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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/28/00 02:04:14
Modelo hidrodinâmico é mostrado em Santos 

"O porto de Santos precisa crescer e para isso precisa tratar da dragagem de aprofundamento, e queremos fazer isso com o conhecimento prévio dos efeitos, minimizando os efeitos negativos, sem prejudicar a cidade, nossas riquezas ambientais, nossos mananciais", destacou o diretor de Infra-estrutura e Serviços da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Francisco Villardo Neto, durante a cerimônia de apresentação dos resultados da segunda etapa de estudos da zona marítima exterior à Baía de Santos, realizada no dia 23/11 no Consistório da Universidade Santa Cecília (Unisanta), nessa cidade.

Cerimônia de entrega da documentação do projeto à Codesp, em 23/11/2000

Realizado por pesquisadores da Unisanta, em parceria com as empresas portuguesas Hidromod e Consulmar, o estudo Modelagem Hidrodinâmica de Circulação Oceânica, contratado pela Codesp em agosto de 1998, visa determinar áreas adequadas ao descarte de material proveniente da dragagem no porto. São estudados os efeitos dos ventos, das marés e das ondas na zona exterior ao Estuário santista.

Segundo o coordenador dos trabalhos, professor Gilberto Berzin, até recentemente se gastaria cerca de US$ 1 milhão só para fazer uma simulação das conseqüências da construção de uma marina, ocupando por meses uma área do tamanho de um ginásio de esportes, para a montagem do modelo em escala reduzida da área a ser estudada. Com o programa Modelo de Tecnologia em Circulação Oceânica, diversas simulações podem ser preparadas em poucas horas com os dados coletados nas pesquisas de campo (velocidade e direção dos ventos e das correntes oceânicas, profundidades, marés etc.), o que permite considerável redução nos custos e uma análise mais completa.

Os especialistas José Chambel e Gilberto Berzin demonstraram o programa
Junto com o professor português José Chambel Leitão, da Hidromod, Gilberto Berzin demonstrou o programa para um grupo de autoridades ambientais e portuárias, jornalistas, professores e representantes da direção da Unisanta, explicando que na primeira etapa as pesquisas haviam sido feitas durante o verão. Faltava coletar dados e repetir as simulações para o período de inverno, o que foi completado agora, nessa segunda etapa. 

Foi possível comprovar que, embora no inverno se verifique algum aumento nas correntezas, essencialmente o modelo hidrodinâmico se mantém o mesmo, em relação aos objetivos estudados - os locais de descarte do material resultante da dragagem de manutenção do porto (necessária em função do assoreamento, causado permanentemente pelo efeito das chuvas sobre as encostas da Serra do Mar). Outra conclusão do estudo foi a clara associação entre o nível de correnteza no mar e a intensidade dos ventos reinantes.

Descarte no ponto em azul não polui o litoral. Clique na imagem para ver uma animação
Sem poluição - Os estudos demonstraram que no local atualmente usado para o descarte do material dragado não há qualquer risco de poluir as praias, já que a parte que fica em suspensão na água é transportada pelas correntezas marinhas em uma faixa de alto mar paralela à costa.

Porém, se for decidida a realização de dragagem de aprofundamento do leito marinho na área do porto - dos atuais cerca de 13 metros para os planejados até 17 metros de profundidade -, será necessário fazer um estudo específico, já que a quantidade de material dragado, consideravelmente grande, traria um significativo impacto ambiental se fosse toda depositada num mesmo lugar. "Toda simulação é específica para uma meta, cada ponto analisado dará uma resposta, não sendo possível generalizar os resultados para áreas extensas", explicaram os pesquisadores.

Também participaram do encontro no Consistório da Unisanta os dirigentes dessa universidade; o diretor da Faculdade de Engenharia, professor engenheiro Áureo Pasqualeto;o secretário do Meio-Ambiente do Guarujá, Rodolfo de Castro; a presidente do movimento SOS Praias; e, entre outros representantes da Codesp: Ronaldo de Carvalho, da área de Infra-estrutura e Serviços; Ivan Figueiredo, gerente de planejamento; Osvaldo Freitas Vale Barbosa e Antonio Roberto Almeida Coutinho, do setor de fiscalização das operações portuárias.

Veja mais:
Imagem animada do modelo hidrodinâmico
Unisanta e Codesp assinam contrato de cooperação técnico-científica  (2/12/1997)
Unisanta pesquisa ambiente no porto santista (21/11/2000)

Simulação do descarte de material dragado. Clique na imagem para ver uma animação