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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - Valdomiro Silveira
Valdomiro Silveira (2)

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Em 18 de junho de 1905, o jornal paulistano O Estado de São Paulo publicou, em sua página 3 a notícia (Acervo Estadão - ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução da nota original

- Conforme noticiamos, realizou-se ontem, ao meio dia, o casamento do nosso distinto colaborador sr. dr. Valdomiro Silveira com a senhorita Maria da Gloria Quartim de Moraes.

Os noivos seguiram ontem mesmo, pelo último trem, para Santos, onde vão passar a lua-de-mel.

No mesmo jornal paulistano, em 19 de dezembro de 1909, página 2 (Acervo Estadão - ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução da nota original

TELEGRAMAS

Serviço especial d'O Estado de S. Paulo

INTERIOR

[...]

No fórum

SANTOS, 18 – Realizando-se hoje a última audiência do ano forense, o dr. Valdomiro Silveira apresentou cumprimentos de boas festas ao dr. Francisco de Paula e Silva em nome de seus companheiros de fórum.

O dr. Paula e Silva agradeceu.

Também na audiência do dr. Luiz Porto Moretz Sohn de Castro, o dr. José Monteiro, em nome dos seus colegas, dirigiu uma saudação ao referido magistrado, terminando por lhe desejar boas festas.

O dr. Moretz respondeu agradecendo.

Ainda em O Estado de São Paulo, na edição de 21 de agosto de 1941, página 7 (Acervo Estadão - ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução parcial da página com a notícia

Homenagem à memória de Valdomiro Silveira

A sessão solene de ontem à noite, na Faculdade de Direito, promovida pela Academia Paulista de Letras – A conferência do acadêmico professor Spencer Vampré

Conforme vínhamos noticiando, realizou-se ontem, às 21 horas, na sala "João Mendes Junior" da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a sessão solene que a Academia Paulista de Letras, em sua última reunião, resolvera promover em homenagem à memória do grande escritor patrício Valdomiro Silveira, recentemente falecido.

A essa reunião, que se revestiu de raro brilho, estiveram presentes os srs. representantes do interventor Fernando Costa e das demais autoridades civis e militares de São Paulo, professores da Universidade e acadêmicos das várias Faculdades, membros da Academia de Letras e numeroso público.

Abrindo a sessão, o dr. Altino Arantes, presidente da Academia Paulista de Letras, disse do significado da homenagem que os acadêmicos paulistas, interpretando o sentimento dos círculos literário, artístico e social de S. Paulo, prestavam à memória de Valdomiro Silveira.

Em seguida, deu a palavra ao conferencista, professor dr. Spencer Vampré, membro da Academia.

Conferência do dr. Spencer Vampré – Iniciando a sua conferência sobre Valdomiro Silveira, o professor Spencer Vampré referiu-se aos principais traços biográficos do autor de Mixuangos. Nasceu em Embaú, comarca de Cachoeira, neste Estado, aos 11 de novembro de 1873, filho do dr. João Batista da Silveira e de d. Cristina Silveira.

Relembrou o ambiente de cultura e suavidade de que desfrutou na infância, entre pessoas com ideais literários. Daí o fato de formar a família Silveira um grupo de ativos intelectuais – o dr. João Batista da Silveira, e seus filhos Alarico, Breno, João, Agenor e Valdomiro – a que se vem acrescentando uma nova geração formada dos filhos deste, Evandro, Meroveu, Valdo, Miroel e Junia, casada com o dr. Amilcar Mendes Gonçalves, ilustre advogado em Santos.

Descreveu, em seguida, a mocidade acadêmica de 1891, ano em que Valdomiro Silveira se matricula na Faculdade de Direito de S. Paulo, onde estudam Adolfo Araujo, Celso Garcia, José Maria Lisboa Junior, Paulo de Lacerda, Mario Pederneiras, Freitas Guimarães, Washington Luiz, Reinaldo Porchat, Pedro Moacir, Altino Arantes, Heitor Penteado, Mario Tavares e muitos outros, e descreve também a pequena cidade de 70.000 habitantes, com a sua incipiente vida noturna, constituída pelo Café Londres e o Cabaré do Sapo Morto, fundado por iniciativa de Benjamim Mota.

Era então já Valdomiro Silveira grande estudioso dos clássicos portugueses, paixão que conservou por toda a vida.

Merecem a atenção do prof. Vampré as preferências literárias de Valdomiro Silveira, destacando como os autores de mais assídua consulta, Camões, Bernardes, Garrett, Castilho, Camilo e Eça de Queiroz, e dentre os de outras línguas, Vitor Hugo, Catulle Mendés, Banville, Anatole France, Gorki, Tolstoi e Goethe, e dos nacionais, Rui Barbosa, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho e Amadeu Amaral.

Referiu-se ainda à amizade de Valdomiro e Euclides da Cunha, Vicente de Carvalho e Martins Fontes, e depois de narrar os seus primeiros ensaios sobre contos regionais, expôs as suas teorias literárias sobre o conto e a poesia regionais, reproduzindo alguns trechos mais indicativos de sua filosofia estética.

Concluiu afirmando que a literatura regional não está destinada a desaparecer, mas a adquirir maior valor artístico, filológico e psicológico, à medida que o Brasil desenvolver a sua população e a sua cultura.

O nome de Valdomiro Silveira está destinado a viver na memória dos brasileiros como um dos mais puros, sinceros e exatos cultores das tradições de nossa gente.

A conferência do dr. Spencer Vampré, cujo resumo damos acima, será oportunamente publicada na íntegra por esta folha.

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