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BAIXADA SANTISTA/temas - A QUESTÃO PESQUEIRA
Capítulo 2

 
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O "Diamante de Porter" em estudo exploratório multicaso no setor pesqueiro exportador de Santos

João Ribeiro Natário Neto


2.4 Condições de demanda

Numa cidade, uma região ou país, cujos compradores internos, exigentes e sofisticados, reclamam inovações mais rápidas das empresas locais, estas adquirem vantagem competitiva em relação aos concorrentes do exterior. Se as necessidades dos compradores nacionais prenunciarem as dos compradores do exterior, os exportadores de um país terão adquirido, também, vantagens, porque as empresas competem globalmente e podem fazê-lo em grande escala, mesmo que seu mercado interno seja pequeno.

Como lembra Porter (1993), a importância do mercado interno, se for grande, pode ser significativa para indústrias que trabalham em economia de escala, porque podem atender ao mercado interno e aquelas que têm estrutura para exportação devem suprir os segmentos procurados por outros países.

Muitas empresas exportadoras, diante de um mercado interno estimulante, mesmo temporariamente, que exige investimento, reinvestimentos, dinamismo e planejamento estratégico, têm dificuldade em visualizar que é necessário exportar e se possível incrementar vendas no exterior, diversificar sacados e países. Esta dificuldade de visualização ou opção, temporária, pelo mercado interno, transforma-se em desvantagem e retrocesso no processo.

"Os países também ganham vantagem se os compradores internos pressionam as empresas locais a inovar mais depressa e a obter vantagens competitivas mais sofisticadas, em comparação com rivais estrangeiras". (PORTER, 1993, p.103)

Como salienta Porter (1993), na maioria das indústrias a demanda é segmentada. O papel mais significativo da estrutura do segmento interno está na determinação da atenção e das prioridades das empresas de um país. Os segmentos relativamente grandes recebem a maior e mais pronta atenção empresarial, enquanto os menores ou menos desejáveis têm pouca prioridade na distribuição de recursos para projeto, manufatura e comercialização. Os segmentos menos lucrativos também são esquecidos. Sem dúvida, os grandes segmentos, os que exigem formas mais sofisticadas de vantagem competitiva, são importantes para as empresas locais aperfeiçoarem a competitividade com o tempo, e as posições nesses segmentos são mais sustentáveis.

Porter (1993) estudou inúmeras indústrias nos Estados Unidos, Japão e Europa que passaram a exportar e conquistar mercado externo, com a saturação precoce ou abrupta do mercado interno. Exportar foi a solução, para que pudessem manter o crescimento e até mesmo atingir o rendimento máximo. A saturação do mercado interno é benéfica se for combinada com o crescimento nos mercados internacionais. No entanto, a saturação precoce só constitui vantagem se a composição da demanda interna direcionar as empresas nacionais para produtos e desempenhos desejados no exterior.

"A saturação precoce ou abrupta força-as continuar inovando e aperfeiçoando. Um mercado saturado cria pressões intensas para a redução dos preços, introduz novos aspectos, melhora o desempenho do produto e proporciona outros incentivos para que os compradores substituam produtos antigos por versões mais novas. A saturação intensifica a rivalidade local, forçando a redução de custos e eliminando firmas mais fracas. O resultado é, com freqüência, o aparecimento de um número menor de rivais locais, porém mais fortes e mais inovadores." (PORTER, 1993, p. 114)


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