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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - POTÁVEL
Água, antes de chegar às torneiras (3)

O caminho do líquido, dos rios até as casas
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Matéria publicada no jornal santista A Tribuna, em 22 de março de 2012, na página A-14:
 


A água do Rio Pilões tem 1 unidade de turbidez, o que é ótimo. Para o consumo humano, não pode ultrapassar a 5 unidades de turbidez
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

CUBATÃO

Pilões, água de qualidade

Estação de Tratamento criada no final do século 19 ainda abastece o Município e boa parte do polo industrial

Thiago Macedo
Da Redação

Em 6 de maio de 1956, A Tribuna estampava em suas páginas uma grande matéria sobre o progresso que a empresa inglesa The City of Santos Improvements trouxe para Santos, no finalzinho do século 19. Entre essas benfeitorias está a chegada da água tratada e encanada aos lares santistas. Conforme relata o jornal, esse avanço pôs fim a epidemias causadas pela ingestão de água bruta (sem tratamento).

Nessa história, Cubatão (que na época pertencia a Santos) também tem papel de destaque. Pois é aqui que está a primeira Estação de Tratamento de Água (ETA) da Baixada Santista e uma das mais antigas do Estado de São Paulo. Foi ela a responsável por abastecer Santos até 1930. E é nela, construída em 1899 pela companhia inglesa, hoje administrada pela Sabesp, que é captada toda a água que chega às torneiras da grande maioria dos cubatenses.

Até 1894, a água potável de Santos só era encontrada em chafarizes públicos e em um seleto grupo de residências onde o líquido chegava encanado. Mas um grande projeto da The City of Santos passou a levar a água captada no Rio Pilões, considerada de excelente qualidade, até as demais residências santistas.

A ETA Pilões foi construída dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. Logicamente,o sistema de tratamento de água, 113 anos, foi modernizado, mas até hoje as adutoras instaladas pela empresa inglesa são utilizadas para distribuir a água aos domicílios e parte das indústrias cubatenses. Para isso, a estação produz 600 litros de água tratada por segundo.

Quem está no comando da ETA não são mais os ingleses. Agora é Silas Carvalho, encarregado do Sistema de Produção da Sabesp na Baixada Santista, quem dirige todo o tratamento do líquido da região. "É uma água de muita qualidade, principalmente nos dias sem chuva porque não há quase sedimentos".

O motivo de tanta qualidade, explica Silas Carvalho, é que da nascente, que fica encravada na Serra do Mar, até o ponto onde a água é captada, não existe a intervenção humana. Segundo o encarregado, a legislação brasileira estabelece que as amostras de água tratada considerada própria para consumo humano não podem ultrapassar a 5 unidades de turbidez. "O Rio Pilões, nessa escala é de apenas 1 unidade". Além disso, o rio também tem padrão excelente de PH e outros fatores exigidos por lei.

Todo o sistema de tratamento é feito por meio eletrônico, que monitora a qualidade em tempo real e envia as informações à central da Sabesp. Devido a essa sofisticação, apenas dois controladores de qualidade trabalham na Estação de Tratamento por turno. "Claro que os equipamentos fazem a sua parte, mas a presença do controlador é imprescindível", explica o técnico.

Explicação

"A qualidade da água do Rio Pilões é excelente. Por isso, esse tratamento, se comparado a outras estações, é muito barato. Quase de graça"


Silas Carvalho, encarregado do Sistema de Produção da Sabesp

Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

Pré-histórica – Apesar de ter se modernizado, a ETA Pilões guarda vários elementos construídos pelos ingleses no século passado. As adutoras ainda estão lá, e funcionando. O antigo reservatório de água de lavagem dos filtros segue de pé, além de algumas edificações.

Mas o que chama mais atenção é uma grande pedra que fica a poucos metros do ponto de captação. Nela foi talhado um desenho que se assemelha à espinha de um peixe. Esse registro é considerado por arqueólogos como resquícios de gravuras rupestres.

Não há nada comprovado, mas existem indícios de que as gravuras sejam da época dos sambaquis, que ainda podem ser encontrados na área da Usiminas e ao lado do Morro do Cotia Pará, em Cubatão.


As marcas são consideradas como registros da época do sambaqui
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

N. E.: apesar da afirmação de antiguidade das inscrições na rocha ser atribuída na matéria a arqueólogos, e até aparecer assim em livros lançados em Cubatão nessa época, a conclusão a que chegaram os especialistas é de que se trata simplesmente de marcas de esteira de um trator.

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