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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP em 6/7/1999
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 21:52:24
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Tomorrow é exemplo de shopping digital

Com mais de 200 franquias virtuais, o Tomorrow Digital Shopping, de São Paulo, vem expandindo rapidamente sua atuação no comércio eletrônico, sendo um bom exemplo nacional da nova tendência de virtualização dos negócios. A franquia virtual é essencialmente um banner (faixa) clicável que uma página Web pode ter, remetendo o internauta à loja virtual. A cada venda efetuada, o responsável pela página onde está o banner recebe um crédito.

O sistema começou a ser conhecido no mundo com livrarias virtuais como a Amazon Books e Barnes and Noble. Uma página de noticiário ou com um conteúdo específico sobre uma especialização da Medicina, por exemplo, tem um banner que remete o leitor à livraria ou - numa forma mais sofisticada - diretamente à seção da livraria onde existem livros sobre o assunto tratado na página, de forma que o leitor/internauta possa ter acesso imediato e simplificado à literatura disponível sobre esse tema. Com isso, ganha o internauta, que não precisa ficar pesquisando onde existem livros sobre o assunto; ganha o site onde foi colocado o banner (geralmente, o suficiente para cobrir as despesas de manutenção do site, mesmo com o mercado virtual ainda incipiente); e ganha a livraria, pois os sites de conteúdo atraem clientes de nichos especializados.

Da mesma forma, uma página sobre rock ou chorinho pode remeter o internauta diretamente às "prateleiras" virtuais de uma loja digital onde estão os vídeos, CDs e DVDs sobre esses gêneros musicais. Uma página sobre computação pode ter um banner de uma loja virtual de computadores etc. Na essência, é o mesmo que um anunciante faz quando busca um público segmentado: concentra sua publicidade na revista ou no jornal, ou mesmo no programa de rádio ou televisão, que são vistos por esse público-alvo. A vantagem da Internet é que basta um clique no anúncio e o consumidor está "dentro" da loja, sem a inércia provocada pela necessidade de o consumidor encontrar um tempo livre dentro do horário comercial para se deslocar até esse estabelecimento.

Linux - Exemplo prático é a parceria que o Tomorrow fechou com a Conectiva, distribuidora da versão nacional do sistema operacional Linux, o Guarani. Na página da Conectiva existe uma área para venda de produtos (aplicativos e programas) relacionados ao Linux, que nada mais é do que um "departamento" do shopping virtual Tomorrow.

Vale esclarecer que, embora o Linux seja gratuito, quem quiser o conforto de obter o produto em mídia CD, mais os manuais, sem ter de fazer uma morosa/tediosa cópia de centenas de megabytes em arquivos pela Internet, terá de pagar o custo das mídias (os CDs e o manual impresso), daí a loja Linux. O Tomorrow obteve a exclusividade nacional das vendas do Linux Guarani pela Internet.

O risco - Qualidade e personalização no atendimento, imagem da empresa perante o público, facilidade de acesso, são todos conceitos importantes para o sucesso de uma loja, e que precisam ser repensados em relação ao comércio eletrônico. 

É preciso atentar para a tendência de eliminação dos intermediários entre o produtor e o consumidor: por exemplo, quando lançou seu cão-robô Aibo, há um mês (veja em Informática de 1/6/1999), a Sony japonesa decidiu que ele só seria vendido pela Internet, diretamente em seu site, para o mundo inteiro. Sem a participação de lojistas, distribuidores etc. A Dell também vende seus computadores pela Internet, oferecendo preços menores por não haver o custo de intermediação. A santista Opus Laser já consegue oferecer um desconto no preço para compras via Internet, pela mesma razão.

Então, qual o futuro das lojas, se a tendência é eliminar intermediários? Se elas estão presentes na Web, o custo de intermediação praticamente se anula, pois não precisam trabalhar com estoques ou instalações físicas de atendimento. Podem se concentrar no melhor atendimento ao cliente e na reunião de produtos de diferentes fabricantes, formando um centro de compras. Algo semelhante à tendência dos portais na Internet, reunindo temas que tenham afinidade entre si. 

Você sairia procurando de gravadora em gravadora um disco de um cantor que não lembra o nome completo, ou o selo pelo qual foi lançado, ou preferiria consultar o catálogo eletrônico de uma loja de discos, que concentra as listagens de todas as principais gravadoras? Esse pode ser um nicho de mercado para as lojas: facilitar para que o público encontre imediatamente a agulha que está procurando no enorme palheiro da Internet.

Veja nesta série:
     I - Abertura
       Crescimento começou com a Web
       "É uma nova revolução nos negócios"
     II - Abertura
       Duas siglas que já beneficiam os usuários
       Web tem respostas até mais rápidas
     III - Abertura
       Se minha geladeira falasse...
       Mulheres lideram no número de net-compradores (40% em nove meses)
       Shopping virtual é inaugurado em Ribeirão Preto.
     IV - Abertura
       Opus é exemplo santista de loja virtual
       Promoções e preço menor atraem clientes
       Tomorrow é exemplo de shopping digital
       Uma loja de ferramentas faz sucesso na Internet
       Automóveis usados ganham maior loja virtual da Internet brasileira
     V - Abertura
       Internet muda relação entre comerciante e cliente.
       Canais de distribuição reformulam suas práticas.
     VI - Abertura
       Custo da publicidade na Web não é o problema
       Presença na Internet é tão importante quanto dispor de telefone e fax.
       Nova economia é alicerçada na informação.
     VII - Mais de vinte motivos para a empresa se instalar na Internet
      Quem tem medo de entrar na Web?
      Banners apresentam resultados acima das expectativas