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BAIXADA SANTISTA - LIVROS - Chronica Geral do Brazil
Uma crônica de 1886 - 1800-1883 (26)

Clique aqui para ir ao índice do segundo volumeEm dois tomos (1500-1700, com 581 páginas, e 1700-1800, com 542 páginas), a Chronica Geral do Brazil foi escrita por Alexandre José de Mello Moraes, sendo sistematizada e recebendo introdução por Mello Moraes Filho. Foi publicada em 1886 pelo livreiro-editor B. L. Garnier (Rua do Ouvidor, 71), no Rio de Janeiro. É apresentada como um almanaque, dividido em séculos e verbetes numerados, com fatos diversos ordenados cronologicamente, tendo ao início de cada ano o Cômputo Eclesiástico ou Calendário Católico.

O exemplar pertencente à Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos/SP, foi cedido  a Novo Milênio para digitalização, em maio de 2010, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, sendo em seguida transferido para o acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Assim, Novo Milênio apresenta nestas páginas a primeira edição digital integral da obra (ortografia atualizada nesta transcrição) - páginas 346 a 356 do Tomo II:

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Chronica Geral do Brazil

Alexandre José de Mello Moraes

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Imagem: reprodução parcial da página 346/tomo II da obra

 

1800-1883 

[...]

DCCLI – No dia 17 de maio de 1842 rompe em Sorocaba, na província de S. Paulo, o movimento popular liberal provocado pelas leis de compressão, que o governo conservador fez passar nas câmaras em 3 de dezembro de 1842. O brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar é proclamado presidente.

Chegando à Corte a notícia do estado de perturbação de Sorocaba, desde o dia 13 de maio, o governo fez marchar o general Caxias no dia 19 para sossegar os revoltosos, sendo eles batidos no dia 26 de maio nas imediações de Sorocaba. No dia 7 de junho são de novo batidos na Venda Grande.

No dia 10 de junho, rebelam-se os mineiros em Barbacena, e é aclamado presidente José Feliciano Pinto Coelho.

DCCLII – No dia 19 de junho de 1842, tendo sido suspensas por um mês as garantias no município neutro por decreto do dia 18, em consequência dos pronunciamentos armados das províncias de S. Paulo e Minas Gerais, são presos na Corte do Rio de Janeiro e recolhidos à fortaleza de Villegaignon, e depois deportados para Portugal, indo na fragata Paraguassú, o desembargador Antonio Paulino Limpo de Abreu, depois visconde de Abaeté, drs. Joaquim Candido Soares de Meirelles, França Leite, José Francisco Guimarães, Francisco de Salles Torres Homem, depois visconde de Inhomerim, e cônego Geraldo Leite Brito, que depois foi oficial maior do Senado.

No dia 30 de junho é preso o dr. Joaquim Candido Soares de Meirelles, recolhido a bordo da fragata Paraguassú por causa dos acontecimentos revolucionários da província de Minas Gerais.

DCCLIII – No dia 20 de junho de 1842 os rebeldes de S. Paulo evacuaram Sorocaba, e o pronunciamento armado se dispersa: no dia 3 de julho, o dr. Joaquim Antão Fernandes Leão, um dos chefes dos rebeldes de Queluz, tal desânimo concebeu, que se apresentou às avançadas das tropas legais, onde foi preso e recolhido à cadeia da capital.

No dia 20 de julho, os rebeldes evacuaram a cidade de Barbacena, e em Paracatu se manifesta a sedição. Os rebeldes no dia 26 de julho tomam posse da vila de Queluz; e no dia 20 de agosto são batidos completamente em combate no arraial de Santa Luzia, em Minas Gerais.

DCCLIV – Terminadas as revoltas de S. Paulo e Minas Gerais, é nomeado o barão de Caxias para governar a província do Rio Grande do Sul; e no dia 9 de novembro de 1842 toma posse do governo, e do comando em chefe do exército em operações.

No dia 26 de dezembro houve combate contra as forças rebeldes, em frente do Triumpho; e no dia 30 de dezembro as forças do governo dão novo combate aos rebeldes sobre o Camacuan, no Rio Grande do Sul.

DCCLV – A má administração da justiça na província do Rio de Janeiro é tão escandalosa que o próprio presidente, no seu relatório do 1º de março de 1842, diz – a impunidade, a abundância de delitos, quer públicos e quer particulares, que à sombra dela se cometem, a parcialidade dos juízes, que ou não perseguem os delinquentes ou o fazem dirigidos mais pelo espírito e fórmulas de vingança do que pelo da justiça, são males que mais ou menos se ressentem em todos os termos.

DCCLVI – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 1; ciclo solar, 4; epacta, 30; letra dominical, A.

DCCLVII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, domingo; Páscoa a 16 de abril; indicação romana, 1; período Juliano, 6.556.

DCCLVIII – O obituário no município neutro neste ano de 1843 foi de sete mil novecentas e cinquenta e duas pessoas.

DCCLIX – No dia 23 de fevereiro se descobriu um cometa mui notável no Brasil pela grande cauda, sendo mui visível logo ao cair da noite.

DCCLX – No dia 16 de janeiro de 1843 falece o senador d. Nuno Eugenio de Lossio e Seibltz, que foi sepultado no convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro.

No dia 6 de março de 1843, morre o marquês de S. João da Palma, senador do império pela província de S. Paulo.

No dia 17 de maio deste mesmo ano, morre o brigadeiro Antonio Constantino de Oliveira.

No dia 17 de julho do mesmo ano morre o marechal Joaquim Norberto Xavier de Brito.

No dia 19 de agosto do mesmo ano morre o notáve orador sagrado padre Antonio de Farias Neves.

DCCLXI – No dia 20 de janeiro é mudado o ministério.

DCCLXII – No dia 28 de janeiro de 1843 foi presente ao Senado o processo da pronúncia dos senadores Vergueiro, Feijó, Alencar e Mello, pelo crime de rebelião.

DCCLXIII – Em fevereiro de 1843 aparece a febre escarlatina no Rio, que dizimou a população da Corte. O que salvou a muitas pessoas foi o emprego da homeopatia.

DCCLXIV – No dia 5 de março de 1842 sai do Rio de Janeiro, com destino à cidade de Nápoles, a esquadra que vai buscar a nova imperatriz do Brasil d. Thereza Christina, esposa do sr. d. Pedro II, e chega a Nápoles no dia 21 de maio. (Vide a biografia do barão de Cayrú, escrita por mim).

DCCLXV – No dia 30 de abril de 1843 instala-se, na cidade do Rio de Janeiro, o conservatório dramático brasileiro.

DCCLXVI – No dia 1º de maio de 1843 casa-se no Rio de Janeiro a princesa d. Francisca Carolina, irmã do imperador d. Pedro II, com o príncipe de Joinville, filho de Luiz Felippe, rei de França.

DCCLXVII – No dia 26 de maio de 1843 as forças imperiais dão notável combate em Ponche Verde, na província do Rio Grande do Sul; o brigadeiro Bento Manoel Ribeiro, comandando uma coluna de mil e quatrocentos homens, é atacado por quase todos os chefes rebeldes, que se reuniram com dois mil e quinhentos combatentes, e os rechaça brilhantemente. No dia 30 houve novo combate junto a Ponche Verde.

DCCLXVIII – No dia 30 de maio de 1843 celebra-se, por procuração na capela Palatina em Nápoles, o casamento de sua majestade o imperador d. Pedro II com a princesa a sra. d. Thereza Christina, irmã de el-rei de Nápoles.

DCCLXIX – No dia 5 de junho chegam ao Rio de Janeiro os deportados políticos Antonio Paulino Limpo de Abreu, cônego Geraldo Leite Bastos e dr. Francisco de Salles Torres Homem, e no dia 15 de julho o dr. Torres Homem responde, perante o júri da Corte, como responsável do periódico Maiorista.

DCCLXX – No dia 8 de junho de 1843 o tenente-coronel Chico Pedro, com um batalhão de infantaria, ganha vitória sobre os rebeldes do Rio Grande do Sul.

DCCLXXI – No dia 3 de setembro de 1843 chega ao Rio de Janeiro a sra. d. Thereza Christina, imperatriz do Brasil.

DCCLXXII – A Relação do Rio de Janeiro julgou no dia 12 de setembro de 1843, unanimemente, justa a decisão do júri do Ouro Preto, que declarou José Pedro Dias de Carvalho, não complicado nas desordens de Minas Gerais.

No dia 19 do mesmo mês e ano, Theophilo Benedicto Ottoni responde ao júri de Marianna por crime de rebelião.

DCCLXXIII – No dia 25 de outubro de 1843 é batido Bento Gonçalves, em Cangussú.

DCCLXXIV – No dia 11 de novembro de 1843 falece na cidade de S. Paulo o ilustre e honradíssimo senador pela província do Rio de Janeiro, padre Diogo Antonio Feijó, nascido na mesma cidade em agosto de 1784. Morreu pobríssimo. (Vide biografia escrita por mim).

DCCLXXV – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 2; ciclo solar, 5; epacta, 11; letra dominical, G F.

DCCLXXVI – Martirológio. Dia 1º de janeiro, segunda-feira; Páscoa a 7 de abril; indicação romana, 2; período Juliano, 6.557.

DCCLXXVII – O obituário do município neutro, neste ano 1844, foi de sete mil, quinhentas e oitenta e quatro pessoas.

DCCLXXVIII – Mudou-se o ministério a 31 de janeiro de 1844.

DCCLXXIX – No dia 8 de fevereiro de 1844 é assassinado em Pouso Alegre o padre José Bento Leite Ferreira de Mello, senador pela província de Minas Gerais.

DCCLXXX – Tendo o chefe de polícia da Corte, Eusebio de Queiroz Coitinho Mattoso da Camara, pedido exoneração do cargo de chefe de polícia da Corte, foi ela aceita pelo governo no dia 20 de março de 1844.

DCCLXXI – No dia 18 de abril de 1844 falece o padre Lourenço Rodrigues de Andrade, senador pela província de Santa Catharina.

No dia 2 de maio do mesmo ano, falece o general visconde do Rio Comprido, José de Oliveira Barbosa, que havia sido barão do Passeio Público. Era filho do sargento-mor José de Oliveira Barbosa, nascido no Rio de Janeiro.

Assentou praça em 1775. Foi governador e capitão-general de Angola. Teve o título de conselho por carta de 5 de agosto de 1809; e fidalgo cavalheiro por alvará de 16 de março de 1810. Como tenente-coronel, serviu de secretário particular do vice-rei conde de Rezende.

Foi lente na Academia Militar do Rio de Janeiro; e em 26 de fevereiro de 1821 foi nomeado chefe do corpo de polícia da Corte do Rio de Janeiro.

No dia 11 de maio do mesmo ano, morre o brigadeiro Lourenço Maria de Almeida Portugal, que foi comandante militar das vilas de Campos e Macaé até fevereiro de 1829.

No dia 12 de junho, morre o senador Luiz José Ferreira Duque Estrada.

No dia 7 de julho morre o marechal João Pedro Lecor.

No dia 8 de agosto, morre o coronel Alexandre José Leite Chaves de Mello.

No dia 8 de agosto morre o brigadeiro José Antonio de Mello.

No dia 14 de novembro de 1844, pelas sete horas da manhã, morre vítima de uma apoplexia fulminante na cidade da Bahia o chefe de divisão Francisco Bibiano de Castro.

No dia 29 de agosto, morre Maximiano Antonio da Silva Leite, lente jubilado da Academia de Marinha, e é sepultado na Ordem Terceira do Carmo.

DCCLXXXII – No dia 28 de abril de 1844 casa-se a princesa d. Januaria, filha de d. Pedro I e irmã do imperador d. Pedro II, com o príncipe conde d'Aquila, irmão da imperatriz d. Thereza Christina, mulher de d. Pedro II; e no dia 24 de outubro do mesmo parte com seu noivo para Europa.

DCCLXXXIII – No dia 24 de maio de 1844, por um decreto imperial, é dissolvida a Assembleia Geral Legislativa, e convocada outra para o 1º de janeiro de 1845.

DCCLXXXIV – Às cinco horas da tarde do dia 24 de maio de 1844, a barca a vapor Especuladora, da carreira de Niterói, faz horrível explosão e produz grande número de vítimas que nela embarcaram.

DCCLXXXV – No dia 30 de junho de 1844 são presos pelo tenente-coronel Francisco Pedro de Abreu, em Piratinin, no Rio Grande do Sul, os oficiais rebeldes José Marianno de Mattos e Joaquim Pedro Ferreira, os quais, remetidos para a Corte do Rio de Janeiro, foram no dia 17 de agosto recolhidos à fortaleza de Santa Cruz. (N. E.: a numeração original em algarismos romanos foi nesta transcrição corrigida, neste e nos próximos três verbetes).

DCCLXXXVI – No dia 5 de outubro de 1844, os rebeldes atacam a capital.
No dai 21 de outubro de 1844, segundo ataque a Maceió.

No dia 2 de novembro de 1844, ataque na vila de Atalaia, e no dia 4 são os rebeldes batidos na mesma vila.

DCCLXXXVII – No dia 2 de novembro de 1844 foram assassinados o padre José Caetano de Moraes, vigário das Palmeiras, e seu sobrinho o major Manoel Bastos.

DCCLXXXVIII – No dia 18 de dezembro de 1844 apareceu o decreto de anistia geral concedida aos rebeldes do Rio Grande do Sul; e no dia 19 do mesmo mês voltaram a Montevidéu, da costa de Entre Rios, os vapores D. Affonso, Recife e Pedro II, que haviam conduzido a divisão imperial expedicionária.

DCCLXXXIX – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 3; ciclo solar, 6; epacta, 22; letra dominical, E.

DCCXC – Martirológio – Dia 1º de janeiro, quarta-feira; Páscoa a 23 de março; indicação romana, 3; período Juliano, 6.558.

DCCXCI – O obituário do município neutro em 1845 foi de seis mil, setecentas e sessenta e três pessoas.

DCCXCII – No dia 14 de maio de 1845 morre, no Rio de Janeiro, o tenente-general barão de Taquary, Manoel Jorge Rodrigues.

DCCXCIII – No dia 24 de maio de 1845, o conselheiro Antonio Carlos Ribeiro de Andrade Machado é escolhido senador do Império pela província de Pernambuco; e no dia cinco de dezembro morre no Rio de Janeiro.

Foi Antonio Carlos homem de muita erudição, grande talento e eloquente. Nasceu na vila, hoje cidade de Santos, no 1º de novembro de 1773. Era filho do coronel de milícias Bonifacio José de Andrada e d. Maria Barbara da Silva.

DCCXCIV - No dia 6 de outubro de 1845 o imperador D. Pedro Ii com a imperatriz embarcam no Rio de Janeiro e vão visitar as províncias do Sul do Brasil; e chega no dia 21 de novembro do mesmo ano à capital do Rio Grande.

DCCXCV – Em 8 de agosto de 1845, lorde Aberdeen obtém do Parlamento inglês o bill que sujeita os navios dos súditos brasileiros, suspeitos de se empregarem no tráfico de africanos, a serem julgados pelos tribunais ingleses e punidos por suas leis como piratas.

No dia 11 de novembro do mesmo ano de 1845, faleceu na Paraíba do Norte o coronel José Thomaz Henrique, que havia sido presidente da província do Pará.

DCCXCVI – No dia 12 de novembro de 1845, pelas cinco horas da tarde, na capital de S. Paulo, armou-se ao Sul uma feia tempestade, e quando se esperava uma forte tempestade com trovões, desabou terrível chuva de pedra, como nunca se havia ali visto, ficando as ruas e campos cobertos de um lençol de neve. Eram as pedras do tamanho de uma maçã, e quebraram telhados, vidraças, e estragaram jardins e hortas completamente.

DCCXCVII – Cômputo eclesiástico. Áureo número, 4; ciclo solar, 7; epacta, 3; letra dominical, D.

DCCXCVIII – Martirológio. Dia 1º de janeiro, quinta-feira; Páscoa a 12 de abril; indicação romana, 4; período Juliano, 6.559.

DCCXCIX – No dia 15 de janeiro de 1846 falece em Pernambuco o senador do Império José Carlos Mairinck da Silva Ferrão.

No dia 1º de fevereiro do mesmo ano falece o monsenhor Duarte Mendes São Paio, sendo sepultado em S. Francisco de Paula.

No dia 15 do mesmo mês e ano falece repentinamente o cônego Antonio Marques de Sampaio, ao sair as escadas de seu hóspede e amigo barão (depois marquês) de Bomfim, sendo por este remetido imediatamente em uma rede para a igreja de S. Pedro, para ser sepultado ali, furtando-se a despesa do enterro e funeral.

No dia 13 de fevereiro de 1846 morre assassinado, em sua própria casa, na noite de 13 para 14 de fevereiro de 1846, o juiz municipal da vila do Tucano, dr. Joaquim Procopio Freire de Andrade.

DCCC – No dia 22 de fevereiro do mesmo ano falece, na cidade do Rio de Janeiro, o ilustrado cônego Januario da Cunha Barbosa nascido em 1780, e foi sepultado em S. Francisco de Paula.

No mesmo dia falece o festejado poeta Antonio Francisco Dutra e Mello, nascido no Rio de Janeiro a 8 de agosto de 1823.

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