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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/20/00 13:08:32
South-Net investe US$ 210 milhões na A.Latina
Veja as novas tendências e previsões para o e-business

Com a promessa de movimentar a Internet nacional, desenvolvendo e acelerando negócios - pretende investir US$ 210 milhões na América Latina -, a incubadora de projetos South-Net Holding já está no Brasil, analisando projetos na Internet que estejam em fase embrionária, para o estabelecimento de parcerias. Mantendo canal aberto com o mercado latino-americano de Internet, já recebeu mais de 80 propostas, das quais pretende aprovar apenas seis no primeiro ano para depois ir aumentando gradativamente este número, de forma a manter o padrão de qualidade e garantir o sucesso dos projetos aprovados.

Criada pelo Southern Cross Latin America Private Equity Fund - um fundo que atua como gestor de ações financeiras e operacionais -, em parceria com empresários brasileiros (Alexandre Correa e Fábio de Paula) e argentinos (Ronaldo Strazzolini, Sebastián Villa, Gustavo Loforte e Marcelo Grimoldi), a empresa apresenta uma diferença principal em relação aos investidores que há algum tempo surgiram no mercado para apoiar empreendimentos apenas com recursos financeiros: a prestação de serviços. 

"Acreditamos que a velocidade é vital neste ramo e, por isso, procuramos acelerar o crescimento de projetos", afirma Thomaz Yazima, sócio-diretor e porta-voz da South-Net no Brasil. "Nossas vantagens competitivas estão apoiadas na direta gestão dos empreendimentos, parcerias estratégicas para implementação da plataforma tecnológica e acesso ao capital para investimentos", completa.

Tendo iniciado seu funcionamento em novembro de 1999 na Argentina, a South-Net tem como próximas metas, depois do Brasil, também o Chile e o México. De acordo com o porta-voz, um dos objetivos da holding é focar inicialmente em comércio eletrônico, introduzindo o conceito de metamarket. "Pretendemos ter não só uma plataforma de informações em cada site, mas também uma plataforma transacional, onde serão comercializados bens e produtos", diz ele.

Seu primeiro projeto foi o site DeAutos, implantado na Argentina há menos de 60 dias e que já contabiliza diariamente cerca de 50 mil page-views, além de milhares de usuários registrados. Entre outros benefícios aos usuários, o DeAutos mostra ofertas de veículos novos e usados, catálogo de marcas e modelos, notícias e reportagens sobre automobilismo, opiniões e até valores de consertos.

Seleção - A empresa analisa as novas idéias de forma bastante criteriosa, explica Thomaz Yazima. A seleção dos projetos leva em conta o conceito do negócio, as oportunidades de mercado, a estratégia de implementação, a capacidade gerencial da equipe e um plano financeiro minucioso, onde devem constar não só o valor do investimento necessário, mas também a alocação dos recursos e as estimativas de retorno. 

Outro ponto importante é que a holding possui toda a estrutura necessária para que profissionais das áreas de criação, técnica e gerencial colaborem no desenvolvimento dos projetos. Além disso, conta com parcerias estratégicas - com empresas como a IBM e outros integradores de sistemas, webdesigners e provedores de hardware e software - para a solução de problemas específicos e para que proporcionem a qualidade exigida aos empreendimentos.

Tendência mundial é aliar investimentos à prestação de serviços

Devido ao crescente interesse despertado pela Internet e ao surpreendente aumento no número de usuários, empreendedores do setor começaram a buscar mais e mais investimentos para alavancar seus projetos. Em contrapartida, grandes companhias passaram a fornecer milhões de dólares em capital de risco. Isso é comprovado por números como os da Pricewaterhouse-Coopers, que indicam que entre outubro e dezembro de 1999 novas rempresas da Internet receberam US$ 5,2 bilhões, quase cinco vezes a mais do que no mesmo período de 1998.

Recentemente, no entanto, empreendedores e investidores constataram que apenas capital não basta: para manutenção dos projetos, faltam tecnologia de ponta, conhecimentos sobre a rede mundial de computadores e profissionais experientes como executivos, programadores e webdesigners. Assim, começaram a ser criadas as incubadoras de Internet, empresas que se comprometem a fornecer, além dos recursos financeiros, estes outros elementos indispensáveis às novas empresas.

Em outras palavras, a principal função das incubadoras da Internet é auxiliar, nos primeiros e difíceis meses de existência, empresas que desejam iniciar um negócio na rede mundial de computadores. E é neste contexto que a South-Net se encaixa. Prestando um serviço completo aos empreendimentos em estágio embrionário, a holding exige em troca uma participação nestes e busca aprimorá-los ao máximo, o que se torna uma vantagem aos criadores.

O fato é que as incubadoras de Internet vêm se valorizando a cada instante e hoje existem algumas que já são orçadas em mais de US$ 20 bilhões, como a CMGI e a ICG. A primeira tem participação em sites populares de busca como Lycos e AltaVista e a segunda é dona de várias firmas de comércio eletrônico.

E-commerce deverá movimentar mais de 
US$ 1 trilhão até 2003

São bastante otimistas as expectativas para os próximos três anos na área do comércio eletrônico (e-commerce). De acordo com o Instituto eMarketer, que realizou a pesquisa eBusiness Report, o volume de transações eletrônicas em todo o mundo passará dos US$ 100 bilhões movimentados no ano passado para US$ 1,24 trilhão em 2003, incluindo comércio eletrônico e relações business-to-business (negócios entre empresas), consumers-to-consumers (de consumidor para consumidor) e business-to-consumers (negócios entre empresas e consumidores).

Esta previsão é superada pelo Boston Consulting Group, que fornece o mesmo número de US$ 1 trilhão, só que relacionado apenas ao continente americano. Isso, no entanto, não é uma surpresa, já que os Estados Unidos detêm 75% do e-commerce e do e-business globais.

Ainda segundo os analistas do eMarketer, o número de sites ativos duplicou no último ano. Hoje já chega a 850 mil e tudo indica que atingirá a marca de 2,3 milhões nos próximos quatro anos. A pesquisa aponta também que as pequenas empresas apresentarão os maiores avanços em rendimentos de varejo on-line. Seus volumes de negócios deverão passar dos US$ 14,3 bilhões registrados em 1999 para US$ 11 bilhões em 2003.

Os números vão mais longe. Informações da consultoria norte-americana International Data Corporation (IDC) estimam que cerca de 31 milhões de pessoas adquiriram algum produto ou serviço através da rede mundial de computadores em 1998 e apostam que este número crescerá para 183 milhões até 2003. 

Neste contexto, espera-se que o Brasil - que já soma cerca de 8 milhões de pessoas com algum tipo de acesso à rede (sendo 3,3 milhões de usuários regulares) - responda até 12/2000 por 88% do comércio eletrônico da América Latina. Para isso, no entanto, mais empresas precisam investir no setor, pois somente 26% das compras on-line ocorrem em sites nacionais. A grande maioria acontece em sites norte-americanos, como Amazon Books e Yahoo.

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