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NOTÍCIAS 2002

6 regras para atacar a poluição visual

Luiz Renato Roble (*)
Colaborador

Ao nos comunicarmos verbalmente, se tentarmos falar tudo o que desejamos de uma só vez, ou acabamos engasgados ou temos que repetir tudo várias vezes e com calma, para que possamos ser claramente compreendidos por quem nos ouve.

Na comunicação visual acontece exatamente a mesma coisa. Se formos com muita sede ao pote, podemos levar uma rasteira. A hora é esta, declare guerra à poluição visual utilizando estas 6 regras simples, porém letais para se fazer entender na hora de se comunicar com seu público e, principalmente, sem ferir o meio-ambiente:

Luiz Renato Roble1. SAIBA ESCOLHER: Não queira dizer tudo, a todo mundo a toda hora. Lembre-se de que a quantidade de cartazes, banners ou posters deve ser usada com muito cuidado em uma loja. Caso contrário, só ajudarão a poluir visualmente, em vez de comunicar algo de novo e imperdível.

2. SAIBA DIZER ADEUS. Sua loja não é um museu. Ande por ela e veja se não existem cartazes e informações que já caducaram, seja pelo tema, data ou mesmo pelo próprio estado físico do material.

3. SAIBA DECIDIR. É necessário adicionar mais um cartaz à parede, aumentando ainda mais o tumulto, ou o melhor é juntar mais informações em apenas um ou no máximo dois cartazes, de preferência, maiores e bem-feitos? A decisão é sua.

4. SEJA CLARO. É preciso ter clareza e objetividade para que se obtenha a atenção, a compreensão e a memorização do público. Da mesma maneira que devemos falar de forma clara e pausada, na comunicação visual devemos ser mais sintéticos. Um cartaz, por exemplo, para que seja eficaz, deve ter informações básicas, distribuídas em diferentes camadas de visualização, para que sejam absorvidas em diferentes níveis.

5. TRABALHE COM LIMPEZA. Muitos lojistas confundem as coisas e, por terem seu foco em um público de baixo poder aquisitivo, acreditam que podem transformar o ambiente de vendas em um quarto de despejo, com cartazes rasgados, sujos e pessimamente escritos. Lembre-se de que as pessoas, independentemente de suas classes sociais, apreciam as coisas bem-feitas e sentem-se respeitadas por isso.

6. CONSIGA MAIS COM MENOS. É muito mais fácil sentir a força de um aviso ou anúncio fixado em uma parede quando ele está sozinho, destacado pela sua própria presença, do que sendo mais um no meio de dezenas. Algo como procurar uma agulha no palheiro. A simples repetição não garante uma boa comunicação, apenas a confusão geral. Lindos banners pendurados desajeitadamente em colunas ou uma loja maravilhosa que vê seu visual comprometido pela profusão de cartazes espalhados por ela, são exemplos de que é preciso pensar antes de sair batendo com o martelo pelas paredes.

Apesar de simples, essas seis regras garantem uma loja clara, vendedora, limpa e principalmente, em sintonia com sua identidade visual. Elas são simples, mas não são óbvias. Existem muitas marcas boas que investem verdadeiras fortunas em mídia para vender uma imagem, que é distorcida, quando se vê pelo interior das lojas, papéis escritos de qualquer jeito, com caneta hidrográfica, por alguém da equipe de vendas, colados nas paredes com fita adesiva, dizendo: "Conforme anunciado". Lembre-se: Poluição visual não vende nada, só confunde.

(*) Luiz Renato Roble é designer, consultor de Identidade Estratégica e diretor de Criação da Datamaker Designers.