Aventura na Web em tempo real

Velejadores foram da península do Labrador até a Groelândia e prosseguem viagem até a Ilha de Disco

Os velejadores Beto Pandiani e Felipe Whitaker iniciaram no dia 31 de julho de 2005 a travessia mais arriscada da Rota Boreal, em que navegaram desde Hebron, na ponta Oeste da península do Labrador, até Nuuk, na Groenlândia. Após dois dias de descanso, a dupla segue navegando para o Norte, explorando a costa Oeste durante 18 dias, passando por algumas vilas esquimós até a Ilha de Disco, acima do Círculo Polar, na latitude 70º Norte, recorde inédito na história da vela mundial. Os internautas brasileiros podem acompanhar a travessia em tempo real, a partir do site RotaBoreal, no vínculo "Mapa - Tempo real", ou no endereço 360graus.

O barco Satellite III dispõe de equipamentos de alta tecnologia para enviar a posição atualizada do oceano: os velejadores receberam a posição de latitude e longitude através da rede GPS do governo dos EUA. O GPS foi acoplado a um Inmarsat–C, serviço comercial de envio de mensagens e voz, que envia por correio eletrônico a posição do barco para outro endereço de correio eletrônico no Brasil. A aplicação Geographic Information Systems (GISweb), desenvolvida pela empresa brasileira Zoologic, recebe essa posição e a plota num mapa com base vetorial que transforma essa informação num mapa, que pode ser acessado na Internet a cada meia hora.

Os velejadores também utilizam o notebook STI da Semp Toshiba, com programas especiais para este tipo de aventura. "É um equipamento apropriado para as necessidades do velejador. Também está preparado para as transmissões via satélite e ainda enfrentar temperaturas muito baixas", conta Oswaldo Ubrig, gerente de propaganda da marca.

Betão e Felipe aguardavam no final de julho as condições climáticas ideais para a travessia até a Groenlândia. De acordo com os serviços de meteorologia dos EUA e Canadá, isso ocorreria a partir de 31/7, já que na semana anterior predominava vento forte e gelado na península. Além da orientação meteorológica, Betão e Felipe também esperavam pelo "sim" do capitão Oleg, do barco de apoio Kotic II, espécie de benção obrigatória para Betão na realização de suas aventuras.

Foram três dias e três noites de viagem sem descanso no Mar do Labrador, em 1.200 quilômetros de travessia até Nuuk, com temperaturas que chegam a 15º negativos de sensação térmica, graças aos ventos fortes que sopram na região.