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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 04/24/01 02:41:12
Em SP, segurança e legislação para Internet 

Considerados os dos principais eventos nacionais nas áreas de Segurança da Informação e Legislação para a Internet, serão realizados simultaneamente nos dias 24 e 25/4/2001, no hotel paulistano Meliá, a 7ª edição do Security Forum SP e, estreando, o Internet Business Law. Organizados e promovidos pela Mantel.com, os congressos vão posicionar o mercado empresarial sobre as novidades do setor, pelas visões de renomados especialistas nacionais e internacionais nessas matérias.

As questões sobre segurança e legislação na Internet são hoje pontos fundamentais que vêm sendo motivo de preocupação de uma comunidade formada não mais apenas por gerentes e diretores de Tecnologia da Informação (TI), mas também pelo Governo e pelos executivos e presidentes da empresas dos mais diversos segmentos da economia (bancos, cartões de crédito, seguradoras, indústria, comércio, telecomunicações etc..). 

Todos estão investindo muito nos seus negócios ponto-com, que podem se tornar vulneráveis, e até cair por terra, caso não sejam contemplados os aspectos de segurança e legislação na Web. 

Uma pesquisa divulgada pela Network World 500 – estudo internacional que revela todos os anos as tendências do mundo da Tecnologia da Informação – mostrou que a segurança está no topo de preocupações de 90% dos profissionais de TI que atuam nas principais organizações americanas. Além disso, mais de dois terços dos entrevistados afirmaram que seus sistemas de comércio eletrônico são vulneráveis. 

Baseada nesta realidade, a Mantel.Com reúne, nos dois seminários paulistanos, 60 especialistas nacionais e estrangeiros, que participam dos eventos para compartilhar as suas experiências, apontando soluções sobre as tendências e novidades na área de segurança eletrônica e legislação, para mais de 500 executivos e líderes empresariais. 

Preocupação Histórica - O cuidado com a segurança das informações privadas não é novo. Bill Murray, coordenador geral de Segurança da Informação da Delloitte Touche Tohmatsu e palestrante do Security Forum, traça um paralelo baseado em seus 40 anos de experiência em TI e 25 anos em proteção de informações, comparando o uso de uma rede de segurança da Internet de hoje com a estrutura da guarda real inglesa, durante o século XI, quando as jóias da coroa ficavam expostas ao público sem nunca terem sido roubadas. “Todas as técnicas de proteção que utilizamos hoje na Web já eram usadas há quase mil anos pelos ingleses”, explica o executivo da Delloitte. 

Outros palestrantes são: Mark Silvern (EUA), diretor de procedimentos da VeriSign; o doutor Audílio Gonzales Aguiar (Colômbia), professor associado da Universidade de Montpellier na França; Camilla Guasti, diretora de Operações Latino-Americanas da ISS Internet Security Systems. O Brasil é representado por Pedro Paulo Lemos Machado, gerente de Segurança da Informação do Ministério do Planejamento; Márcio Liberbaun, presidente da CertiSign; Fernando Nery, presidente do Conselho Administrativo da Módulo Security Solutions; o deputado federal Júlio Semeghini; o advogado José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto, sócio do escritório de advocacia Gouveia Vieira; e o advogado Luiz Fernando Martins Castro, sócio do escritório Costa, Mello, Cavalcanti e Martins Castro Advogados.

Durante os encontros paulistanos, serão analisados a evolução nacional (desde 1994) dos principais motivos de preocupação das empresas: infra-estrutura (computadores, redes etc.); bancos de dados; aplicações (softwares aplicativos, sistemas operacionais etc.); e agora, segurança e legislação.

Alexandre Daoun, advogado da Buff e Souza e Silva Advogados Associados e também palestrante do Internet Business Law Forum, explica que a Internet é um novo meio para a prática de atos ilícitos, onde o bandido tem um perfil diferente do usual. “Nos EUA, cerca de 80% dos crimes são cometidos pelos chamados insiders, profissionais capacitados da própria empresa que continuam trabalhando e desviando
informações, ou ex-funcionários movidos, em geral, por um espírito de vingança”, diz Daoun.

Segundo pesquisa da empresa nacional de segurança na Web Módulo - que terá o seu principal executivo, Fernando Nery, como palestrante da sessão de conclusão do Security Forum SP, no ano de 1999 foram constatadas cerca de 130 invasões de hackers no Brasil. Em 2000, esse número quadruplicou, com 520 ataques denunciados. “Este crescimento é explicado pelo fato de que apenas 5% das empresas brasileiras investem em segurança”, afirma Daoum.

Palestrante em um painel do Internet Business Law Forum, o deputado federal Luiz Piauhylino (PSDB/PE) falará sobre o projeto 84/99 contra crimes informáticos, no qual define o que são crimes puros e impuros dentro da Web e as punições previstas para estas ações ilícitas. “O projeto prevê multas pesadas e nos casos mais graves, penas de 1 a 6 anos de cadeia. Nossa expectativa é que o Congresso Nacional dê a devida importância para essa discussão tão necessária para a economia brasileira”, diz o deputado. 

Desafios - Entre os aspectos que desafiam o Brasil no posicionamento como participante ativo da Economia Digital, destacam-se:

1. Certificação digital (assinatura) - aqui, especificamente, pega fogo no Congresso Nacional uma discussão sobre quem ficará encarregado por certificar "quem é quem" na Internet: cartórios ou empresas privadas?

2. Crimes informáticos - como qualificar o roubo de informações virtuais ou a simples invasão de uma rede privada? Em quais leis devem ser enquadrados os piratas da Internet? Quem deve pagar pelos prejuízos e como? A discussão chegou ao Congresso Nacional e deve aumentar o número de empresas que se preocupam com segurança, que hoje gira em torno de 5% das que mantém negócios pela Rede.

3. Contratos eletrônicos -  o atraso nacional na questão da certificação e assinaturas  digitais está deixando as empresas brasileiras fora da competitividade externa. Entidades como a OAB se esforçam para colocar o Brasil em sintonia virtual com o resto do mundo.

4. Investimentos em segurança - quem deve se proteger e como? Quanto uma empresa deve investir para ter segurança em seus negócios virtuais? Quais as melhores alternativas? Diversos especialistas vão mostrar o que é possível fazer para garantir a segurança da companhia.

Polêmicas - Um assunto muito discutido em reuniões internas nas grandes companhias é o de como buscar soluções para integrar aplicações e sistemas legados com o mercado cibernético. O Security Fórum apresentará um painel para abordar os planos de recuperação de desastres e de contigência, além de mostrar como gerenciar crises. Para falar sobre o tema foi convidado o diretor operacional da X Corp, Fernando Marinho. 

Como justificar e priorizar investimentos em segurança? Este painel trará o modelo de sucesso utilizado pelo Banco Santos através das experiências exibidas na palestra do diretor de segurança e informação, Antonio da Silva Seita. A instituição tem orientado diversas empresas que não sabem como focar os sistemas nos quais devem ser aplicados os recursos e posteriormente têm que justificar aos acionistas todos estes gastos. 

No IB Law, um dos assuntos que deverá criar polêmica será o painel "Projetos de Lei para o Mundo Digital Brasileiro", onde os deputados federais Julio Semeghini e Luiz Piauhylino, ambos do PSDB, discutirão sobre a questão da certificação digital. Quem ficará responsável por este papel? Cartórios ou empresas privadas, como os bancos, por exemplo?

Relator do texto Documento Eletrônico e Assinatura Digital, o deputado Semeghini explica: “Com a aprovação deste projeto, que está em fase final de produção, tanto o Comércio como o Governo poderão entrar em uma nova era de uso da assinatura digital. Formamos uma comissão especial de 51 deputados e deveremos apresentar o texto completo até o final deste mês de abril, para que possa ser votado e aprovado até junho. Este projeto será um grande avanço para o comércio eletrônico brasileiro". 

Outro destaque do evento ficará a cargo do Secretário de Logística do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sólon Lemos Pinto, que apresentará a visão do Governo sobre questões de legislação na Internet e quanto aos riscos e vantagens da Web.

Os contratos eletrônicos são preocupações que atingem desde pequenas empresas até grandes corporações. No painel “O que é relevante em contratos eletrônicos?”, serão analisadas as provas eletrônicas e como os contratos brasileiros poderão ser aceitos no mercado mundial. 

Debate na Web - O já tradicional Security Forum e o Internet Business Law serão os principais meios de referência do posicionamento do mercado nacional nestas questões. A sessão Preview, no site da Mantel.com, antecipa e acompanha todas as discussões sobre os temas evidenciados no evento e proporciona a continuidade dos debates, onde todas as palestras, comentários e o perfil de cada participante ficam disponíveis, mantendo ativa a comunidade participante.

Esta ferramenta, inédita em formato de congressos, foi criada para oferecer um ponto de encontro virtual, uma área de troca de conhecimento entre executivos. Além de tirar dúvidas diretamente com os especialistas, os integrantes da comunidade podem conhecer as diversas opiniões de outros executivos de variados setores, pois cada participante consegue ver a evolução da interatividade gerada. 

No Executive Mind Share (EMS), outro espaço disponível na área privativa do site da Mantel.com, os executivos podem avaliar e discutir as opiniões geradas pelo exercício desenvolvido durante os horários de almoço do evento, cujo objetivo é agregar conhecimentos e estimular o relacionamento informal entre os participantes.

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