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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 20/10/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/10/00 10:31:40
DIFERENÇA
Apple mostra em Santos micros com o veloz chip G3 

Linha no Brasil será concentrada nos principais modelos

Ainda não foi desta vez que os santistas puderam conhecer de perto o prometido computador pessoal iMac, pois a Apple do Brasil preferiu manter o suspense até o lançamento oficial desse equipamento no País, ocorrido ontem (N.E.: 19/10/1998). Mas a controvérsia já começou, pois esse micro pretende nada menos que forçar, de uma só vez, o mercado brasileiro a esquecer os tradicionais disquetes e as portas comuns de ligação de periféricos. Esse foi aliás o tema de maior debate entre os 24 participantes do workshop promovido dia 15 pelo hipermercado de informática Enterdata, em sua loja principal de Santos.

Para a Apple, pelo menos nos Estados Unidos os disquetes magnéticos flexíveis de 3,5 polegadas estão acabados como mídia para a computação, daí o iMac não possuir drive para eles. Na opinião da empresa, arquivos grandes são (ou passarão a ser nos próximos meses) transferidos via Zip Drive ou CDs regraváveis, ou pela Internet. Só que, no Brasil, a rede disponível para Internet ainda é lenta, e nenhum produto para transferência de grandes arquivos virou padrão efetivo, do tipo que se espera que todos tenham (como aconteceu com os disquetes).

Responde a Apple que existe no mercado nacional o Superdrive, que tanto permite transferir grandes arquivos (em disquetes especiais para até 120 Mb) como trabalhar com os velhos disquetes de 3,5 polegadas, significando um acréscimo de uns R$ 200,00 à configuração básica. Ele é conectado ao iMac usando os novos conectores USB.

Conectores – A propósito, o iMac só tem duas portas USB, pois a Apple acredita ser essa a única forma de forçar o mercado a uma rápida mudança para esse novo padrão. Impressoras, modems externos e outros equipamentos deverão ter drives e cabos para USB, e diversos fabricantes já estão disponibilizando esses complementos. 

A tecnologia USB permite conectar (através de adaptadores externos, como os hubs) até 127 equipamentos por porta, e o iMac possui duas portas USB do tipo rápido (12 Mbps), consideradas suficientes para as necessidades do mercado doméstico, ao qual esse micro é dedicado (para atividades mais pesadas, de caráter profissional, é recomendada a linha de micros desktop PowerMac G3, e no segmento dos portáteis o destaque é para o Powerbook G3).

Garantia – Outra polêmica que vai surgir no mundo Mac é quanto à Garantia Brasil. Como reconhecem os representantes da Apple, o usuário de produtos Mac gosta de ver o computador por dentro, e inclusive a linha Powermac tem um premiado design que permite chegar à placa-mãe com apenas três operações de desencaixe.

Só que a Garantia Brasil, por um ano após a compra, só vale para aparelhos que não sejam abertos pelo usuário. Daí, apesar de (e em contrasenso com) toda a facilidade de acesso propiciada pelo design, a simples operação de acrescentar um pente de memória vai obrigar o usuário a levar o gabinete inteiro a uma concessionária para que esta faça a abertura e o encaixe da peça. 

Exatamente o contrário de todo o marketing anterior da Apple - que ainda agora se repete numa peça publicitária da empresa, em que um engenheiro de computação tenta montar um PC com todos os seus cabos, enquanto um garoto e seu cachorro tiram da caixa e instalam o iMac, e já começam a navegar pela Internet, em menos de oito minutos. Consenso entre os participantes: essa política de garantia vai ter de ser revista pela Apple...

Importado – Os produtos Apple atualmente vendidos no Brasil são totalmente importados, mas a política de garantias da Apple é baseada no país em que o micro é comprado - não existe garantia mundial, a não ser para alguns modelos de notebooks. Devido aos problemas de importação e de manutenção de estoques de peças, enquanto nos Estados Unidos é possível montar cerca de 20 mil configurações diferentes (mais ou menos memória, opções entre periféricos, capacidades de disco rígido etc.), os computadores Apple vendidos no Brasil seguirão algumas configurações básicas de maior demanda.

Por exemplo, como os discos rígidos Fast IDE conseguem performance bem próxima da obtida pelos de padrão SCSI, porém com custo sensivelmente menor, a Apple está dando preferência a eles, como forma de apresentar ao usuário um preço final menor, sem grande perda de performance. Ainda assim, a placa-mãe está preparada para o uso de produtos SCSI.

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