. O missionário aldeou o gentio e à sombra do cruzeiro - mudando em escola o fortim - desvelou-lhe a caridade cristã.

O irmão José - Mas quem era o Irmão José?

Duas inconformidades somam-se na sua vocação evangélica: era filho de um descendente lutador pelos velhos privilégios municipais - contra os ministros flamengos de Carlos V - e de uma cristã-nova. Parente pela linhagem paterna dos Loiolas; pertencia a uma estirpe basca de duros soldados, que brigavam pelo clã, pela lei, pela gleba. E pela família da mãe incluía-se numa obscura tribo judaica, igualmente desarraigada pela intolerância, senão acossada pela perseguição.

Em Tenerife - respirando a liberdade ilhoa - encontram-se em 1531 Juan de Anchieta e a canarina Mência Dias de Clavijo y Llarena. Desterrara-se ele de sua velha província; na Gran Canária, exílio dos pais, nascera ele.

A fé dos profetas - em que viveram os avós maternos - seria porventura impedimento para que José - ali nascido no dia do santo de seu nome em 1534 - estudasse, como Nóbrega, nos pátios salmantinos; foi mandado para os de Coimbra, onde pouco se perguntava pelos antecedentes consangüíneos - e isso (na douta opinião do padre Francisco Mateos) é o que lhe explica a incorporação na província portuguesa da Companhia de Jesus.

Havia no seu horizonte doméstico uma amarga perspectiva de evasão; era de origem um deslocado de seu meio e de sua gente; marcara-o biblicamente o Êxodo. Mas, antes de perder-se pelos países distantes, esgotava-se no estudo e na penitência, o melhor entre todos os alunos latinos de sua classe, e o mais humilde e doentio, desde que numa queda de escada quebrara a espinha; torto e magro, não poderia enfrentar ao serviço de Deus as adversidades do mundo; a menos - ponderou o provincial - que fosse curar-se ou morrer nos trópicos.

Remeteu-o aos 20 anos para o Brasil, donde em 1550 escrevia Nóbrega gabando-lhe a terra "sã para habituar-se", "a melhor que se pode achar, pois que desde que aqui estamos nunca ouvi dizer que morresse alguém de febre, mas somente de velhice", verde Purgatório entalado entre o inferno indígena e o céu prometido!

São Paulo - Veio pois em 1553, de saúde desalentada e o espírito equipado de quanta dialética, teologia e letras então se ensinavam nos Colégios jesuítas, sob a chefia de um padre enérgico - Luiz de Grã - e mais dois padres e três irmãos. E tanto foi pisar este chão novo como recuperar as forças, provando-as logo na tormentosa viagem para São Vicente de que dá notícias dramáticas na carta de 1560. Quase lhe soçobrou o navio nas pontas Abrolhos; e a partir desse manifesto prodígio - qual a salvação em tão apertadas circunstâncias - tirou o argumento de sua predestinação. O superior Manuel da Nóbrega dele tirou a inspiração para os grandes trabalhos a que se sujeitou, enviando-o para além da serra - a "esta aldeia que se chama Piratininga".

..."Chegamos a 25 de janeiro do ano do Senhor de 1554, e celebramos em paupérrima e estreitíssima casinha a primeira missa, no dia da Conversão do Apóstolo São Paulo, e por isso a ele dedicamos a nossa casa". Dedicou-se o Irmão José a doutrinar meninos. Aquilo foi uma escola. "Neste tempo em que estive em Piratininga servi de médico e barbeiro"; era também uma enfermaria. "Demais disso tenho aprendido um ofício que me ensinou a necessidade, que é fazer alpercatas, e sou já um bom mestre"; era também uma oficina.

Multiplicou-se corcovado e débil - em todos os mistérios em que se desdobrava a sua maravilhosa vontade de servir; que não foi menor milagre (diria Vieira) aprender com tão exata ciência a língua do índio, que em 1560 já era por sua gramática que se lia em todo o Brasil a arte de falar tupi - que de conversa a conversão distava pouco. Nesse "grego" local (como risonhamente escreviam os padres) em 1555 o irmão José começou a ensinar-lhes a "cantar cousas de Deus em sua língua".

"A grande escola de Piratininga" - um ano depois de erguida de pau e palha no ameno sítio que lhe assinalara Nóbrega - ressoava de rezas sonoras no idioma das selvas; pelo catecismo, entraria o catequista no teatro educativo; e da poesia infantil passou aos autos sacramentais - elaborando com o seu lirismo ingênuo a literatura "brasílica". Deu-lhe grandeza virgiliana no poema formidável em louvor da Virgem - cujas estrofes latinas escreveu com o bordão na areia de Iperoig - quando desarmava com a sua doce palavra a "confederação dos tamoios".

Prodigiosa história - Surge-nos o episódio inaudito do Taumaturgo; conta-nos ele próprio com a sua alvoroçada modéstia e heroísmo solitário: o milagre é narrado pelo apóstolo - "el P. Manuel da Nobrega y yo por interprete, por falta de otro mejor..."

Acharam-se, descreve, na soberba carta de janeiro de 1565, como "entre dentes de lobos famintos, cujas queixadas ainda estão cheias de carne dos portugueses": afora isso, por eles tentados, pois tinham "por grande honra quando vão cristãos a suas casas dar-lhes suas filhas e irmãs para que fiquem por seus genros e cunhados"; e vendo-os insensíveis à cortesia, "ficaram eles e elas espantados, como éramos tão sofridos e continentes, e tinham-nos muito maior crédito e reverência".

Foi aí que lhe acudiu a idéia de louvar a Virgem nos 5 mil versos do poema que ia garatujando na areia alva, para que os apagasse o rolar da onda; fuga poética que havia de torná-lo mais estranho aos olhos do gentio - pois confabulava com o infinito deixando na maré o seu divino enigma - e portanto mais eficaz na diplomacia providencial.

Refém entre os bárbaros, aliciou-se para se unirem aos portugueses contra os franceses; e já foi a conseqüência dessa aliança - tramada entre os tamoios - o apoio que deles recebeu Estácio de Sá para desembarcar no Rio de Janeiro a 1º de março de 1565. A bordo da caravela estava - cronista da expedição - o missionário que lhe assegurava o triunfo. 

Tudo à sua vista saía bem. Protegia-o indisfarçavelmente "o feliz augúrio que o imunizava do inimigo, que o salvava no naufrágio, que o tirava do perigo, amansando em torno dele a fera, o homem, o mar"... "E porque naquele lugar não havia mais que a uma légua água ruim, e esta era pouca, o dia que entramos choveu tanto que se encheu, e rebentaram fontes em algumas partes, de que bebeu todo o exército em abundância". Estácio de Sá desembarcou no Rio de Janeiro com a sua espada de capitão e a sua vara de Moisés. Desataram-se as cataratas do céu para lhe dessedentarem as católicas hostes; Anchieta vislumbrava nesses sinais de boa fortuna as vitórias inevitáveis; habituara-se ao vaticínio.

Sentido profético - Há, aliás, no seu epistolário a tendência uniforme à profecia, em que se juntam a firmeza da crença e o messianismo hereditário: a visão do país futuro rebenta-lhe de "belo estilo" como a flora mágica de sua imensa fé; compõe-lhe a paisagem ideal. O otimismo associa-lhe à virtude serena. É um visionário que na poesia apurou o sentido morífico da antecipação e da confiança, capaz por isso mesmo de comparar o Brasil amanhecendo ao Cristianismo no berço, que aquela "estreitíssima" casa do planalto lhe recordava "que Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu em um pobre presepe, entre dois animais, e morreu em outro lugar mais estreito".

A Igreja Militante preconizava a Triunfante; as suas cartas quadrimestrais prefaciam a história do Brasil. Paira sobre a sua correspondência pontilhada de pitoresco uma certeza calma e infalível; não é o cronista dos ásperos começos, é o profeta das realidades vindouras. Ao saltar no Rio, garante-nos ele, já era a cidade que Estácio de Sá fundava. Antes de sua primeira pedra, temos aí o seu primeiro anúncio. Impregnou-se nos bancos colegiais da Odisséia e da Eneida: contemporâneo de Camões - e ainda de Cervantes - o império que lhe palpita na literatura "continente e sofrida" é o império sonhado, mas com o tempo e o favor divino concreto e histórico.

O vôo para as alturas da profecia, de onde podia antever as dimensões deste Mundo Novo - requeriam sem dúvida as asas da imaginação; a alma de pedra; e o fecundo milagre, que lhe valeu, catalogado pelos biógrafos que lhe trabalharam a beatitude - a candidatura aos altares.

Sobreviveu, finou-se, entre os índios. Acabou em Reretiba em 1594 (N.E.: SIC. Na verdade, Anchieta faleceu em 9/6/1597 naquela vila capixaba, para onde se retirara em 1595) a admirável aventura iniciada em São Vicente em 1553. Não lhe resumiram somente os capítulos bem-aventurados da vida cuja enorme parábola, das Canárias e de Coimbra aos desertos americanos, vai da pré-história de um povo à sua plenitude civilizada; também lhe historiaram os prodígios, há três séculos estudados, analisados, criticados, joeirados e ponderados pelo foro vaticano por onde correm os processos beatíficos.


Igreja construída por Anchieta, na cidade que hoje tem o seu nome, no Estado do Espírito Santo. Em primeiro plano, um monumento levantado em honra ao grande apóstolo.
Junto a ele, diariamente, muitos fiéis se detêm para rezar e pedir graças
Legenda e foto: reprodução de Anchietana

Milagre, sim! - Um deles aparece-nos num documento do fim do século XVIII. Quando o padre José de Anchieta parecia falhar na previsão ousada... Que seria São Paulo uma das grandes cidades do universo! No fim do século XVIII encolhia-se miúda e rústica a povoação bandeirante no seu frio inverno e na sua humildade sertaneja. Ainda a abençoava, torre venerável vigiando-lhe o longo sono, o Colégio dos apóstolos; e o Tietê murmurava-lhe no guarani caseiro desta gente bilíngüe o segredo da terra desmedida...

Hoje, em São Paulo, nos reunimos em torno de seu verbo - essência da revelação nacional - e em torno do seu nome - fórmula de conciliação brasileira (de conciliação do homem com o país, da história com a geografia, do progresso com a paz, das forças da natureza com a humana dignidade, da pátria com os seus próprios destinos) - para lhe bendizer e confirmar a profecia!

Brotaram dos montes e dos vales as energias colossais da inteligência em forma de cosmopole estuante de vigor e produção. Uma floresta de chaminés substitui a selva nativa. Eriçam-se de monumentos estes horizontes onde outrora reinavam Tibiriçá e Caiubi, por esses campos de Piratininga inçados de gentio feroz, por essas vastidões, para cuja fartura pedia o missionário - há quatrocentos anos: "uma cousa desejamos cá todos e pedimos muito a Nosso Senhor, sem a qual não se poderá fazer fruto no Brasil, que desejamos, e é que esta terra toda seja mui povoada de Cristãos".

Chegaram de todas as partes; muitos, como ele, trazendo n'alma o travo das antigas injustiças; possuídos todos daquele fabuloso espírito de poesia e descoberta, de trabalho e fixação, que semeou pela imensidade brasileira o Brasil que aí está.

Santo de casa - Foi dar tempo ao tempo, que Deus não o deu em vão aos colonizadores, às gerações que se lhes seguiram, aos que a continuaram, pelo decurso de quatro séculos rijamente vividos, até hoje, neste dia nacional de celebração de Anchieta, em São Paulo, sob a presidência do chefe de Estado, em sessão magna, ouvindo de todos os lados as vozes da prosperidade da pátria, que nos fazem perceber, que nos fazem reconhecer, que nos fazem dizer rogando a Deus que lhe apresse a hora da canonização que o santo de casa fez milagre.

Enquanto não lhe elevamos nas catedrais do Senhor os santuários onde arde o incenso, tem ele por altar de sua incontestável santidade São Paulo - que arrancou da selva - e o Brasil - que ensinou a ler.

É santo porque da cartilha, da generosidade, da pureza e da crença construiu suavemente uma Pátria.

[*] Pedro Calmon, Reitor da Universidade do Brasil. Palestra proferida no dia 9 de junho de 1965, no Teatro Municipal de São Paulo, dando início ao ciclo de conferências sobre a vida e obra do Padre Anchieta.

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